quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

O SER SUPREMO!!! - ELES ACABARAM COM A MISÉRIA - PETISTAS PATROCINAM COVARDIA E AGRESSÃO- CADÊ HUGO CHAVEZ? -



Bom dia, o sujeito não tem um pingo de juízo mesmo, agora se compara a Lincoln, grande estadista  e um homem honesto ao contrário de si, que escreveu dando sua vida uma das maiores páginas da história americana, depois de se comparar a Getulio Vargas, e até a Jesus, tudo seria possível,e assim  estamos vendo até onde chega a Megalomania do maior estelionatário que temos entre nós, o inventor do Brasil Maravilha, o grande(?) Luis Inácio Lula da Silva!

Acabaram com a miséria no Brasil! Como podem afirmações como esta terem repercussões tão intensas, basta que saiamos do circulo central das cidades para que constatemos in loco a pobreza e a miséria que tem em nosso redor, eles divulgam e fazem parecer realidade suas afirmações, claro está que em suas propagandas criadas pelos eficientes marqueteiros regiamente pagos com nosso dinheiro, estamos vivenciando uma das melhores décadas em nosso país, todo o povo feliz, 
com hospitais prestando um melhor atendimento igualado aos de primeiro mundo, sem pedintes e maltrapilhos nas ruas das cidades, agora até nas pequenas se encontram pessoas mendigando, uma educação comparável as dos países possuidores dos melhores índices na área, uma infra-estrutura invejável, com excelentes estradas e um transporte seguro e confortável, ao invés de metrôs e ônibus super lotados, e estradas esburacadas, sim, este é o país das mentiras produzidas pelo governo, e pior, esta é a principal razão que eles os petistas querem o poder de controle total da mídia, para que possam continuar a iludir o povo miserável e sem cultura que os apóia sempre na esperança que tudo se torne verdade e assim possam ser gente igual a todos que  admiram, são mesmo um bando de mentirosos e estelionatários como sempre escrevo aqui, vamos ver até quando poderão continuar suas mentiras, no que depender de mim e daqueles a quem dirijo meus textos, não muito tempo não.


Agressão e covardia, fazem parte da cartilha dos petistas no congresso, que infelizmente lá estão grande parte por nossa culpa, tudo que venha a lhes atingir é rechaçado com violência de sua parte como as agressões que ocorreram na manifestação jocosa criada pela oposição nos corredores da Câmara, eles simplesmente pularam um ano nas suas comemorações, o ano de 2005 quando foi descoberto o maior roubo do dinheiro público patrocinado por membros petistas desde o descobrimento do Brasil, o mensalão e seus mensaleiros foram surrupiados de seus livros de exaltação ao governo petista desde a subida de Lula ao poder, o mentiroso, aquele que não sabia, agora se esqueceu deste roubo, antes não sabia, não viu, e não soube, ou não existiu, agora se esqueceu, muita esperteza dele e deste partido mentiroso e ladrão, que tem em suas hostes pessoas como José Dirceu condenado por Chefe de Quadrilha e Corrupção, José Genuíno também condenado como Corrupto, enfim para citar apenas estes, que mesmo condenados ainda não estão onde deveriam estar, atrás das grades. VIVA 2005 O ANO QUE O PT E LULA MOSTRARAM SUA CARA E A QUE VIERAM, ROUBAR DO POVO BRASILEIRO, FOI COMPROVADO, EXISTIU E FOI VERDADEIRO, HOUVE O ROUBO E PATROCINADO PELO PT, LULA, O PARTIDO E PONTO FINAL.



E o grande amigo de Lula, Hugo Chavez agora governa por telepatia e nas sombras já que nem o povo o consegue ver desde que retornou a Venezuela, será? Este é um dos ídolos petista, o que ocorre lá é o que querem eles para o Brasil, eternidade no poder de qualquer maneira mesmo afrontando a Constituição, Chavez já conseguiu, iremos deixar os petistas fazerem o mesmo aqui? Nunca jamais.

Juarez Capaverde




O Lincoln de cordão carnavalesco finge que aprendeu a ler para reduzir o estadista americano a uma versão em inglês de Lula

O único doutor honoris causa do mundo que sempre detestou escola e estudo guardou para a festa do 30° aniversário da CUT a notícia tão confiável quanto uma previsão de Guido Mantega. “Estou lendo muito agora”, disse já no começo do palavrório desta quarta-feira. A plateia caiu na gargalhada. O palanque ambulante reiterou que o milagre que se consumara. “Só de livro do Ricardo Kotscho e do Frei Betto já li uns trezentos”, exemplificou. A troca da gargalhada pelo riso respeitoso foi a senha para a viagem pela estratosfera.

“Estava lendo o livro do Lincoln’, decolou, caprichando na pose de quem decorou a Bíblia ainda no berçário. Não disse qual. Mas pelo menos descobriu que houve um Lincoln ─ Abraham ─ que foi presidente dos Estados Unidos. É um avanço e tanto. Até recentemente, Lula achava que Lincoln era marca de cigarro e de automóvel. “Fiquei impressionado como a imprensa batia no Lincoln, em 1860, igualzinho bate em mim”, comparou-se o Exterminador do Plural ao vencedor da Guerra da Secessão. No Brasil da Era da Mediocridade, não há limites para a bazófia. A lira do delírio encaixa qualquer partitura.

O posseiro do Planalto e o antigo inquilino da Casa Branca só não são idênticos porque o Lincoln de cordão carnavalesco é favorecido pelo aparecimento de armas inexistentes nos tempos da versão de Lula em inglês. “O coitado não tinha computador”, descobriu. “Sabe o que ele fazia para saber de notícias? Ia para o telex, para o telégrafo, ficar numa sala esperando”.

O telex instalado por Lula na Casa Branca permitiu que Lincoln usasse em 1860 um aparelho ínventado em 1930. “Nós aqui poderemos xingar um ao outro em tempo real”, completou o animador de comício. Em sete anos e meio, como prova o post reproduzido na seção Vale Reprise, ele produziu 19 palavras manuscritas. Mas faz de conta que aprendeu a disparar desaforos pela internet.

De 2003 para cá, o ex-presidente repetiu em incontáveis palavrórios que é o Getúlio Vargas do século 21. A comparação só faria algum sentido se o novo Pai dos Pobres reprisasse o tiro no coração. De qualquer forma, um Getúlio agora lhe parece pouco. O maior dos governantes desde Tomé de Souza é páreo para o estadista que impediu a fragmentação dos EUA e acabou com a escravidão. Mas não tem chance alguma de morrer como o colega ianque.

Lincoln foi assassinado enquanto assistia a uma peça teatral. Lula nem sabe o que é isso. Jamais foi visto na plateia do gênero. E nunca será. Quem acha leitura pior que exercício em esteira decerto acha teatro mais detestável que três maratonas. Uma atrás da outra.
Augusto Nunes/Veja/Direto ao Ponto







Lula é mesmo o nosso Lincoln? Ou: A safadeza e a sem-vergonhice como atos heroicos

Luiz Inácio Lula da Silva, quem diria?, recorreu a Lincoln para justificar as safadezas e a sem-vergonhice do mensalão. O que há de mais interessante nisso? Trata-se, pela primeira vez, de uma confissão, ainda que feita de alusões e silêncios. Vamos lá.

O Apedeuta compareceu nesta quarta a um evento em comemoração aos 30 anos da CUT. E, como é de seu feitio, jogou palavras no ventilador. O homem que já se comparou a Jesus Cristo — a parte da cruz, é evidente, ele dispensa porque até greve de fome ele furava chupando escondido balas Juquinha — anda com inveja da notoriedade que Lincoln voltou a adquirir nos últimos tempos… Que coisa! Quando Barack Obama foi eleito presidente dos EUA, em 2008, o Babalorixá de Banânia torceu o nariz. Não viu nada de especial naquilo, não. Grande coisa um negro na Casa Branca! Ele queria era ver um operário sentar naquela cadeira. Não sei se vocês entenderam a sutileza do pensamento…

No discurso que fez no aniversário da central sindical que responde hoje por boa parte do que há de mais atrasado no Brasil em matéria de corporativismo, que infelicita a vida de milhões de brasileiros, abusando daquele estilo informal que alça a tolice à condição de categoria de pensamento, Lula afirmou:

“Nós sabemos o time que temos, sabemos o time dos adversários e sabemos o que eles estão querendo fazer conosco. Acho que a bronca que eles tinham de mim é o meu sucesso e agora é o sucesso da Dilma. Eles não admitem que uma mulher que veio de onde ela veio dê certo porque a onda pega. Daqui a pouco, qualquer um de vocês vai querer ser presidente da República. Essa gente nunca quis que eu ganhasse as eleições. Nunca quis que a Dilma ganhasse as eleições. Aliás, essa gente não gosta de gente progressista. Esses dias eu estava lendo, eu ando lendo muito agora, viu, Gilberto [referia-se a Gilberto Carvalho], o livro do Lincoln e fiquei impressionado como a imprensa batia no Lincoln em 1860. Igualzinho bate em mim. E o coitado não tinha computador. Ele ia para o telégrafo, esperando tic tic tic. Nós aqui podemos xingar o outro em tempo real. (…)”

Lula já declarou que detesta ler. Não conseguiu enfrentar sem dormir, segundo confessou, um romance curtinho de Chico Buarque. Faz sentido. Terá encarado a pedreira de “Lincoln”? Talvez tenha assistido ao filme de Steven Spielberg, de uma chatice que chega a ser comovente!!!, e olhem lá… O vocabulário a que recorreu me faz supor que andou mesmo é lendo briefing de assessoria. Há anos, muitos anos mesmo!, divirto-me identificando dedicação metódica nas bobagens que diz. Em muitos aspectos, Lula é a personagem mais “fake” da política brasileira. Todas as coisas estúpidas que solta ao vento nascem de um cálculo.

