Boa tarde, o que estamos assistindo em
todo o país nas manifestações, claro condenando os vândalos que se misturaram
ao povo, é o que o governo federal e nossos políticos em sua grande maioria não
esperavam e ainda hoje se fazem de bobos, dizendo não entenderem como o fez o
Gilberto Carvalho assessor da Presidência acusado de ser o “maleiro” da grana
do Prefeito César Daniel que o levou a morte num caso até hoje não esclarecido,
vem dizer que a culpa não é do governo e sim da IMPRENSA, como sempre não aceitando o fracasso do
governo petista.
Depois de tudo que patrocinou o governo com os
“mensalões”, impunidades dos condenados, desvios de dinheiro público em obras
superfaturadas, a mentira desde o inicio projetada de que com a Copa não seriam
gastos dinheiro público e o que se constata é o contrário, conchavos feitos
abertamente com partidos e com políticos para votações de acordo com a vontade
do governo patrocinando um mensalão disfarçado, colocando nossas maiores
empresas estatais a serviço do governo e não do país, inflando todas com os
aliados e partícipes do partido do governo, administrando a economia através de
paliativos não dando atenção aos sinais apresentados de má gestão, enfim uma
série de erros repetidos infinitamente como se o Brasil da publicidade fosse o
Brasil real e não o vivido pelo povo que quando vai em busca de hospitais, de
boas escolas públicas e se depara com o caos constatando assim que as matérias
inseridas nos jornais e na televisão não condizem com a realidade estavam
esperando o que? Como já disse alguém um dia, não se engana todos por muito
tempo, e hoje nos acontecimentos nacionais estão procurando ainda entender o
que se passa, ora Sra. Dilma a senhora ainda não sabe?
Já aqui neste espaço muitas vezes
escrevi que a “gerente” tão louvada não o era e nunca o foi, quando tentou
administrar uma lojinha de 1,99 em Porto Alegre levou-a a falência em pouco
tempo, como uma administradora deste porte poderia administrar um país como o
Brasil, infelizmente o povo caiu no logro do marqueteiro João Santana e do
Estelionatário Mor deste país Lula o Sujo que é o verdadeiro Presidente sem
morar no Palácio do Alvorada. Esperto como ele só, não apareceu para negociar
com o povo revoltado que pede mudanças, não é ele o grande negociador que
sempre esteve presente pedindo mudanças, pelo contrário, deixou no colo da
Presidente de Mentirinha o problema a ser resolvido, espero que todos estes que
se dizem seus fãs tenham percebido o grande cara-de-pau que é e sempre o foi e
por ter navegado nas águas calmas e serenas deixadas pelo antecessor se
intitulou de salvador da pátria, como sempre apoiado pelo marqueteiro, que,
diga-se de passagem o melhor na sua função, este é o PT e seus líderes ávidos
sempre querendo não o bem do povo, mas a sua permanência no poder de forma
permanente mesmo se fosse preciso conchavos descarados e abertos com nosso
poder legislativo, hoje se tornando mero quintal do governo nas suas investidas
de tornar o Brasil mais uma ditadura de esquerda como os países latinos
vizinhos e estão hoje manietados por governantes ditatoriais que lá chegaram
com o mesmo discurso praticado pelo PT e seus aliados.
Espero que o povo que foi as ruas neste
imenso Brasil, não deixe a poeira baixar e continue a exigir mudanças radicais
na forma de governar até que possamos os tirar de lá pelo voto que é o caminho
correto para fazê-lo, nosso dever é continuar a fiscalizar e exigir mudanças
sempre de forma pacífica para que não sejamos confundidos com rebeldes sem
causa e sem razão, sabemos agora que poderemos contar com o apoio popular que
eles diziam ser seu e não é verdade, o povo quer o melhor para si e não para
uma cambada que se locupetra do dinheiro público em proveito pessoal e de seus
“amiguinhos” colocados em postos chaves da administração pública. Vamos ficar
atentos, não perder de vista esta força que é nossa e não de um partido que já
sabemos não é o que sempre disse ser, o tal partido da ética é o mais corrupto
que já tivemos neste país.
Juarez
Capaverde
Gilberto Carvalho escolhe um culpado pelos protestos no país: a imprensa
Ministro critica "moralismo" e "antipolítica" e vê responsabilidade dos meios de comunicação em excessos nas manifestações dos últimos dias
Gabriel Castro, de
Brasília
Rio de
Janeiro - Um grupo de manifestantes provocou um incêndio durantes os protestos,
na capital carioca - Lluis Gene/AFP
Incapaz de estabelecer uma interlocução entre o
governo federal e os movimentos sociais, muito menos de compreender os protestos que tomam as ruas do país,
o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) já achou um
culpado para os atos de vandalismo ocorridos durante as manifestações: a
imprensa.
Na visão do ministro, o "moralismo" e o tom
"despolitizado" dos meios de comunicação têm efeitos nocivos sobre os
jovens que se reúnem para pedir o fim da corrupção e que rejeitam a presença de
bandeiras partidárias nos protestos.
