Bom dia, que tal você ganhar R$ 2,34
(dois reais e trinta e quatro centavos) por dia e não ser mais pobre nem miserável? Acredite
ou não é o que diz o governo do PT com seu porta-voz Dilma, aquela que não é, teve
a desfaçatez de em seu pronunciamento de dizer esta grande asneira e o pior muitos
acreditam, assim como elevaram aqueles que ganham pouco mais de duzentos reais
por mês a classe média, estão agora fazendo com os pobres miseráveis de nosso
país, e isto pasmem, graças ao “Bolsa Família” que foi aumentado para R$ 70,00
por dependente tornando-se assim mais uma família fora da miséria, não é de
morrer de rir? Porem eles gritam aos quatro ventos que seu governo está
tornando o Brasil sem miseráveis ou pobretões, seu líder máximo está ensinado
direitinho sua sucessora a chegar ao mais alto delírio de sua megalomania, Lula
o Estelionatário arregimentou muito bem seus seguidores, em breve este será o
país dos estelionatários, enganadores e mentirosos não dos verdadeiros
brasileiros.
Renan Calheiros, outro que está a um
passo de ter seus atos julgados pela Corte Suprema do país, tornou-se
Presidente do Senado que tal? Quanto mais se é desonesto e ladrão em Brasília mais
se tem cotação para altos cargos assim que está funcionando nossas Instituições
mais alta deste país, felizmente ainda temos um dos poderes menos podre, por
enquanto, que é o judiciário isto até as cobras que já foram soltas lá não
chegarem ao poder, o que, infelizmente em breve acontecerá com a alta corte sendo
presidida por ninguém menos que o Sr. Lewandowski que sucederá ao Ministro Joaquim
Barbosa, sim por Lewandowski aquele defensor dos petistas mensaleiros que tudo
fez para amenizar as condenações de seus aliados e só não conseguiu por termos
ainda alguns Ministros sérios e honestos fazendo parte do colegiado, na Câmara também
foi eleito outro que tem os pés sujos de lama o Sr. Henrique Alves acusado de
corrupção tal qual Renan descoberto na operação Navalha da Policia Federal em
2007, leiam trecho do inicio da reportagem publicada pela Revista Época de
26.01.2013:
Distinto público: abrem-se
nesta semana as cortinas para o mais bufo dos espetáculos políticos deste ano.
A partir da sexta-feira, os parlamentares escolherão os presidentes do
Legislativo. O voto deles é livre e secreto. Ao que tudo indica, duas estrelas
da política subirão ao palco sob unânime aplauso. Na Câmara, será eleito
presidente o deputado Henrique Eduardo Alves, do PMDB do Rio Grande do Norte,
que há 42 anos engrandece o Parlamento brasileiro. No Senado, após cinco anos
de ensaios forçados na coxia, voltará à presidência da Casa Renan Calheiros,
também do PMDB, este por Alagoas. Henrique e Renan – ou Renan e Henrique,
conforme pareça melhor à plateia – têm o mesmo estilo de atuação: gestos
contidos, expressão ladina e repertório riquíssimo. Nos cofres da Polícia
Federal, onde se encontram vários registros do trabalho dos dois, ÉPOCA
descobriu uma pequena e inédita obra-prima, estrelada por ambos, mas que ficara
esquecida por não tão misteriosas razões. Trechos dela também podem ser
encontrados no Superior Tribunal de Justiça. Trata-se da íntegra da Operação
Navalha, que, em 2007, revelou ao país a existência de um esquema comandado
pelo empreiteiro Zuleido Veras, da construtora Gautama, que pagava propina a
políticos e burocratas em troca de contratos com ministérios de Brasília e
governos estaduais. Apenas uma minúscula fração da enorme quantidade de provas
produzidas pela PF veio a público naquele momento. Na papelada, há evidências
fortes de pagamentos de propina para Renan e Henrique. Ou Henrique e Renan.
Estes são os homens que dirigem o
Congresso Nacional, que pensam vocês disto? Em breve voltarei a este assunto
importante, para o bem do país não devemos ficar calados perante tanta falta de
vergonha patrocinada por nossos congressistas eleitos pelo voto do povo.
Ainda Yoanes, apesar de todas as
tentativas de ofuscarem o brilho desta cubana incrível, os esquerdistas
nacionais orquestrados por agentes da Embaixada Cubana e membros do alto escalão
do governo petista, com assessores ligados ao Sr. Gilberto Carvalho participando
desta falta de educação e democracia, tornaram o Brasil novamente assunto nos
países civilizados e democráticos em todo o mundo, mais uma vergonha patrocinada
por este governo fascista que está no poder, claro com gente como Marco Aurélio
Garcia assessorando a Sra. Dilma só poderia dar nisto, vergonha mundial.
Juarez
Capaverde
Neil Ferreira:
R$ 2,34 por dia e “A Miséria Acabou”
Por Neil me dá um dinheiro aí Ferreira, publicado no Diário
do Comércio da Associação
Comercial de São Paulo
R$ 2,34
POR DIA E “A MISÉRIA ACABOU”
“Do Povo” (é nóis, é nosso imposto), “Para o Povo” (é
elis i nóis, nóis é Povo), na boca da Democracia, dus Dereito dus Mano e na
manchete de DC de ontem, 5ª feira. R$ 2,34 por dia e “A Miséria Acabou”
Russa, fantasiada com o Paletósinho (Camisona?
Batinha?) Vermelho e Presidenta da Escola de Samba Unidos do Mensalão, botou
seu bloco na rua em plena Quaresma, pra apresentar sua mais recente marquetagem
, “A Miséria Acabou”. Acredite ou vai em cana.