A facilidade com que as asneiras vão brotando de sua boca faz supor uma personagem algo ingênua, que conserva a autenticidade popular e o frescor natural do povo. Huuummm… Isso pode agradar a alguns subintelectuais do Complexo PUCUSP, que sonham com esse misto de torneiro mecânico e Tirano de Siracusa, uma coisa assim de “rei filósofo que veio da graxa”… Trata-se de uma fantasia! Lula é chefe de uma máquina que se apoderou do estado brasileiro — e parte considerável dessa máquina, a sua ala, digamos, heavy metal, é justamente a CUT. Ali se concentra, reitero, boa parte do atraso brasileiro. Mas retomo o fio.

O vocabulário a que Lula recorreu é coisa de assessoria mesmo, de briefing. Dinheiro não falta a seu instituto para contratar sabidos. O livro “Lincoln” a que ele se refere, base do filme de Spielberg, certamente é a biografia escrita por Doris Kearns Goodwin, cujo título em inglês é “Team of Rivals: The political Genius of Abraham Lincoln”. Agora voltemos lá à sua fala. O “team” do presidente americano era uma “equipe”, mas Lula preferiu a outra acepção, que também serve para uma disputa futebolística, jogo metafórico em que ele é mesmo imbatível.

No fim das contas, faz tudo parecer uma pelada. Vejam lá: ele diz saber o que os adversários querem fazer com “eles”, os petistas… Muito provavelmente, querem ganhar o “jogo”, também entendido, em sua monomania metafórica, por “eleição”. O nosso “Lincoln” de Garanhuns transforma a pretensão legítima dos adversários numa espécie de conspiração e ato criminoso. Não por acaso, no dia anterior, recomendou a FHC que, “no mínimo”, ficasse quieto e colaborasse para que Dilma fizesse um bom governo. O nosso grande patriarca criminaliza a ação política de seus oponentes. Ela se confunde com sabotagem.

No discurso, também sobraram críticas à imprensa, como de hábito. Embora os petistas deem hoje as cartas em boa parte das redações do país — quando não estão no comando, compõem o caldo de cultura que transforma bandidos em heróis e, se preciso, heróis em bandidos —, o nosso o Lincoln de São Bernardo ainda não está contente com a sujeição. Quer mais. Enquanto restar um texto independente no país, ele continuará a vociferar contra a “mídia”. Adicionalmente, os petistas contam ainda com a súcia financiada por estatais que faz seu trabalho criminoso passar por jornalismo. Vamos ao ponto.

Assumindo o mensalão

O Babalorixá de Banânia comparou-se a Lincoln —  a exemplo do que se deu com Cristo, ele também dispensa a parte sacrificial… — no suposto tratamento que a imprensa dispensaria a ambos. Besteira! Parte da imprensa americana apoiava Lincoln, parte não. A geografia da guerra civil, é evidente, pautava em boa medida críticas e elogios. Uma coisa é certa: jamais ocorreu ao presidente americano tentar censurá-la, como fez Lula no Brasil mais de uma vez. Até porque não conseguiria. Estava empenhado na aprovação da 13ª Emenda, a que proíbe a escravidão nos EUA, mas subordinado à Primeira Emenda, a que impede a censura do Estado. O Congresso não pode nem mesmo legislar a respeito de limites à liberdade de expressão.

A alusão a Lincoln, de fato, remete a outra coisa, bem mais dolosa do ponto de vista intelectual, ético, moral, político e histórico. A relação de Lula e dos petistas com o mensalão passou por diversas fases. Houve a primeira, a da admissão do erro, com pedido de desculpas. Durou pouco. Veio em seguida a acusação de “golpe das elites”, forjada por um oximoro reluzente: “intelectuais petistas”. Depois, chegou a da negação: “O mensalão nunca existiu”. E agora estamos diante da quarta, e é neste ponto que Lula decidiu pegar carona na vida de Lincoln: os crimes dos mensaleiros teriam sido atos heroicos.

Como assim?

O republicano Lincoln, e o filme dá grande destaque a essa passagem, retardou o fim da guerra civil para poder aprovar a 13ª emenda, que proibiu a escravidão no país, e, sim, literalmente comprou o apoio de alguns democratas, especialmente de congressistas que não tinham sido reeleitos. A moeda principal foram cargos no governo federal, mas também houve dinheiro. Eis aí: é precisamente nesse ponto que Lula pretende, no que me parece uma forma de confissão, colar a sua biografia à do presidente americano.

Eis um debate interessante, que remete a fundamentos da moral individual e da ética pública: a transgressão de um princípio para pôr fim a uma ignomínia, como a escravidão, é aceitável? Ao comprar o voto daqueles parlamentares com um propósito específico, de que outros males — imaginem aí — Lincoln estava livrando os EUA? No mínimo, pode-se supor que o fim do conflito poria termo apenas ao primeiro ciclo da guerra civil, porque outro estaria sendo contratado. Um fundamento ético ou moral, que é sempre abstrato, revela a sua força quando aplicado. Vamos ao exemplo mais elementar: todos sabemos que é errado matar como princípio geral, mas nem por isso cabe hesitação quando há apenas duas alternativas: matar ou morrer. Se não matar vira sinônimo de morrer, matar, então, é a única alternativa de que dispõe a vida. Nesse caso, anula-se a diferença moral entre não matar e matar. É por isso que a ética da guerra — e ela existe —, por mais que pareça funesta (e, em certa medida, é mesmo), modula os modos da morte.

A política não é, e nunca foi, um exercício de santos. Com frequência, governantes os mais virtuosos tiveram de recorrer a expedientes que nem sempre foram de seu agrado para realizar tarefas necessárias que, de outra sorte, não se realizariam. No mundo da ética e da moral aplicadas, muitas vezes somos obrigados — e o governante mais do que do que qualquer um de nós — a escolher o mal menor porque o nosso princípio abstrato já não encontra lugar na realidade corrompida. Apelando a uma dicotomia conhecida, de Max Weber, nem sempre a ética da responsabilidade, que é a do homem público, atende a todas as exigências da ética da convicção, que é a do indivíduo.

Voltemos a Lula. Por que mesmo o seu partido fez o mensalão? Com que propósito? Se o ato de Lincoln não era, em si (e não era!), um exemplo de pureza e não poderia, pois, aspirar à condição de uma norma abstrata (“compre parlamentares sempre que precisar”), seu desdobramento prático livrou os EUA de diabólicos azares — além, evidentemente, de conferir mais dignidade a milhões de pessoas submetidas à ignomínia da escravidão. O peculatário que enfiou a mão em quase R$ 80 milhões do Banco do Brasil pretendia o que mesmo? Aquela súcia de vagabundos que roubou dinheiro público estava a serviço de que causa?

Lincoln tinha em mente um país, e não foi sem grande sofrimento pessoal — até o sacrifício final — que levou adiante o seu intento. Estava, efetivamente, consolidando uma república federativa. O mensalão, ao contrário, os fatos falam de forma eloquente, foi uma tentativa de golpear as instituições e de transformar a compra de votos numa rotina. Estava em curso a formação de um Congresso paralelo e de uma República das sombras.

Não deixa de ser interessante que Lula tenha feito esse discurso asqueroso na CUT. Não se esqueçam de que, nas lambanças do mensalão, ficamos sabendo que a turma queria usar a central sindical para criar um… banco dos companheiros! Eis o nosso Lincoln! Aquele atuou para pôr fim à vergonha da escravidão. O nosso, para criar um modelo que eternizasse o seu partido no poder.