"A imprensa teve um papel no moralismo, no sentido despolitizado, um tipo de antipolítica, que leva a isso que está acontecendo. Aqueles que o tempo todo verbalizaram esse tipo de posição também têm responsabilidade por esse aspecto destrutivo que está aí, e não adianta vir, agora, celebrar essa manifestação e não se dar conta de que também eles são responsáveis por isso que está acontecendo", declarou o ministro.
A afirmação foi feita em um encontro com organizadores da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), nesta sexta-feira, no Palácio do Planalto. A imprensa não teve acesso ao evento, mas o vídeo com a fala de Carvalho foi divulgado pela própria assessoria do ministro.
"A imprensa teve um papel no moralismo, no sentido despolitizado, um tipo de antipolítica, que leva a isso que está acontecendo. Aqueles que o tempo todo verbalizaram esse tipo de posição também têm responsabilidade por esse aspecto destrutivo que está aí, e não adianta vir, agora, celebrar essa manifestação e não se dar conta de que também eles são responsáveis por isso que está acontecendo", declarou o ministro.
A afirmação foi feita em um encontro com organizadores da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), nesta sexta-feira, no Palácio do Planalto. A imprensa não teve acesso ao evento, mas o vídeo com a fala de Carvalho foi divulgado pela própria assessoria do ministro.
O auxiliar de Dilma atacou o caráter apartidário dos
manifestantes, e disse que a rejeição a essas instituições é um tipo de
ditadura: "Não há democracia sem partido. Não há democracia sem uma forma
de instituição. O sem partido, no fundo, é ditadura. Nós temos que ficar muito
atentos a isso".
Carvalho também reconheceu que o governo teme o impacto dos protestos sobre a Jornada Mundial da Juventude, que terá início daqui a um mês, no Rio de Janeiro, e deve reunir milhões de católicos. O papa Francisco vai comparecer ao evento.
Carvalho também reconheceu que o governo teme o impacto dos protestos sobre a Jornada Mundial da Juventude, que terá início daqui a um mês, no Rio de Janeiro, e deve reunir milhões de católicos. O papa Francisco vai comparecer ao evento.
"Temos uma série de complicações e preocupações. O que está acontecendo pode ter reflexo na jornada. Farei de tudo para que a jornada dê certo. Dilma está preocupada com isso", afirmou o ministro.
A presidente Dilma Rousseff, que comandou uma reunião com ministros para avaliar o cenário nesta sexta-feira, ainda não se pronunciou sobre os protestos desta quinta-feira. Em Brasília, os manifestantes depredaram parte do Palácio do Itamaraty, destruíram pontos de ônibus e radares eletrônicos e puseram fogo em bandeiras hasteadas em frente ao Congresso Nacional.
O campeão da gabolice que se fantasiou de pacificador do Oriente Médio não tem coragem para mediar conflitos no Brasil
Lula se considera um extraordinário negociador desde quando o presidente do sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo fechava acertos com patrões. Depois de inaugurar a base alugada no Congresso, concluiu que o Brasil era pequeno demais para um gênio da raça. Era hora de mostrar ao mundo que não merecia menos que a secretaria-geral da ONU ou o prêmio Nobel da Paz (ou as duas coisas) um estadista capaz até de juntar na mesma mesa tribos de antropófagos rivais que já se devoravam no tempo das cavernas.
Desempenhando simultaneamente os papéis de presidente
do Brasil e conselheiro do mundo, nosso Lincoln de galinheiro não perdeu
nenhuma chance de intrometer-se em assuntos que ignora, dar palpites onde não
fora chamado e envergonhar o país que pensa com a declamação de ideias de
jerico. Ao baixar no Oriente Médio, por exemplo, tratou a mais complexa das
crises como se estivesse apitando um jogo entre o Bom Retiro e a 25 de
Março.
“Os turcos e judeus que vivem em São Paulo sempre se
entenderam muito bem”, ensinou com a expressão superior de quem estava pronto
para liquidar com meia dúzia de conversas o conflito entre árabes e
israelenses. Como nunca soube direito no que se meteu, Lula jamais saberá
avaliar a extensão da gabolice e o tamanho do ridículo. Fora do Planalto há
dois anos e meio, continua caprichando na pose de gênio da raça. Mas a
confiança sem limites no taco mágico sumiu, informa a distância que o tem
separado das manifestações de rua em São Paulo.
Nesta terça-feira, por exemplo, o padrinho de
Fernando Haddad soube que um grupo de vândalos tentava invadir o prédio da
prefeitura sitiado pela multidão. Em vez de correr para a área conflagrada e
negociar a paz, Lula mandou dizer que confiava no poder de persuasão do
companheiro prefeito. Tradução: Haddad que se virasse. A sorte do prefeito foi
ter deixado o gabinete meia hora antes da chegada dos manifestantes. Lula só é
solidário com Lula.
Augusto Nunes/Veja.com
MILHARES DE BRASILEIROS PROTESTANDO, E EU PERGUNTO: CADÊ LULA? ONDE ESTÁ O “GRANDE LÍDER”? O QUE É QUE ELE ACHA DE TUDO ISSO?
Líder que é líder — é líder.
Líder está e aparece nas horas gloriosas mas é muito
mais importante que apareça nos momentos de transe, difíceis, críticos,
decisivos.
Líder precisa ter coragem.
Líder precisa por a cara para bater.
Tem que indicar caminhos, orientar, fazer-se seguir —
ou divergir, criticar, trombar de frente com o que não concorda.
Líder não se esconde da multidão, aparece.
Líder não se encolhe, mas se expõe.
Aí, diante das multidões que se manifestam Brasil
afora — hoje, entre outras cidades, em São Paulo, Florianópolis, São Gonçalo
(RJ), Juazeiro (BA), São José do Rio Preto (SP) –, pergunto: CADÊ LULA?
Onde está o Lula falastrão, discurseiro, palanqueiro,
que mete a colher em todos os assuntos, sempre que consegue juntar uma
audiência diante de si?
Onde está o Grande Negociador para “sentar” — um de
seus verbos preferidos — com líderes do movimento, sejam eles quem forem?
O que é que ele, afinal, tem a dizer sobre o que
ocorre nas ruas “deztepaiz”?
Tudo o que se soube do Grande Líder, do Salvador da
Pátria, do Criador do Brasil, do Nunca Antes Neste País foram declarações
rasteiras, chinfrins, óbvias — e distantes anos-luz do que ocorre nas ruas — e
postadas no Facebook. Vejam vocês mesmos:
O que Lula tem a dizer sobre as reivindicações, que
recaem inclusive sobre o que deixou de ser feito em seu governo?
O que Lula tem a dizer sobre a baderna no centro de
São Paulo, como a tentativa de invadir a sede da Prefeitura (cujo titular,
Fernando Haddad, é do PT), a depredação de uma agência bancária, os saques e
roubos de lojas, os focos de incêndio provocados?
O que Lula propõe ao que se supõe sejam seus milhões
de seguidores?
Sabem por que, acho eu, aqui do meu canto, Lula não
aparece, não fala, não se expõe?
Porque nem ele, o santo-dos-santos do populismo, o
campeão dos campeões de popularidade, vai acabar sendo VAIADO, vai ser
arremessado na vala comum dos politicões tradicionais, da velharia que manda no
país e da qual ninguém mais quer saber – uma vez que, como se sabe,
ele se tornou há tempo parte importante dela, com seus métodos de fazer
política (mensalão), com sua aliança com os sarney, collor, maluf, jader
barbalho e renan calheiros da vida, com o liberou geral das Rosemarys da vida.
Não aparece, não fala e não se expõe para não ouvir o
que já se grita, em diferentes pontos “deztepaiz”:
– Fora, Lula
O castigo veio a cavalo e surpreendeu a presidente arrogante e pernóstica
ANTONIO VIEIRA
Dias atrás, dona Dilma se propôs o desafio de
censurar os críticos que verberam seu desgoverno. Sacou do fundo do baú a
imagem do velho do Restelo, personagem dos Lusíadas que representa, no poema, o
chamado, à razão e à cautela, próprio de quem tem responsabilidade sobre suas
decisões, ponderando seus impactos para os potenciais atingidos.
Não é este o caso de dona Dilma, evidentemente, pelo
que se depreende de seu comportamento errático e leviano, quer no plano interno
quer no plano internacional. Os alertas contra os riscos e custos da aventura
portuguesa na conquista das Índias foram comparados, por ela, aos justos
questionamentos que vêm se acumulando contra a maneira brasileira de fazer política
na última década ─ vale dizer, o famigerado modelo lulopetista ─ que incorporou
ao seu núcleo dirigente todos os patifes vivos da república.
Arrogante e pernóstica, a presidente quis associar a
epopeia daqueles navegadores audazes com a medíocre obra de seu desgoverno,
como se os seus críticos não passassem de uma paródia grosseira de ressentidos
imitadores do velho do Restelo.
O castigo, no entanto, veio a cavalo. Na
primeira semana da Copa das Federações, a voz rouca das ruas fez dona Dilma
engolir suas palavras. Frente às vaias e protestos populares, a madame revelou
na inteireza sua real estatura, muito distante da aparência construída pelas
falsidades e engôdos vendidos pela propaganda oficial.
Retirados as sedas e os arminhos virtuais de super-executiva
que lhe enfeitavam o corpanzil, restou a indumentária que, de fato, constitui
sua personalidade: a de gerente que não conseguiu administrar uma lojinha de
bugigangas de R$1,99 ─ levada à falência pouco tempo após a inauguração em
Porto Alegre ─ mas que tem a pretensão de governar um país.
Pois bem. Não dispondo de capacidade própria nem de
interlocutores que a ajudassem a enfrentar a crise posta no seu colo (sua
equipe de palacianos se presta apenas à mera bajulação), restou-lhe fugir do
seu palácio, às pressas e quase anônima, para dar um pulo a São Paulo e receber
as devidas ordens do verdadeiro criador do quadro que se instituiu no país: o
co-presidente Lula da Silva. O triste papel de dona Dilma, no entanto, merece ─
conceda-se, em vista do precedente ─ ser lido sob a ótica camoniana.