Lula deveria, no mínimo, ficar de boca fechada.
Por Reinaldo Azevedo







Depois do pobre que vira classe média sem sair da pobreza, o Brasil Maravilha inventou o ex-miserável que continua paupérrimo. Vai acabar inventando o mendigo magnata


Para o governo, os mendigos de São Paulo estão acima da classe média

Às vésperas da celebração dos 10 anos da Descoberta dos Cofres Federais, a presidente da República animou a quermesse do PT com outra notícia assombrosa: falta muito pouco para a completa erradicação da miséria em território nacional. “Mais 2,5 milhões de brasileiras e brasileiros estão deixando a extrema pobreza”, informou Dilma Rousseff em 17 de fevereiro.

Eram os últimos indigentes cadastrados pelo governo federal. Graças aos trocados distribuídos pelo programa Brasil Carinhoso, todos passaram a ganhar R$ 71 por mês. E só é miserável quem ganha menos de R$ 70. Passou disso, é pobre. Nesta segunda-feira, depois de cumprimentar-se pela façanha, Dilma reiterou que o miserável-brasileiro só não é uma espécie extinta porque cerca de 500 mil famílias em situação de pobreza extrema estão fora do chamado Cadastro Único de Programas Sociais.

Como nem sabe quem são, quantos são e onde moram esses miseráveis recalcitrantes, o governo ainda não pôde transferi-los para a divisão superior. “O Estado não deve esperar que essas pessoas em situação de pobreza extrema batam à nossa porta para que nós os encontremos”, repetiu no Café com a Presidenta. Até dezembro de 2014, prometeu, o governo encontrará um por um.

Queiram ou não, estejam onde estiverem ─ num cafundó da Amazônia ou no mais remoto grotão do Centro-Oeste ─, todos serão obrigados a subir na vida. Enquanto isso, perguntam os que não perderam o juízo, que tal resolver a situação dos incontáveis pedintes visíveis a olho nu, o dia inteiro, nas esquinas mais movimentadas de todo o país?

O que espera a supergerente de araque para estender os braços do governo às mãos de crianças que vendem balas, jovens com malabares, adultos que limpam parabrisas sem pedir licença, mulheres que sobraçam bebês, velhos hemiplégicos e outros passageiros do último vagão? Porque não são miseráveis, informam os especialistas em ilusionismo estatístico a serviço dos farsantes no poder.

Desde maio de 2012, por decisão do Planalto, vigora a pirâmide social redesenhada pelo ministro Wellington Moreira Franco, chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos. Segundo esse monumento ao cinismo, a faixa dos miseráveis abrange quem ganha individualmente entre zero e R$ 70 reais. A pobreza vai de R$ 71 a R$ 250. A classe média começa em R$ 251 e a acaba em R$ 850.

Os que embolsam mais de R$ 851 são ricos, e é nessa categoria que se enquadram milhares de seres andrajosos que se plantam de manhã à noite nos principais cruzamentos. Em São Paulo, esmolando oito horas por dia, cada um ganha de R$ 35 a R$ 40. Quase todos rondam os R$ 1.200 por mês. São, portanto, pedintes de classe média. Caso melhorem a produtividade, logo serão mendigos milionários.

Os analfabetos são quase 13 milhões, há mais de 30 milhões de analfabetos funcionais, a rede de ensino público está em frangalhos. Metade da população não tem acesso a serviços básicos de saneamento, o sistema de saúde pública é indecente. As três refeições diárias prometidas por Lula em fevereiro de 2003 nunca desceram do palanque, um oceano de desvalidos tenta sobreviver com dois reais e alguns centavos por dia.

De costas para o mundo real, os vigaristas no comando seguem fazendo de conta que o Primeiríssimo Mundo é aqui. O pior é que uma imensidão de vítimas do embuste parece acreditar na existência do Brasil Maravilha registrado em cartório. E vota nos gigolôs da miséria com a expressão satisfeita de quem vive numa Noruega com muito sol e Carnaval.

Essa parceria entre a esperteza e a ignorância faz milagres. Depois de inventar o pobre que sobe para a classe média sem sair da pobreza, inventou agora o ex-miserável que não tem onde cair morto. Vai acabar inventando o mendigo magnata.
Augusto Nunes








Delacroix resolve pintar Lula: A Ignorância Guiando o Povo! Ou: O dia em que o Apedeuta e Collor mandaram seus adversários “calar a boca”

“Elite”, como grupo social a ser vencido, não é um conceito marxista. É só um chavão petista. E o petismo é uma derivação tardia, oportunista e rebaixada da teoria revolucionária. Já escrevi muito a respeito. Do bolchevismo, o PT herdou apenas a tara autoritária, que pode ser aplicada, e eles estão tentando, também num regime capitalista. “E se herdasse tudo? Seria melhor?” É claro que não! Mas isso seria impossível. O socialismo como alternativa econômica acabou, morreu. Restaram o amor pela ditadura e esses idiotas que saem por aí ameaçando desafetos nas ruas com sua mordida hidrófoba. Mas volto ao ponto.

Lula está cumprindo ao menos uma de suas promessas mirabolantes: acabar com a elite brasileira — com qualquer uma, em qualquer área. Está em curso uma evidente marcha do emburrecimento, da qual, nem poderia ser diferente, ele é o líder. Eu o imagino no quadro de Delacroix em lugar da Liberdade, que carrega uma bandeira, com os seios nus. Título: A Ignorância Guiando o Povo. O rebaixamento a que esse sujeito submete a política e a sua contribuição à deseducação democrática ainda não mereceram a devida atenção científica — dos cientistas sociais; daquela parcela que ainda resiste à ditadura intelectual do partido. Por que isso tudo?

Nesta terça, tivemos um dia realmente exemplar do espírito do tempo. As personagens de destaque foram o próprio Lula e o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL). Vamos ver.

Numa manobra vexaminosa — contando com a pressurosa ajuda de seu aliado petista Tião Viana (AC), que presidia a Mesa —, Collor conseguiu aprovar, na quinta-feira passada, um requerimento para que o TCU investigue a compra de 1.200 iPads feita pela Procuradoria-Geral da República. O alvo, mais uma vez, é Roberto Gurgel. O impichado tenta vingar-se do procurador-geral, de quem é desafeto, fazendo a vontade também do PT, para quem opera hoje quando não está cuidando exclusivamente de questões pessoais ou paroquiais.

Em 1992, como todos sabem ou se lembram, os petistas ajudaram a incendiar o país contra “o caçador de marajás”, que não resistiu. Hoje, são companheiros de jornada, parceiros, amigos. Quem mudou? Nem um nem outro. Ambos seguem sendo o que sempre foram.

Pois bem. Gurgel, acusado por Collor, fez o óbvio: defendeu-se. Chamou de risíveis as suspeitas. E como reagiu aquele senhor que dava murros no peito na década de 90 e dizia ter “aquilo roxo”? Ora, saiu ofendendo e vociferando, como é de seu feitio. Arrancou a pistola retórica, que traz sempre na cinta — não deixa de ser um avanço moral no seu caso —, e disparou:

“Ele [Gurgel] tem que calar a boca. Ele e a sua trupe corporativista de êmulos [rivais]. Agora é o Senado que quer saber de tudo. Por isso, cale a boca e espere o TCU dar a palavra final. Só ele é capaz de dizer se o senhor prevaricou ou não. Se cometeu mais um ilícito a acrescentar ao seu portfólio criminoso”.

Collor é valentão assim porque tem a imunidade parlamentar. Age como um pivete inimputável, que traz de cor e salteado trechos do Estatuto da Criança e do Adolescente para cometer crimes impunemente. É, nesse caso, um pivete ético. Quais são os crimes, afinal, do procurador-geral da República? Que seja Collor a se comportar como o seu Catão, eis uma ironia macabra. Esse é mais um dos vampiros do republicanismo aos quais o PT garantiu farto suprimento de sangue. Por quê? Porque quiseram as circunstâncias históricas e políticas, não sem a colaboração de setores da oposição e, sim!, da imprensa, que o velho e o novo patrimonialismos se estreitassem, como disse o poeta, “num abraço insano”.

No mesmo dia, a mesma fala!

Collor não foi o único a mandar um desafeto calar a boca. Nesta mesma terça, referindo-se ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Lula afirmou:

“Eu acho que o Fernando Henrique Cardoso deveria, no mínimo, ficar quieto. O que ele deveria fazer é contribuir para a Dilma continuar a governar o Brasil bem, ou seja, deixa ela trabalhar.