No famoso episódio Inês de Castro consta o verso
imortal ─ “o fraco rei faz fraca a forte gente” ─ antecipação profética em
alguns séculos da presente situação nacional. Ao sair sorrateira de Brasília,
para encontro com o co-presidente numa saleta escondida nos fundos do aeroporto
de Congonhas, a presidente Dilma mostrou aos brasileiros que lhe faltam as
condições de liderança para arrostar as adversidades.
A paralisia e incompetência do governo da república,
de fato, são perfeitamente visíveis. Qual uma biruta de aeroporto, não sabe ela
nem o que fazer nem para onde ir. Fecha-se em copas, a rainha das copas,
reduzindo o ato de governar à distribuição de adjutórios (estatizando a esmola,
como queria o Conde de Abranhos) e, até mesmo, presenteando com gordas
gratificações aos amigos afortunados, tudo bancado pelos impostos dos que
efetivamente trabalham e produzem: bolsa vovô, bolsa vovó, bolsa bebê, bolsa
sofá, bolsa ditadura, bolsa ditadores, bolsa sobas africanos, bolsa terrorista
e outras bolsas mais de nomes impublicáveis e inimagináveis.
O governo Dilma não governa, vive de declarações de
intenções: vai construir isso e aquilo; vai providenciar tais e quais medidas;
vai melhorar esse ou aquele serviço público etc. Sua forma de atuar é a de
sempre prometer algo, numa antecipação imaginária do futuro, vivenciado no
presente como se já estivesse concretizado: pura paranoia. O governo só pensa
naquilo: as próximas eleições! Ministros e outros subalternos estão mais preocupados
com conchavos visando 2014 do que em resolver os problemas sob suas
responsabilidades.
No bojo da presente crise que assola as grandes
cidades chega ao auge do ridículo, para não dizer da loucura, os ministros
pretendentes se digladiando sobre quem vai ser candidato ao governo de São
Paulo, de Minas Gerais, do Rio de Janeiro e demais estados, certamente pela
absoluta falta do que fazer de mais útil em suas respectivas pastas. Nisso, ao
menos, guardam coerência e fidelidade às posturas da presidente que, também, só
age movida pelo mais reles espírito eleitoreiro.
A verdade pura e simples é que grande parte da
população se encheu de, entre inúmeras causas, ver tantas obras inúteis e
faraônicas (em vez daquelas necessárias à sociedade, que nunca se concretizam),
fontes previsíveis de futuras contribuições de empreiteiros para o custeio de
campanhas governamentais. Desmandos, preguiça, burrice e corrupção em todos os
setores configuram o ambiente social e político que manifestantes estão a
questionar com razões mais que suficientes, numa mescla de motivações e métodos
nem sempre os mais desejáveis e democráticos. Parece uma rebelião tribal
gerando um efeito de massa, um fenômeno da pós-modernidade.
Vistosas e caríssimas propagandas marteladas, maciça
e diuturnamente, pelos meios de comunicação não conseguiram, contudo, abafar
nem a verdade nem a realidade que assola o povo brasileiro. Dona Dilma vai
insistir, até o fim, nas promessas demagógicas de casa, mobília, comida, roupa
lavada, passada e engomada aos desvalidos; não tem como fugir do figurino. O
Brasil, entretanto, está à espera de quem tenha a coragem de, à semelhança de
Churchill, estabelecer uma relação de confiança com os cidadãos, mesmo que seja
prometendo sangue, suor e lágrimas para sair do buraco em que o lulopetismo nos
jogou.
Os liberais do miolo mole coloquem o burro na sombra: movimento que está nas ruas provocará uma reciclagem do PT pela esquerda, poderá tornar o resultado das urnas ainda mais inóspito para a democracia e a racionalidade e tentará deixar o país à mercê de grupelhos organizados. E a nota asquerosa do PT
Alguns dos ataques mais duros e
irrefletidos que sofri nesses dias partem de pessoas que se dizem
“libertárias”. Também elas não têm simpatia pelo petismo, dizem-se liberais em
economia e, de tal sorte detestam o estado que, no limite, flertam com o fim
das Forças Armadas e até da polícia. Execram-me por vários motivos, mas
particularmente por conta do meu “conservadorismo”, especialmente no que
concerne ao aborto (são favoráveis) e à legalização das drogas —
favorabilíssimos.
Alguns, tomados de uma cegueira verdadeiramente missionária,
acham que eu não deveria nem mesmo ter o direito de escrever. Acreditam que a
causa do libertarismo estaria melhor se eu fosse censurado. É um jeito de ver o
mundo. Essas pessoas se encantaram, a exemplo de muitas outras que não gostam
do PT, com esse movimento em favor da redução das tarifas de ônibus e também
tomam a causa como metonímia, a parte pelo todo. Como é mesmo aquele cartaz?
“Não é por 20 centavos, é por direitos”. Então tá.