Então ficamos assim: o PT lança um livreto eivado de mentiras sobre o governo do antecessor, e Lula acha que ao agredido não cabe nem mesmo o direito de defesa. Notem: para ele, FHC deveria “no mínimo, ficar quieto”. Ou por outra: essa é a menor das coisas que ele espera do antecessor: o silêncio obsequioso. Imagino a noção que deve ter do “máximo”. Mais: o presidente de honra do partido de oposição, segundo o Apedeuta, tem é de “contribuir” com o governo. Claro! É o que Lula sempre fez quando estava na oposição, certo? Impressionante!

Impressionante, mas não inesperado. Se há alguém “nestepaiz” que tem defendido, ao longo dos anos, que a oposição diga a que veio, este alguém é este escriba. Mas me parece evidente que os tucanos cometeram um erro e morderam a isca ao responder ao embate de caráter eleitoral proposto por Lula desde agora. Esse é o ambiente do Apedeuta. Fica mais feliz do que pinto no lixo. Pode sair por aí, distribuindo suas caneladas e rearranjando precocemente as forças governistas (ver post a respeito). As ineficiências do governo perderam lugar no noticiário para o embate eleitoreiro com quase dois anos de antecedência. Quem ganha com isso? Não é o povo!
Por Reinaldo Azevedo



Reynaldo-BH: ‘Parla, Lula! Parla!’

REYNALDO ROCHA- No blog de Augusto Nunes



A culpa é de FHC! Lula seria a obra-prima de Fernando Henrique Cardoso? E este uma nova encarnação de Michelangelo?

Lula é o “Moisés” esculpido pelo gênio de Caprese. Conta a história que ao término de Moisés, Michelangelo, impressionado com o que havia realizado, exclamou: PARLA!

Só FHC consegue que Lula fale. O silêncio de quase 100 dias sobre o que exigimos saber é mais uma bofetada na cidadania. Não se trata de segredos de alcovas ou, quem sabe, 50 tons de marrom. Trata-se de perguntas simples que precisam de respostas do mesmo teor.

Rosemary Noronha foi escolhida a partir de quais qualificações? Como assessora internacional,, domina quantos idiomas? É formada em exatamente o quê? Há quanto tempo assessora Lula? Por que tinha passaporte diplomático? Por que acompanhou Lula em viagens ao exterior? Onde se hospedava? Lula autorizou Rose a falar em nome dele? Lula apoiava as tratativas corruptas da amante? Recebia algo por estes favores da dileta assessora? Rose estava autorizada a se apresentar como namorada do co-presidente? Nenhum dos ameaçados pelos pedidos de Rose procurou Lula (ou alguém com acesso ao ex-presidente) para relatar a chantagem ameaçadora? Lula nunca soube dos irmãos Metralhas, cuja indicação bancou, ou da ligação da dupla com Rose? Nunca soube do aumento patrimonial da amante?

Após quase 100 dias, Lula falou! Sobre FHC! É só o que sabe falar.

Um “Móises” que se revolta com o Michelangelo que o criou. A criação se revoltando contra o criador. O mármore que se sabe pedra. Que só tem a forma que tem, pelo gênio que o moldou.

É preciso matar o criador para existir como criatura. Não se trata de mera inveja patológica. Trata-se de sobrevivência. Igualmente doentia.

É sintomático que Lula peça (ou ordene) que FHC se cale. Faz parte do delírio. Que solicita o silêncio do outro para garantir o próprio discurso. Quer que o criador fique mudo para conseguir atenção.

Não se preocupa sequer com a imbecilidade de exigir de terceiro o que se recusa a fazer: calar-se. Mesmo que um alerte e exponha verdades. E a estátua repita mentiras que só visam destruir o motivo da infelicidade existencial que o perturba.

Lula fala. Sobre FHC. E sobre tudo. Exceto quando o “não sabia” é ineficaz. Ou risível.

É tão evidente a obsessão psicótica de Lula em relação ao criador que não se importa com outras críticas: de Eduardo Campos, de Ciro Gomes, da imprensa e de milhões de brasileiros. Estes são desprezados. Não merecem respostas. Porém, em relação a FHC, é imediata a resposta espumando ódio pela baba que escorre da boca.

Se FHC ousar dizer que Lula já não tem barba, será ferozmente atacado em represália. Se o Brasil disser que Lula tem uma amante que foi paga com nosso dinheiro e usou do cargo (e cama) para ser uma corrupta na antessala da presidência, ouviremos o silêncio.

Parla, Lula! Parla!

Quem sabe se FHC perguntar algo sobre Rose ─ o que cobramos há mais de três meses! ─ Lula atenda à ordem do criador. E fale. Mesmo que diga ─ quem sabe? ─ que Rose é uma agente da direita raivosa infiltrada pelos tucanos na cama do Imperador de Garanhuns.

Lula pediu para FHC se calar. O Brasil decente exige que Lula fale.

É uma diferença imensa. Que demonstra o mesmo: o caráter de quem nascendo para ser cópia, jamais conseguirá ser original.

Parla! Sem precisar que seu criador ordene.









Deputados petistas imitam a corja que agrediu Yoani e partem para o confronto físico com oposicionistas dentro da Câmara. Carvalho avisou: “O bicho vai pegar”

Vejam este homem.

É o deputado Amauri Teixeira, do PT da Bahia. Ele é valente. Muito valente. Seu ato de maior coragem, até agora, foi tentar expulsar aos berros, do plenário da Câmara, uma mulher muito perigosa, uma verdadeira ameaça à democracia brasileira: Yoani Sánchez. A gente via essa figura mirrada vociferando contra aquela gigante que é a blogueira cubana e pensava: “Que forja garantiu a têmpera de tamanha ousadia?”

Nesta quarta, Amauri, o Valentão contra Cubanas Indefesas, resolveu aprontar mais uma. Assim como seus sequazes, nas ruas, querem impedir os adversários de se manifestar na base da coerção e da força física, Amauri tenta impedir que os parlamentares de oposição digam o que pensam também na base da porrada. Não foi o único. O lulista fanático Devanir Ribeiro (PT-SP) também resolveu coagir fisicamente um deputado da oposição.

Gilberto Carvalho afirmou no ano passado: “Em 2013, o bicho vai pegar”. Pelo visto, o PT já superou a fase da luta pacífica para chegar ao poder. Pelo visto, chegou a hora da porrada. Leiam o que informa Gabriel Castro e Marcella Matos, na VEJA.com.

O que era para ser um ato de protesto da oposição se transformou em tumulto — mais um — na Câmara dos Deputados. O DEM resolveu incluir, em frente ao painel que lembra os 33 anos do PT, uma referência ao escândalo do mensalão, já que o ano de 2005 foi excluído na exposição montada nos corredores da Casa para marcar o aniversário da sigla. A imagem elaborada pelo DEM reúne capas de jornais e revistas na época do escândalo e contém uma breve descrição do episódio.

Mas a manifestação irônica não durou muito. Segundos após o pano vermelho que cobria a placa ser descerrado, enquanto os parlamentares da oposição ainda posavam ao lado ao painel, o deputado Amauri Teixeira (PT-BA) resolveu retirar o estandarte do lugar. Com a ajuda de José Márcio Ribeiro da Costa, chefe de gabinete da liderança do PT, ele removeu o painel.

O petista, que, na semana passada, havia tentado expulsar, aos berros, a blogueira cubana Yoani Sánchez do plenário, ainda quis tirar satisfações com assessores, que, em meio ao tumulto, o chamaram de “mensaleiro”. Os deputados Felipe Maia (DEM-RJ) e Edson Santos (PT-RJ) quase partiram para as vias de fato, em meio ao empurra-empurra. Cláudio Cajado (DEM-BA) também se desentendeu com Amauri Teixeira.

“Nós sempre respeitamos qualquer manifestação que tenha nesse corredor. Estou retirando [o painel da oposição] da frente do painel do PT. Na frente, nós não aceitamos”, disse Amauri, enquanto removia a placa. Mas, em vez de apenas retirar o painel do corredor, o deputado e seu assessor esconderam o objeto na liderança do PT, em outro andar.

Ao site de VEJA, após esconder a placa, José Márcio da Costa reagiu com ironia: “O painel sumiu”. O líder do DEM, Ronaldo Caiado, não pretende resgatar o objeto causador da discórdia: “O painel foi dado como presente para que o PT coloque na sala do líder”, ironizou. Minutos após a confusão, o mensaleiro José Genoino (PT-SP) passou pelo local. Cabisbaixo, ele se fez de desentendido quando indagado a respeito da controvérsia.