Políticos de oposição forçam um pouco a
mão para tentar ver nos protestos uma rejeição ao governo Dilma e a alguns de
seus insucessos. O Financial Times também fez isso (ver post). Junto com a luta
pela redução da passagem, passamos a ouvir protestos contra a corrupção e a
gastança de dinheiro com
a Copa do Mundo. Criou-se até uma falsa oposição — essencialmente desinformada
(falarei mais a respeito em outro post), entre “hospitais” e “estádios”, entre
“saúde e educação” e Copa. Garotas e garotos de classe média, parte deles
insuflada por seus professores papo-cabeça de escolas caras, também foram às
ruas por mais cidadania. Aquela gente saudável, de pele boa
(vitaminas balanceadas na infância), neófita em protestos, acabou conduzindo
muitos observadores a severos, severíssimos enganos. Já volto a este ponto.
Preciso abrir aqui um parêntese longo.
Parêntese de cinco parágrafos
O Movimento Passe Livre se fortaleceu em São Paulo em 2011, embora seja mais antigo, com o apoio entusiasmado do PT. Foi o partido que ajudou a lhe dar visibilidade nas redes sociais. Petistas que agora estão lastimando a difícil situação em que acabou ficando o prefeito Fernando Haddad discursaram, então, em defesa do movimento e contra Gilberto Kassab por conta do reajuste da passagem naquele ano. Escrevi muitos textos então, procurem em arquivo, apontando que vários de seus militantes eram jovens que estudavam nas mais caras escolas privadas de São Paulo. Num post do dia 25 de janeiro de 2011, depois de essa gente promover uma bagunça danada na reabertura da Biblioteca Mário de Andrade, destaquei num texto o ideário do Passe Livre, que está na página do movimento. Muita gente se esqueceu dele, mas eu lembro:
“O MPL deve ter como perspectiva a mobilização dos jovens e
trabalhadores pela expropriação do transporte coletivo, retirando-o da
iniciativa privada, sem indenização, colocando-o sob o controle dos
trabalhadores e da população. Assim, deve-se construir o MPL com reivindicações
que ultrapassem os limites do capitalismo, vindo a se somar a movimentos
revolucionários que contestam a ordem vigente.”
Assim, a suposição de que o Movimento
Passe Livre pudesse ou possa ser, de algum modo, útil a causa da alternância de
poder no país é uma bobagem. Sua visão de mundo, já escrevi aqui algumas vezes,
é o do petismo primitivo. “E por que tantos jovens?” Porque o movimento é mais
organizado do que parece. Trata-se de uma piada tosca essa história de que não
passam de idealistas movidos pela espontaneidade e pelo espontaneísmo. O grupo
tem “representantes” em várias escolas particulares do ensino médio de São
Paulo — curiosamente (ou nem tanto), praticamente inexiste nas públicas. Na
campanha de 2012, a turma do Passe Livre e outros movimentos de esquerda
organizados nas redes sociais apoiaram, claro!, Fernando Haddad, que só
conhecia, até estes últimos dias, a mobilização das redes a favor. Agora
experimentou o que é estar do outro lado do linchamento virtual.
Essa causa, é bom notar, não “pegou” só
agora. O Passe Livre já mobilizava algumas centenas naquele 2011. Inovou, desta
feita, na ousadia. Não mais intervenções para submeter autoridades a
constrangimentos. Nada disso! O negócio era paralisar a cidade, criar
transtornos, provocar a polícia. Até aquela quinta-feira, dia 13 de junho, do
grande confronto em São Paulo, a turma não vinha mobilizando mais do que 5 ou 6
mil pessoas. Os vândalos, à diferença do que se tem tentado firmar como
verdade, já eram parte da equação. Ônibus eram pichados, chutados, a cidade era
empurrada para o caos.
A repressão policial — e gente que sai
por aí depredando tem mesmo de ser reprimida — acabou ferindo alguns
jornalistas, o que mexeu com o espírito de corpo. Os coleguinhas aceitavam de
bom grado ser hostilizados pelos manifestantes — porque isso já vinha
acontecendo —, mas pela polícia? Isso não! Entendo que as duas coisas são
inaceitáveis. Eventuais excessos (que precisam ser apurados e, se comprovados,
punidos) foram tomados como exemplares da ação da Polícia Militar, que já é, em
regra, odiada pelo jornalismo. Por quê? Fica para outro texto. Fez-se um
escarcéu dos diabos. Os autoritários, que não reconhecem o direito de ir e vir,
que se negam a negociar com o Poder Público, foram convertidos em arautos de um
novo mundo. A partir de então, a peleja passou a ter dois lados: o poder
público e sua polícia repressora e o movimento “pacífico”, eventualmente
perturbado por uma minoria de radicais. A imprensa se encarregou também de
inventar uma pauta mais ampla para o Passe Livre, emprestando-lhe até certa
coloração antipetista, o que — E LAMENTO DIZER ISTO — é falso.
Foi a cobertura jornalística,
especialmente a das TVs, que transformou o Passe Livre num movimento benigno,
que só quer um mundo melhor. Em certa medida, houve uma tentativa de
aparelhamento ideológico. A turma soube usar muito bem a adesão da imprensa,
mas sem jamais abrir mão de hostilizá-la. Jornalistas desenvolveram uma espécie
de síndrome de Estocolmo com os ditos movimentos sociais: quanto mais são
achincalhados, mais se apaixonam e mais lhes prestam serviços. Houve gente que
chegou a tomar petelecos dos bacanas, mas não abriu mão se fazer suas mesuras.