Plenário

O vergonhoso bate-boca protagonizado em frente à exposição do PT continuou no plenário na Câmara dos Deputados. Primeiro a se manifestar, o deputado Sibá Machado (PT-AC) tentou amenizar o ato do correligionário Amauri Teixeira passando a culpa adiante: afirmou que foram os democratas que criaram o tumulto ao “colocar um material apócrifo” e que foram eles que quase partiram para a agressão contra parlamentares petistas.

O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) interveio: “Não é apócrifo, não. Foi reprodução de capas de revistas do ano de 2005, porque a exposição [a feita pelo PT] esquece o inconveniente ano de 2005”, ressaltando que não houve ataques por parte dos democratas. Enquanto o democrata falava, mais uma cena de agressão. O deputado Devanir Ribeiro (PT-SP) deu um tapa no microfone, tirando-o de Lorenzoni.

Ignorando os episódios, o líder do PT José Guimarães preferiu não comentar as atitudes de Teixeira e Ribeiro — e ainda disse estar ofendido: “Hoje nós sofremos o assédio de uma ação que nos leva ao constrangimento, como nunca fizemos com outro partido”.
Por Reinaldo Azevedo





Reynaldo-BH: Hugo Chávez e o uso da própria morte como instrumento político



Ilustração: Rob

Existem variadas formas de se medir a estatura de um homem, de um regime ou de uma situação. Depende da régua que se usa. Ou do uso que se queira fazer dela.

Até onde a vida ─ o que ao fim e ao cabo é só o que nos resta ─ entra nesta composição? Não sei. Ou melhor, o que sei não se coaduna com o que vejo.

Falo de Hugo Chávez. “Retornado” de Cuba após meses de isolamento e dúvidas, chega a Caracas sem que ninguém o tenha visto. Ou se viu, como estava.

Este foi o primeiro passo. Depois, uma foto com as filhas. Montagem? Real? Um único momento de lucidez? Não se sabe. Mas o novo Simon Bolívar não poderia morrer longe da pátria.

Ao retornar, o primeiro aviso: está mal. Como na piada famosa, “sua avó subiu no telhado”. Depois, piorou. Notícia divulgada em uma “plenária” latino-americana, dessas que acontecem duas vezes por mês, sem que ninguém (muito menos eles) saiba para que sirvam ou quais os resultados.

O que assusta é o uso da vida e da morte como propaganda de um regime que o cadáver pretende deixar como legado. O que espanta é a manipulação da verdade como instrumento de continuidade do pesadelo que não se encerra com o fim do caudilho.

Terá Chávez ─ ainda ─ consciência do que se faz? Ou será um corpo inerte à espera do melhor momento de um anúncio que parece, a cada dia, mais inevitável? Estará sendo usado ou deixando-se usar? Até onde esta régua mede a infâmia? Acreditará na posteridade ou o impulso do poder pelo poder é um câncer ainda mais letal que aquele que o mata?

Um homem que deixa a própria vida ser transformada em um espetáculo dantesco e tenebroso, à espera da morte, não é medido com a minha régua.

A pantomima que se ensaia à vista de todos tem uma peculiaridade: trata-se de realidade. Um homem vai morrer.

Aos sucessores desta herança destrutiva, interessa a morte anunciada, oculta e mitificada. Ao próprio, a terra não lhe será leve. Infelizmente.

Hugo Chávez em agonia é o exemplo maior da idolatria do poder. De quem, abrindo mão da vida e da dignidade, se oferece em sacrifício em nome de nada. De nenhum valor. De nenhuma verdade. Abusando da falsificação. Até do último ato que todo e qualquer ser humano terá que encenar. Ou viver.

Se não bastasse o que fez em vida, na busca de um poder eternizado, usa a morte nesta tentativa.

Sinto por ele. Sinceramente. Esta batalha ─ contra a morte ─ sempre será perdida. Por todos. Cedo ou tarde. Resta saber, de cada um, como se comportar na saída de cena. A última. Final. Que não comporta mentiras. Mesmo em se tratando de Hugo Chávez.
Pena.







Até amanhã.



As fotos inseridas nos textos o foram pelo blogueiro. Juarez Capaverde

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

MENTIRAS DO PT - ECONOMIA A BEIRA DO ABISMO - AGU SEM PUNIÇÃO - TRAGÉDIA DA BOATE KISS -




Bom dia as enganações continuam, porem, o jornalismo sério não comprometido com as mentiras está informando a realidade em que se encontra nosso país, este é um dos motivos deles quererem controlar a mídia independente, assim suas mentiras não serão reveladas, nossos índices, aqueles não manipulados, estão a mostrar que estamos indo para a beira do abismo econômico e apesar dos alertas eles fazem ouvido de “mouro” e ainda tem a desfaçatez de disserem o que dizem em seus discursos produzidos pelos marqueteiros como o foi a frase dita por Dilma a que não é, na festa organizada pelo PT para estarem na mídia: “Nós não herdamos nada, nós construímos”, assim o fosse, estaríamos bem melhores na saúde, na educação, na segurança, enfim naquilo que traz bem estar ao povo brasileiro, mas, basta estarmos atentos aos fatos reais e vemos que não é nada disto, eles conseguiram, somente para exemplificar, nos deixar em penúltimo lugar no índice mundial da educação, grande feito não acham?

O Advogado Geral da União Sr. Luis Adams, foi apontado por sindicância como responsável por desvios na AGU, porem ele mesmo usando de seu poder junto ao Corregedor, mandou que a sindicância fosse arquivada sem ao menos levar em consideração o resultado que apontava graves irregularidades patrocinadas por ele, assim, tudo continuou como era antes, ele no topo do poder, intocável, como todos aqueles que usam de suas prerrogativas para manusear como querem o governo e na direção que melhor lhes aprouver, estes são os petistas de confiança da Sra. Presidente , e ela nada faz, simplesmente não vê, não ouve e não sabe de nada tal qual seu grande mentor, Lula o Mentiroso, aprendeu direitinho a sra. Dilma não acham?


Notícias dão conta que a Defensoria Pública do RS, vai patrocinar uma ação coletiva contra o governo do Estado e o Municipal cuja co-responsabilidade está patente no caso do incêndio da Boate Kiss de Santa Maria, como comentei já aqui no blog, os grandes responsáveis ainda permanecem sem serem citados siquer no inquérito policial, onde estavam os fiscais da Prefeitura que forneceram o Alvará de Funcionamento, onde estavam os agentes dos Bombeiros que liberaram a casa, onde estava o Prefeito, o Governador, que só depois do acontecido se pronunciaram ainda se isentando da culpa! São todos culpados, não somente “a raia miúda” como se diz, que estão presos até hoje, os grandes culpados continuarão atrás do poder sem que nada lhes aconteça, e como todos os poderosos neste país não serão punidos, cadê a justiça isenta e cega para acionar todos eles, vamos acompanhar e ver o que será de fato feito contra estes poderosos, foram muitas as mortes para ficarem impunes, ou acham pouco mais de duzentos jovens perderem a vida por incompetência e ineficácia no cumprimento das Leis pelos responsáveis da administração pública, vamos estar atentos.

Juarez Capaverde





“2005, o ano que não existiu”, reportagem publicada na edição impressa de Veja

PUBLICADO NA EDIÇÃO IMPRESSA DE VEJA

“Nós não herdamos nada, nós construímos”, discursou a presidente Dilma Rousseff, no palanque da festa organizada pelo PT, em São  Paulo, para celebrar os dez anos do partido no poder. Foi o ”decênio que mudou o Brasil”, o “decênio glorioso”, nas palavras da cartilha propagandística distribuída no evento, trazendo o balanço dos avanços econômicos e sociais obtidos nos anos petistas.

Na figura de  presidente da República, Dilma soube ser magnânima. Em 2011, em carta enviada ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que  completava 80 anos, ela afirmou que o tucano foi “o presidente que contribuiu decisivamente para a consolidação da estabilidade  econômica” e ”essencial para a consolidação da democracia brasileira”. No palanque de candidata à reeleição, Dilma fez ecoar o  discurso de seus partidários: antes do PT, eram o caos e o abismo.

O PT atribui a si conquistas para as quais seu governo pouco contribuiu (veja o quadro abaixo), num típico embaralhamento entre  causas e consequências. O grande feito econômico dos petistas foi preservar a essência da política econômica herdada por eles. Na  verdade, na condução da economia o PT sempre foi mais bem-sucedido quando se manteve longe de suas antigas ideias. É inegável o  avanço do país em inúmeras áreas desde 2003, entre elas a redução contínua da desigualdade e o aumento na renda dos mais pobres.  

Mas, em seu discurso no palco da celebração petista, o próprio ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva confidenciou,  inadvertidamente, que precisou assumir uma rota diferente da original para comandar o país. “Passei dez dias sem querer aceitar a  carta, porque tinha de mudar parte da minha história”, afirmou Lula, ao se referir à histórica Carta ao Povo Brasileiro, documento  apresentado durante a campanha eleitoral de 2002 no qual o PT assumia, caso saísse vitorioso, o compromisso de manter os fundamentos econômicos do país, como a estabilidade dos preços, o equilíbrio fiscal e o respeito aos contratos. O PT construiu a partir  daquilo que herdara, colheu os resultados e ganhou as duas eleições seguintes.
Na economia, o PT acertou ao negar os seus princípios anteriores. Na política, eu-se o inverso. “No exercício do  governo, o PT passou  a compor amplas alianças políticas e sem critério”, afirma o historiador Marco Antonio Villa. “A ética foi jogada na lata do lixo para  priorizar o projeto de assumir o governo e se manter no poder por um longo período. 

O PT percebeu que isso era possível  estabelecendo alianças com velhos coronéis da política e entregando a eles parcelas do aparelho de estado”, completa Villa. O partido  que se vendia como a última vestal na política brasileira criou o mensalão, o maior caso de corrupção da história brasileira. “O PT  inovou na corrupção”, afirma o sociólogo Demétrio Magnoli. “Antes da chegada do partido ao poder, a corrupção era uma operação fragmentária, não obedecia a um comando central. Com ele aparece uma quadrilha organizada dentro do partido e dentro do governo.  Outra novidade é que, com o mensalão, se procura legitimar o ato de desvio de recursos públicos em nome do progresso do país, pois  é realizado pelo partido que encarna essa ideia.”

Sem um pingo de autocrítica, os petistas ignoraram completamente o mensalão nas  comemorações da semana passada. No palanque da festa em São Paulo, Lula discursava que o partido ”não tem medo de comparação,  inclusive comparação em debate sobre corrupção”. Na plateia, a atestar o destemor dos petistas diante da Justiça e da opinião pública, os recém-condenados José Dirceu (ex-ministro da Casa Civil), João Paulo Cunha (ex-presidente da Câmara) e José Genoino  (ex-presidente do PT) circulavam pela festa, sempre assediados pela militância.

O desejo de reescrever a história ficou explícito em um  mural colocado no Senado, celebrando o decênio petista. O ano de 2005, quando foi revelado o mensalão, foi simplesmente suprimido. Compreende-se a ânsia de sublimar aquele ano — a cada novo depoimento, a cada nova prova, ficava mais nítida a  dimensão do maior escândalo de corrupção da história do Brasil. No fim do ano passado, o Supremo Tribunal Federal condenou 25  envolvidos e selou o veredicto definitivo sobre o mensalão. Para os petistas, 2005 é mesmo um ano para esquecer. Mas os brasileiros  não se olvidam.










À espera da punição

PUBLICADO NA EDIÇÃO IMPRESSA DE VEJA

DANIEL PEREIRA E HUGO MARQUES

Os ministros Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski atuaram em trincheiras opostas no julgamento dos principais pontos do  processo do mensalão, numa dicotomia que transcendeu — e muito — o contraponto esperado entre o relator e o revisor. Barbosa  acolheu a tese da acusação e afirmou que o PT montou, no primeiro mandato do ex-presidente Lula, um esquema de compra de votos  no Congresso custeado com recursos desviados dos cofres públicos.

Já Lewandowski, ecoando a defesa, alegou que essa denúncia não  foi comprovada nos autos. Barbosa condenou à cadeia a antiga cúpula petista, enquanto Lewandowski votou pela absolvição de José Dirceu e José Genoino, ex-presidentes do partido. Barbosa também defendeu a cassação imediata dos deputados condenados, prevalecendo, como nos casos anteriores, à recomendação de Lewandowski para que a última palavra sobre a perda dos mandatos  fosse dada pela Câmara dos Deputados.

Superada a parte principal do maior julgamento da história do Supremo Tribunal Federal (STF), o duelo se repete agora na definição do prazo para o cumprimento da sentença. Barbosa espera executá-la, o mais tardar, até julho. Lewandowski aposta em novembro ou dezembro.

Em 2012, o STF gastou 53 sessões plenárias e 138 dias para condenar 25 dos 38 réus do mensalão. Somadas, as penas chegam a quase  270 anos de prisão, e as multas, a 22 milhões de reais. Tais sanções só serão aplicadas depois de vencidas duas etapas derradeiras do processo. A primeira é a publicação do acórdão.

A segunda, a análise dos recursos que serão apresentados pelos advogados de defesa.  Presidente do Supremo, Barbosa já pediu pelo menos duas vezes aos ministros que liberem rapidamente seus voto revisados, o que permitirá a divulgação do acórdão. Na semana passada, o pedido constou de um ofício encaminhado formalmente aos colegas. No  início do mês, Barbosa fez o mesmo apelo numa conversa informal entabulada pouco antes do início de uma sessão plenária.

O prazo para a publicação do acórdão, segundo o regimento, acaba em 1º de abril, mas Barbosa quer ganhar tempo. Se dependesse só dele, o   texto seria publicado ainda neste mês. O problema é que apenas três ministros liberaram os votos: Cezar Peluso e Carlos Ayres Britto, já aposentados, e Gilmar Mendes. Luiz Fux, Celso de Mello e Marco Aurélio Mello prometem fazer o mesmo até meados de março. Os  outros ainda não se pronunciaram.

Depois de publicado o acórdão, os réus têm cinco dias para recorrer da decisão. Não há limite de tempo para o julgamento dos chamados embargos. Por isso, apesar de tais recursos raramente resultarem na extinção das penas impostas, o fim do processo  depende do empenho dos próprios ministros. Jogar com o tempo, prorrogando a tomada de decisões, foi uma estratégia urdida pelo  próprio Lula quando era travada a discussão sobre a data do início do julgamento do mensalão. 

O petista queria que o caso ficasse para  2013. Falou isso diretamente a ministros, mas não conseguiu convencer a maioria deles. O fato de o revisor prever o desfecho apenas  em novembro ou dezembro alimenta especulações nada edificantes.

Essa disputa pelo controle do andamento do processo interessa principalmente aos deputados condenados: José Genoino e João Paulo  Cunha, do PT, além de Valdemar Costa Neto (PR) e Pedro Henry (PP). Se prevalecer o prazo idealizado por Barbosa, eles poderão  perder os mandatos ainda neste ano.

Caso o ritmo imaginado por Lewandowski se imponha, a cassação ficará, na melhor das hipóteses,  para o próximo ano. Como em 2014 haverá eleições gerais e os parlamentares praticamente não darão expediente em Brasília, na  Câmara há até quem aposte que os mensaleiros conseguirão concluir o mandato. É justamente isso que Barbosa quer evitar, sob pena  de desmoralizar a Justiça e tornar manca uma sentença histórica do STF.







Dora Kramer: desacertos na condução da economia apontam para o desastre — mas a lógica populista rende vitória nas urnas. E é isso que o governo quer

 

TUDO PELO ELEITORAL

Por Dora Kramer, publicado no jornal O Estado de S. Paulo

Sob a direção da presidente Dilma Rousseff, efeitos especiais a cargo do ex-presidente Luiz Inácio da Silva e aplausos da arquibancada, o Brasil está assistindo à reprise de um filme cujo desfecho é conhecido: o prejuízo vence no final.

Economistas, empresários e especialistas no tema vêm alertando para os desacertos na condução da política econômica, para o excesso de intervencionismo estatal, para os efeitos nefastos da manipulação de dados, para o abandono, enfim, dos alicerces de uma estabilidade a duras penas construída desde o início da década dos 90.

O governo não lhes dá ouvidos. Ao contrário: menospreza os alertas, qualifica a todos como inimigos de um projeto de País “glorioso”, inovador e progressista. Nas palavras da presidente Dilma Rousseff, as críticas decorrem da “falta de compreensão dos conservadores”.

Na verdade, quem não parece compreender a distinção entre o que é bom para o País e o que é bom para o partido no poder é o governo, com sua clara opção por proporcionar satisfação imediata aos seus eleitores (reais e potenciais) em detrimento das bases sobre as quais foi construído o edifício da estabilidade.

Quais foram elas? Sistema de livre movimentação de preços, controle fiscal e foco firme e constante no combate à inflação.