É deprimente!
Com a imprensa a favor das manifestações
— quem estudar o caso verá que houve convocação mesmo —, e a Polícia Militar
demonizada e moralmente proibida de atuar (em São Paulo, houve o anúncio prévio
de que a tropa de choque não iria para as ruas, decisão em si absurda, já que
não se sabia de antemão o que poderia acontecer), o resultado não poderia ter
sido outro: assistiu-se à nacionalização da mobilização. Mais: na sexta-feira,
14, o PT achou que se tinha aberto uma janela para transformar a manifestação
marcada para segunda, dia 17, num ato anti-Alckmin e anti-PM e liberou a sua
turma: deu ordem para engrossar o movimento. Ocorre que ele já tinha se
nacionalizado, e o tiro saiu pela culatra. O Rio acabou reunindo bem mais gente
do que São Paulo. Fecho o parêntese.
Volto ao ponto
Como escrevi ontem, o resultado das violentas manifestações lideradas pelo Passe Livre — É MENTIRA QUE SEJA UMA MAIORIA DE GENTE PACÍFICA INFILTRADA POR VÂNDALOS — premia um método de ação política: a truculência. As passagens de ônibus, podem escrever aí, estarão congeladas em todo o país até 2015 ao menos. Ou alguém se atreverá a corrigi-las em ano eleitoral (2014), correndo o risco de ter de enfrentar a Mayara Vivian, convertida em nova pensadora de políticas públicas e musa da imprensa que não ousa mais desafiar a “massa” das minorais barulhentas? É claro que esse dinheiro sai de algum lugar — e sairá dos investimentos. Sem contar o risco evidente de sucateamento do setor!
O método premiado, a depender de como
caminhem as coisas, pode ser também consagrado. E autoridades eleitas,
doravante, estarão simplesmente impedidas de articular políticas públicas sem a
aprovação de movimentos que outorgam a si mesmos o papel de representantes do
povo — ou é isso, ou param as cidades. E, como sabemos e como quer a imprensa,
a polícia não poderá mover uma palha. A sociedade fica, assim, refém daqueles
que se dizem dispostos “a mudar o mundo”, entendendo, claro, que o seu
receituário é de tal sorte superior que pode ser imposto aos outros.
Sim, existe uma penca de motivos que
explicam a adesão de milhares de brasileiros da classe média a uma causa que,
de imediato, nem lhes diz respeito. Compreendo e respeito os motivos dessas
pessoas. E ainda escreverei a respeito. Mas não posso e não vou endossar a
truculência ou supostos mecanismos de democracia direta, potencialmente
perigosos, tendentes, a depender dos desdobramentos, a comprometer seriamente o
regime democrático. E agora chego ao ponto crucial deste artigo, anunciado lá
no título.
Única força
O lulo-petismo é a única força de massa — ou, se quiserem, no jargão característico, “movimento de massa” — verdadeiramente organizada no país. Por “organização”, entenda-se uma vinculação orgânica com aparelhos sindicais, no campo e nas cidades, capazes de mobilizar recursos e pessoas para atuar em várias frentes. O método do Movimento Passe Livre, ora premiado com a decisão da redução das tarifas — e não restava às autoridades alternativa, a não ser a demonização diária nas TVs —, força uma reciclagem do petismo pela esquerda; convida o partido a uma espécie de volta às origens; introduz um suposto viés de frescor que vem das ruas (que, na verdade, é bolor), do qual o partido andava um tanto distante, agora que se tornou também uma gigantesca burocracia de ocupação do estado.
Aos petistas, não custa muita coisa mudar
a chave, não!, da atual posição, vamos dizer assim, mais à direita (em relação
a seus marcos anteriores), próxima da social-democracia, para outra mais
próxima de seu passado. O Diretório Nacional do PT divulgou ontem uma nota oficial, assinada pelo presidente do
partido, Rui Falcão, com aspectos verdadeiramente asquerosos. Transcrevo
trechos em vermelho. Leiam atentamente. Analiso depois.
As manifestações realizadas em todo o País
comprovam os avanços democráticos conquistados pela população. São
manifestações legítimas e as reivindicações e os métodos para expressá-las
integram o sistema democrático. É papel dos partidos, do Congresso e dos
Governos em todos os níveis dialogar com estas aspirações.
(…)
O PT saúda, pois, as manifestações da juventude e de outros setores sociais que ocupam as ruas em defesa de um transporte público de qualidade e barato.
(…)
O PT saúda, pois, as manifestações da juventude e de outros setores sociais que ocupam as ruas em defesa de um transporte público de qualidade e barato.
Estamos certos de que o movimento saberá
lidar com atos isolados de vandalismo e violência, de modo que não sirvam de
pretexto para tentativas de criminalização por parte da direita. Nesse sentido,
repudiamos a violência policial que marcou a repressão aos movimentos em várias
praças do País, sobretudo em São Paulo, onde cenas de truculência, inclusive
contra jornalistas no exercício da profissão, chocaram o País.