Da segunda metade do segundo mandato de Lula para cá houve uma clara troca de prioridade. Deixou-se de lado o conceito de crescimento com estabilidade para privilegiar o agrado ao eleitor a qualquer custo, notadamente à chamada nova classe média que sustenta em alta a popularidade, obviamente rende votos e assegura a sobrevivência política não só do PT, mas de todo o espectro partidário de sua área de influência.

O preço congelado dos combustíveis agrada ao consumidor, ainda que ponha em risco o desempenho da Petrobras; a redução das tarifas de energia agrada ao consumidor, ainda que leve a um aumento de consumo e comprometa as empresas de energia; a interferência no Banco Central para forçar a baixa de juros, mesmo quando seria necessária uma margem de autonomia para calibrar a demanda, agrada ao consumidor de bens a prestação, mas põe em risco a meta de inflação.

Preço baixo é bom e todo mundo gosta, mas tem um custo que não é visível (ainda) ao público. Uma hora aparece, e da pior maneira possível. Como para manter essa situação o governo tem que entrar com dinheiro, o resultado é o aumento do gasto público, o descontrole fiscal. Daí para a volta de um cenário de inflação alta, o perigo é concreto.

Trata-se de uma lógica populista que seduz o eleitor, rende vitória nas urnas. Em contrapartida, planta as sementes do desajuste que, mais dia menos dia, apresenta a conta.

Queira o bom senso que os atuais locatários do poder, a pretexto de “construir” um Brasil de faz-de-conta em nome de vitórias eleitorais, não levem o Brasil de volta aos tempos de desorganização interna, descrédito internacional e aos malefícios decorrentes das concessões ao imediatismo que provoca sensação de bem estar agora e adiante pode levar a pique o patrimônio de todos.

Adeus às ilusões. Os tucanos que ficaram encantados com as mesuras da presidente da República a Fernando Henrique Cardoso no início do governo acabaram de ver a vida como ela é.

No rugir do palanque, Dilma Rousseff não teve dúvida: “Não herdamos nada, construímos tudo”, disse, compartilhando a versão criacionista sobre o surgimento do Brasil sob a ação divina do PT.

Esses tucanos, entre os quais se incluem diplomatas, alguns intelectuais e até gente inteligentíssima na economia (pais do real), mas ingênua na política, chegaram a considerar seriamente os gestos de Dilma como sinal de que ela logo se afastaria de Lula.







Avanços ilusórios


Merval Pereira, O Globo

Durante os governos petistas, a estrutura econômica brasileira iniciou ou aprofundou tendências que comprometem a capacidade de desenvolvimento do país no longo prazo, afirma o professor titular de Economia Internacional da UFRJ Reinaldo Gonçalves em análise da economia brasileira nos 10 anos de governos petistas em trabalho intitulado “Brasil Negativado, Brasil Invertebrado: Legado de 2 governos do PT”.

Essas tendências, entre outras, segundo ele, são desindustrialização; reprimarização das exportações; maior dependência tecnológica; desnacionalização; perda de competitividade internacional; crescente vulnerabilidade externa estrutural; maior concentração de capital e política econômica marcada pela dominação financeira.

Até mesmo no campo social o professor da UFRJ vê ilusão onde o governo vende “conquistas notáveis”. Para ele, as políticas distributivas não atingem a estrutura de concentração de riqueza e não alteram a distribuição funcional da renda (salários versus juros, lucros e aluguéis). No que se refere ao desenvolvimento social, tomando o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) como referência, Gonçalves constata “a total ausência de ganhos do país relativamente ao resto do mundo”.

O Brasil Negativado também aparece em outro importante indicador de desempenho econômico, a inflação. Durante os governos petistas a taxa média de inflação é 6,1% (preços ao consumidor). Segundo o estudo, a taxa de inflação no Brasil é maior do que média mundial em 6 anos e maior do que a mediana mundial em 9 anos.

A melhora na distribuição de renda, na visão de Gonçalves, não é vigorosa ou sustentável em decorrência da própria natureza do modelo de desenvolvimento, que envolve trajetória de desempenho fraco e instável. Ele alega que os indicadores capturam fundamentalmente os rendimentos do trabalho e os benefícios da política social, e a Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios (PNAD), que serve de base para o cálculo dos indicadores de desigualdade, subestima os rendimentos do capital (juros, lucros e aluguéis).

Segundo o estudo, a distribuição da riqueza, muito provavelmente, não se alterou tendo em vista a vigência de elevadas taxas de juros reais no governo Lula, o reduzido crescimento do salário médio real, a concentração de capital e a ausência de medidas que inibam práticas comerciais restritivas (abuso do poder econômico) das grandes empresas.

Também como exemplo de concentração de capital e de riqueza, Gonçalves ressalta que no início do século XXI o valor dos ativos totais dos 50 maiores bancos era igual aos ativos totais das 500 maiores empresas; em 2011 os ativos dos 50 maiores bancos eram 78% mais elevados do que os ativos das 500 maiores empresas.

A base de dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) com coeficientes de Gini (que mede a desigualdade) num painel de 110 países mostra que, apesar de haver queda da desigualdade na América Latina na primeira década do século XXI, os países da região continuam com os mais elevados indicadores de desigualdade de renda no mundo.

Em meados desta década, lembra Reinaldo Gonçalves, 4 entre os 5 países com maior desigualdade estão na região (Colômbia, Bolívia, Honduras e Brasil).

No conjunto dos 10 países mais desiguais, há 8 países latino-americanos. Segundo o levantamento, o Brasil experimentou melhora marginal na sua posição no ranking mundial dos países com maior grau de desigualdade entre meados da última década do século XX e meados da primeira década do século XXI. Saiu da 4ª posição no ranking mundial dos mais desiguais para a 5ª posição.

Gonçalves ressalta que os avanços que ocorrem no Brasil não implicam ganhos em relação ao resto do mundo durante os governos petistas. Ele toma como exemplo o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do PNUD. Embora ao longo do período 2000-11 o IDH do Brasil tenha aumentado de 0,665 em 2000 para 0,718 em 2011, este mesmo fenômeno ocorreu com a maioria dos países.

Em consequência, destaca Gonçalves, não há mudanças nas diferenças entre o IDH do Brasil, que se manteve praticamente estável (70ª posição) durante os governos petistas, e a média dos IDHs dos outros países






A festa acabou. A economia empacou. O investidor fugiu. E agora?

 

O Brasil não brilha mais no céu das finanças globais. Por que nossa imagem no exterior se deteriorou tanto – e como isso afeta nossa economia e nosso futuro

JOSÉ FUCS

 (Ilustração: Alexandre Lucas)
>>Trecho de reportagem de ÉPOCA desta semana.
Três anos atrás, enquanto o mundo ainda estava nas trevas da crise de 2008, o Brasil brilhava como um Sol ao meio-dia. O país crescia em ritmo acelerado, ajudado pelas medidas de estímulo do governo, e acabara de ser escolhido como palco da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016. O brilho iluminava nossas vantagens competitivas – um ambiente institucional mais sólido que noutros países emergentes, um mercado interno gigantesco, uma agroindústria pujante e imensas riquezas minerais e energéticas.

As publicações internacionais davam de ombros para os gargalos históricos da economia brasileira e reverenciavam o então presidente, Luiz Inácio Lula da Silva. A austera revista britânica The Economist chegou a publicar uma reportagem de capa exaltando a força e o dinamismo do país. Sob o título “O Brasil decola”, a reportagem era ilustrada pela figura do Cristo Redentor disparando como um foguete em direção ao espaço sideral. O eterno país do futuro, outrora marcado por calotes nos credores externos, uma inflação estratosférica e um crescimento pífio, parecia ter se tornado enfim o país do presente, pronto para realizar seu potencial.

Parecia.

A lua de mel durou pouco. No fim do ano passado, a percepção do Brasil no exterior, que se deteriorava gradualmente desde o final do governo Lula, piorou muito. Nos últimos meses, as críticas se multiplicaram e se tornaram ainda mais fortes. Como num eclipse que oculta os raios do Sol, o brilho do Brasil perdeu intensidade na arena global.

“A ideia do Brasil decolando passou”, disse a ÉPOCA o megainvestidor Mark Mobius, presidente da Templeton Emerging Markets, empresa que administra um patrimônio de US$ 54 bilhões em mercados emergentes, US$ 4,3 bilhões no Brasil. “A percepção do Brasil pelos investidores estrangeiros está no pior momento desde 2002”, afirma o cientista político Christopher Garman, diretor da área de estratégia para mercados emergentes do Eurasia Group, uma consultoria americana especializada na análise de riscos políticos.