A presença de filiados do PT, com nossas
cores e bandeiras neste e em todos os movimentos sociais, tem sido um fator
positivo não só para o fortalecimento, mas, inclusive, para impedir que a mídia
conservadora e a direita possam influenciar, com suas pautas, as manifestações
legítimas.
A insatisfação de parcelas da juventude em
relação às instituições e aos partidos políticos revela a necessidade de uma
ampla reforma do sistema político e eleitoral em defesa do que vêm se batendo o
PT e outras organizações da sociedade. Do mesmo modo, as manifestações têm
mobilizado sua inconformidade contra o tratamento dado pelo mídia conservadora aos
movimentos, inclusive pelo fato de, num primeiro momento, ter criticado a
passividade da polícia.
Diante das demandas por transporte de
melhor qualidade e barato, o Diretório Nacional do PT recomenda aos nossos
governos que encontrem uma resposta necessária, que, no curto prazo, reduza as
tarifas de transporte e, num médio prazo, em conjunto com os governos estadual
e federal e com ampla participação popular, discuta soluções para um novo
financiamento público da mobilidade urbana.
A direção do PT conclama a militância a
continuar presente e atuante nas manifestações lado a lado com outros partidos
e movimentos do campo democrático e popular.
Voltei
Uma leitura ingênua poderia indicar que o partido só está tentando pegar carona no sucesso do Passe Livre. Lamento! Pode ser isso, mas certamente é muito mais do que isso. Vejam ali as referências a vandalismo como atos isolados e, claro, não poderia faltar, as críticas à “mídia conservadora” e ao governo de São Paulo — e todos sabemos qual foi o papel da tal “mídia” nessa história. Percebam o petismo endossando as críticas aos partidos e às instituições, aproveitando, mais uma vez, para defender a reforma do sistema político e eleitoral — e nós já sabemos o que quer a legenda: regras para se eternizar no poder. O partido foi colhido de surpresa pelo tamanho das manifestações? Foi, sim. Isso é um sinal de que envelheceu? É. Mas nada que não possa ser corrigido para muito pior…
Entendam, minhas caras, meus caros: eu
sei que gente que não tolera mais a corrupção, a impunidade, a bandalheira e a
incompetência engrossou as passeatas do Movimento Passe Livre. E o fez por bons
motivos. Há entre os manifestantes até mesmo aqueles que foram protestar em
frente ao prédio de Lula. Nada disso, no entanto, muda o caráter do que se viu
nas ruas ou anula o fato de que o método premiado é danoso para o regime
democrático. O que queremos? Uma democracia tutelada por supostos “conselhos
populares”? O Movimento Passe Livre já disse qual é a sua agenda. E ela não é
boa.
O país que acaba de amanhecer não está
mais democrático do que aquele que amanheceu ontem, mas menos. Não está mais
racional, mas menos. Não está mais justo, mas menos. Ainda que muitas pessoas
de boa-fé possam ter aproveitado para expressar a sua indignação com tudo o que
há de errado no país — da inflação à impunidade —, é preciso ver que método,
que pauta e que visão de mundo foram premiados ontem. E eu lhes asseguro:
nenhum deles presta para uma sociedade democrática e de direito.
De resto, os petistas têm, sim, como
trocar material genético com essa gente porque as proteínas se combinam.
Aguardem para ver.
Por Reinaldo Azevedo
‘Não deixem o MP acabar!’, por Carlos Aguiar
PUBLICADO NO GLOBO
DESTA TERÇA-FEIRA
CARLOS
AGUIAR
A Constituição da República promulgada em 1988
conferiu ao Ministério Público atribuições que realçaram sua condição de
importante ferramenta na defesa dos interesses da sociedade, o que permitiu,
por exemplo, o aperfeiçoamento na defesa dos direitos das minorias, crianças,
idosos, homossexuais, mulheres e negros, além do combate à criminalidade,
fiscalização do uso de verbas públicas, dentre outros direitos coletivos.
Muitas vezes o exercício
dessas funções acaba por contrariar interesses, sobretudo políticos, até
porque, algumas vezes, o Ministério Público é o único instrumento de reação da
sociedade para inibir abusos cometidos por quem possui poder político e
econômico.
Não por acaso tem sido recorrente a tramitação de
projetos de lei que invariavelmente procuram diminuir ou mesmo lhe retirar
atribuições, numa clara tentativa de afastar os obstáculos eventualmente
existentes para os desmandos e malversações da coisa pública.
A versão mais visível dessa estratégia está hoje
concentrada no Projeto de Emenda Constitucional 37 ou PEC 37, de acordo com o
qual as investigações criminais caberão exclusivamente às policias Civil e
Federal.
A iniciativa, que ganhou fôlego principalmente após o
processo do mensalão, muito embora atinja outras instituições públicas, como
Banco Central, Receita
Federal, Ordem dos Advogados do Brasil, além do próprio particular, todos
alijados do direito de investigar infrações penais, visa a alcançar diretamente
o Ministério Público de forma a enfraquecê-lo sem o excluir do contexto
jurídico.
Assim, muito embora mantido o status constitucional
de guardião da sociedade, retiram-se os instrumentos para o adequado
cumprimento dessa função, como uma doença que preserva o corpo, mas debilita as
funções vitais.
De forma a amesquinhar a discussão do tema e, ao
mesmo tempo, ocultar as reais finalidades do projeto, opõe-se o Ministério
Público às polícias como se o que estivesse em jogo fosse apenas uma luta de
classes corporativas. Nada mais equivocado, sobretudo porque o Ministério
Público deseja e luta por uma polícia eficiente.
O monopólio da investigação criminal é ineficaz e não
contribui para a redução do número de inquéritos que terminam sem a solução dos
ilícitos apurados. Portanto, retirar do Ministério Público o poder/dever de
investigar não traz nenhuma vantagem para a preservação do Estado Democrático
de Direito. Felizmente o Congresso Nacional, em sua franca maioria, tem
consciência disso e saberá dizer não a esse movimento contrário à sociedade.
Quem não quer um Ministério Público atuante e
eficiente são os marginais, venham eles das favelas cariocas ou dos altos
escalões do poder.
O enfraquecimento da instituição, antes de qualquer
coisa, representa o enfraquecimento da grande maioria da população, brasileiros
honestos aos quais se faz o apelo: não deixem acabar com o Ministério Público!
Associações de imprensa sul-americanas condenam lei de controle à imprensa no Equador
- Rafael Corrêa Presidente do Equador
- Documento assinado por entidades de seis países manifesta a preocupação com a liberdade de expressão
RIO - Associações de meios de comunicação de seis
países da América do Sul - entre eles o Brasil - condenaram nesta quarta-feira
a lei que aumenta o controle sobre a imprensa no Equador e que foi aprovada no
dia 14 pela Assembleia Nacional. Num comunicado, as entidades manifestam preocupação
e advertem sobre os efeitos que a chamada Lei Orgânica de Comunicação pode ter
sobre a liberdade de expressão, o trabalho dos jornalistas e o controle das
informações divulgadas no Equador.
Chamada de “lei da mordaça” por opositores e
comemorada pelo governo equatoriano, a legislação polêmica cria órgãos de
fiscalização e punição de jornalistas e meios de comunicação. Por um lado, o
chamado Conselho de Regulação e Desenvolvimento da Informação e Comunicação,
formado por cinco integrantes do poder público, controlará o conteúdo dos meios
de comunicação relacionado à violência ou considerado discriminatório. O órgão
tem o poder de indicar sanções que vão de desculpas públicas a altas multas aos
veículos que desrespeitarem a determinação. As punições, por sua vez, serão
aplicadas pela Superintendência de Informação.
“O poder político instala um marco jurídico propício
para a censura prévia, assim como um precedente de responsabilidades cujas
consequências podem ser nefastas para o exercício
livre e independente do jornalismo”, criticam as seis organizações
sul-americanas, em comunicado.
O documento foi assinado pela Associação Nacional de
Jornais do Brasil (ANJ); Associação de Entidades Jornalísticas da Argentina
(Adepa); Associação Nacional de Imprensa (ANP) da Bolívia; Associação de
Diários Colombianos (Andiarios); Associação Nacional de Imprensa do Chile (ANP)
e pelo Conselho da Imprensa Peruana.
O perigo
do ‘linchamento midiático’
A Lei Orgânica de Comunicação foi endossada por 108
votos dos 135 deputados presentes à sessão na Assembleia, na última
sexta-feira. O apoio dos aliados do governista Aliança País foi crucial para a
aprovação da medida, que contou ainda com o respaldo do presidente Rafael
Correa. Reeleito em fevereiro, Correa é conhecido por travar batalhas
constantes com a mídia.
O documento publicado nesta quarta-feira pelas
associações sul-americanas critica o controle do governo equatoriano sobre a
informação e destaca a criação do “linchamento midiático”, um dos pontos mais
delicados da nova lei. O conceito proíbe a publicação de informações que
desprestigiem uma pessoa ou empresa ou afetem sua credibilidade.
Além dele, as associações condenam ainda a regulação
da internet, a imposição de conteúdos e cotas de programação, “enquanto exime
de controles a propaganda oficial”. Por fim, o documento manifesta apoio aos
jornalistas equatorianos.
“Expressamos nosso respaldo às associações
equatorianas de jornalistas e meios de comunicação que auguraram e hoje
protestam por alcances antidemocráticos da Lei Orgânica de Comunicação e nosso
compromisso de permanecer alertas a toda ação que afete direta ou indiretamente
as liberdades de expressão, de opinião e de informação no Equador e na região
sul-americana”, conclui o comunicado.
O documento se soma à publicação inédita, na última
sexta-feira, de um editorial em 53 jornais colombianos que também criticaram a
aprovação da lei.
FRASE DO DIA
“Em vez de assumir seu papel de presidente, Dilma pega um avião para se
aconselhar com Lula. Fica claro quem é que está no comando.”
Deputado Sérgio Guerra
(PSDB-PE) sobre a reunião de Dilma Rousseff com o ex-presidente Lula para
discutir os protestos no país.
Até amanhã.
As fotos inseridas nos textos o foram
pelo blogueiro.Juarez Capaverde