“Exceto em circunstâncias excepcionais, o mundo não se deixa enganar por muito tempo”, diz Rubens Ricupero, ex-ministro da Fazenda e ex-secretário-geral da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad). A mesma Economist, que louvara o Brasil três anos antes, defendeu recentemente em editorial a saída do ministro da Fazenda, Guido Mantega, considerado inepto para garantir o crescimento de que o país carece.

“Aquela capa do Cristo Redentor falava que o Brasil estava decolando e não que tinha chegado à Lua”, afirma a correspondente da Economist no Brasil, Helen Joyce. “Aquele momento especial chegou ao fim.”

A mudança radical na imagem do Brasil lá fora tem a ver, em boa medida, com o desempenho sofrível da economia brasileira. Depois de crescer 7,5% em 2010, no último ano do governo Lula, o país desacelerou. Para desconforto da presidente Dilma Rousseff e de sua equipe econômica, confirmaram-se as previsões mais pessimistas dos economistas. Em 2011, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) não passou de 2,5%, um resultado apenas razoável para um país emergente do porte do Brasil. Em 2012, de acordo com as projeções oficiais, ele desacelerou ainda mais, para 1,35%.

É um patamar bem inferior à média mundial no período, de 3,3%, e das estimativas hiperotimistas, de até 5%, feitas por Mantega no início do ano passado. “Lula manteve sem necessidade os estímulos econômicos criados no combate à crise para gerar um clima de euforia e eleger Dilma presidente”, afirma Ricupero. “Mas ele sabia que o dia do juízo chegaria depois.







 

Sindicância pôs atos de Adams na AGU sob suspeita

 

MATHEUS LEITÃO

BRENO COSTA

DE BRASÍLIA
                                                            LUIS INÁCIO ADAMS
A sindicância que investigou a suspeita de envolvimento de servidores da AGU (Advocacia-Geral da União) no esquema desnudado pela Operação Porto Seguro apontou "evidentes indícios" de irregularidades contra o ministro Luís Inácio Adams.

Segundo os investigadores da própria AGU, conforme relatório final da sindicância ao qual a Folha teve acesso, cinco condutas de Adams foram consideradas suspeitas e "podem apontar para atuação/omissão irregular" do advogado-geral da União.


Para a sindicância, as suspeitas eram "graves" o suficiente para justificar a abertura de um processo administrativo disciplinar contra Adams --responsável pela defesa do governo federal em causas judiciais e pelo aconselhamento jurídico da presidente Dilma Rousseff.

O grupo de três servidores da AGU chegou a dedicar um capítulo do relatório só para discutir como deveria se dar a "responsabilização do advogado-geral da União".

As suspeitas, no entanto, acabaram arquivadas 17 dias depois pelo corregedor-geral da Advocacia da União, Ademar Passos Veiga.

PRESIDÊNCIA

Após a Folha ter revelado esse arquivamento, a AGU enviou cópia do relatório à Presidência da República.

Cabe a Dilma decidir pela abertura ou não de nova investigação contra Adams, mas, para isso, precisaria demiti-lo do cargo. Procurada, a Casa Civil não respondeu até a conclusão desta edição.

As cinco condutas consideradas suspeitas de Adams envolvem aprovação de pareceres e decisões sobre processos em que a AGU tinha participação sem fazer consultas a setores internos do órgão.

Os atos de Adams tinham relação direta e indireta com os fatos do inquérito da Porto Seguro, que descobriu a existência de uma quadrilha que negociava a produção de pareceres técnicos em benefício de empresas privadas.

Adams, conforme a sindicância, atropelou o papel da Consultoria-Geral da União, um dos setores internos da AGU, e aprovou um parecer que permitia supressões de Mata Atlântica na área do porto de Santos. A consultoria deveria ter sido acionada antes. O documento foi chancelado pelo ministro no mesmo dia em que foi produzido.

O caso, segundo depoimento de Paulo Vieira, apontado como líder da quadrilha pela PF, era de interesse do ex-senador Gilberto Miranda, denunciado na Porto Seguro, que buscava um precedente jurídico para a instalação de um complexo portuário na ilha de Bagres, em Santos.

Outro ato de Adams sob questionamento foi a assinatura e envio ao Supremo de uma solicitação de preferência de julgamento para um recurso de interesse de Miranda --sobre multas aplicadas contra ele pelo governo paulista por danos ambientais na ilha de Cabras (SP).

A mensagem de Adams foi enviada quando ainda estava pendente de análise, dentro da AGU, um ofício do Ibama que apontava irregularidades ambientais na ilha.

Nesse caso, sempre conforme a sindicância, Adams ainda deixou de pedir subsídios aos setores técnicos antes de fazer a solicitação ao STF.

OUTRO LADO

O ministro Luís Inácio Adams, em entrevista à Folha, negou qualquer irregularidade. Segundo afirmou, a comissão teve "entendimentos equivocados, errôneos".

"Houve equívoco de análise. Agora, a comissão é uma etapa do processo de sindicância. Emite uma primeira opinião para a decisão do corregedor". "Eu não posso achar que a comissão tem todas as suas conclusões acertadas."

O ministro defendeu a decisão do corregedor-geral, que, após análise de um grupo de corregedores sobre as conclusões da comissão, considerou não haver indícios contra ele.

"Se fosse uma decisão de abrir PAD [processo disciplinar], tchau. Eu saio do cargo de ministro. Você tem que ter muita convicção do que você está acusando, e tem que ser coisa séria", disse.

A corregedoria encaminhou à Folha, no início da noite de ontem, quatro páginas com justificativas técnico-jurídicas para o não acolhimento das conclusões da sindicância, e reforçando os argumentos dados por Adams à reportagem.

Sobre os pontos levantados pela sindicância, o ministro concordou parcialmente com apenas um. Disse que não tinha conhecimento do ofício do Ibama que relatava irregularidades ambientais na ilha de Cabras --caso de interesse do ex-senador Gilberto Miranda.

Sobre o uso que foi feito de documentos chancelados por ele, Adams disse que não tem como pressupor que outros cometerão ilegalidades.









Santa Maria: Defensoria anuncia ação contra governos no RS


  • Prefeitura e governo do estado responderão por incêndio que causou tragédia na boate Kiss

SANTA MARIA (RS) - A Defensoria Pública do Rio Grande do Sul anunciou que vai ingressar com ação coletiva por danos morais e materiais contra a prefeitura de Santa Maria e o próprio governo do estado pela morte de 239 pessoas no incêndio da boate Kiss, ocorrido na madrugada de 27 de janeiro.

Segundo o dirigente do Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública estadual, João Carmona Paz, há “fortes indícios” da responsabilidade de agentes públicos na tragédia, devido à falta de fiscalização das condições de segurança do estabelecimento.

— Os fatos ainda não estão plenamente esclarecidos. Mas acreditamos que houve participação de agentes públicos e que é necessária uma ação coletiva envolvendo os proprietários da boate e os entes públicos que tinham relação com o funcionamento da casa. Não se trata de uma responsabilização individual, mas institucional — afirmou o defensor.

Uma reunião na tarde desta segunda-feira vai definir a estratégia da Defensoria Pública. Paz explicou que a ação coletiva vai buscar a condenação dos responsáveis, no plano cível, com o consequente pagamento de indenização às famílias das vítimas e aos sobreviventes.

Obtida a condenação, caberá a cada família buscar a liquidação da sentença junto à Justiça. Só aí são calculados os valores a serem pagos. A ação, segundo Paz, deve ser encaminhada em curto prazo, “em até duas semanas”.

Além da ação referente a vítimas e sobreviventes, a Defensoria também já decidiu que moverá um processo por dano coletivo à sociedade.

— Todos nós, independentemente de termos parentes ou conhecidos entre os mortos, sofremos com os efeitos da tragédia. Isso precisa ser indenizado — disse Paz.

A ação já deverá conter um valor indenizatório arbitrado pela Defensoria, que será aceito ou não pela Justiça. Segundo Paz, esse montante precisa ser significativo devido à extensão da tragédia — embora a jurisprudência brasileira, segundo ele, não acolha valores bilionários como na legislação norte-americana.

Os recursos dessa indenização iriam para um fundo destinado a ações que envolvam diretamente o objeto do processo. O valor pode ser usado para a construção de um memorial às vítimas da tragédia ou para eventos técnicos de prevenção a incêndios em locais públicos.

No sábado, cerca de 190 familiares de vítimas do incêndio da boate Kiss e outros 20 sobreviventes da tragédia formalizaram a criação de uma associação que irá representá-los em futuros processos criminais e de indenização. Dois sócios da boate e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira já estão presos, desde o dia 28 de janeiro.





Até amanhã.


As fotos inseridas nos textos o foram pelo blogueiro. Juarez Capaverde