Tome umas e outras pra acreditar; não esqueça de uma
talagada das boas para o Santo, senão o milagre mela; você sabe quem é o Santo
que aprecia gordas talagadas.
Ao som de “A Miséria Acabou”, o Santo lançou Russa
candidata a Presidenta da Unidos do Mensalão por mais 4 anos, numa festança na
quadra deles, sob a emoção, choro e aplausos de todas as alas. O Santo falô e
disse.
Com umas e mais outras, você entra em Alpha e
acredita piamente que a miséria acabou, que o Pac desempacou, que a Fome Zero
zerou e em qualquer outra patranha vinda lá do palanque de 2014, armado e
habitado pela Russa e pelo Criador de Todas as Coisas, inclusive da mais santa
corrupção de todos os tempos.
Não quero encrenca com essa turma, veja o sucedido
que sucedeu com Toninho de Campinas e Celso Daniel, conte comigo fora dessa.
A Russa canta e nos espanta: “A Miséria Acabou”
porque “ela agora dá” R$ 2,34 por dia para os mais miseráveis de todos os
miseráveis da nossa Pátria Amada Salve Salve.
Do jeito que ela fala parece que a grana milionária
sai da humilde bolsinha Vuiton dela, do ordenadinho dela. Presidenta ganha uma
merreca, muito menos que Dirceu O Inocente Injustiçado e do que o João Paulo
Cinquenta Contos Cunha.
Não misture a Russa Presidenta da Unidos do Mensalão
com a Russa Verdadeira, da comunidade da Unidos de Vila Isabel, que é a campeã
deste ano.
Essa sim mulher do povo, Russa Verdadeira porque
comunista sincera que nunca precisou de verba oficial para apoiar quem quer que
fosse.
Sou Beija-Flor, propriedade do Corretor Zoológico
inocente das acusações dos inimigos invejosos, brimo Aniz Abrahão e posso
elogiar quem me dá na telha, então elogio a Russa Verdadeira.
A outra Russa nunca será Verdadeira por ser uma lenda
urbana e não uma personagem real, da pura, da legítima, da mineira e de vez em
quando também da gaúcha.
Russa Verdadeira apoiou Martinho da Vila com quem
teve a Martinália, na trilha do sucesso como cantora. Vai ter que carregar esse
nome a ela imposto quando era um bebê indefeso e não tinha como protestar.
Protestava chorando e ao invés de lhe trocarem o
nome, trocavam a fralda ou davam mais uma mamadeira, reafirmando o velho
brocardo “Quem não chora não mama”, mesmo que esteja com dor de barriga e não
queira mamar. Uzômi chora i mama pra caramba nas gordas tetas da Viúva.
Estou fantasiado de Miserável, fantasia que grudou em
mim como cascão e não sai nem com Omo. Entro na Fila da Miserabilidade pra
receber os meus milionários R$ 2,34 e torrá-los comprando meia média com meio
pão sem manteiga ou uma talagada da purinha de cabeça de alambique.
Com a fortuna de R$ 2,34 todos os dias, estou feito –
dia sim, uma talagada; dia não, meia média e meio pão sem manteiga. “País feliz
é país sem miséria”.
Depois a grana evapora, não dá pra mais nada, mas dá
pra falar em tudo quanto é jornal, rádio e tv que “A Miséria Acabou”. Se a
Globo deu, aconteceu; se a Globo deu que “A Miséria Acabou”, a miséria acabô.
O Brasil então virou uma imensa Bahia com alegria
permanente, praia, carnaval, Trios Elétricos com o combustível caro ou barato
todo santo dia, com chuva ou sem chuva, com Yvete Sangalo e a Outra Baiana, que
é a mesma Sangalo com outro nome. Uma e Outra são a mesma .
Felizes todo santo dia , quem sabe recebam incentivos
culturais da Petrobras, o verdadeiro Ministério da Cultura que dá grana pra
Escola de Samba cumpanhera, filme político cumpanhero, biografia cumpanhera do
cumpanhero Lula, peças cumpanheras, times de futebol cumpanheros.
Como Cultura não dá dinheiro, a Petrobras desde o
tempo do cumpanhero Gabrielli tá pra lá de Marrakesh de tão quebrada, quebrando
junto a cambada de otários pequenos acionistas eu, você, ele; nós, vós, eles.
O lulo-petismo celebra 10 anos de pudê com um festão
festejando a corrupção do bem, a que é praticada para a inclusão e o bem de
todos nós. Eles dão risada de nós há 10 longos anos.
Os festejos são abrilhantados pelos mais que mais
festejados Lula, a Russa do Paletósinho Vermelho e os Mensaleiros Heróis do
Povo, condenados e sentenciados pelo STF. Nos usos e costumes deles, condenação
é condecoração. Se foi condenado e sentenciado, palmas pra ele.
Umas duas semanas depois que o carnaval acabou, o
carnaval vai continuá áá no país da felicidade eterna nunca antes vista
“neçepaíz”, que canta “Tudo vai bem no melhor dos mundos”, de autoria do Dr.
Pangloss.
Gaste com
moderação os R$ 2,34 por dia da Bolsa “A Miséria Acabou”.
Dora Kramer:
Um pouco de comedimento daria ao PT um ganho no campo da honestidade — de que está muito precisado
Artigo publicado no jornal O Estado de S.Paulo
PONDERAR
É PRECISO
Quem conta um conto aumenta ou diminui os pontos como
melhor lhe convém. Assim faz o PT em seu relato sobre os dez anos do partido no
poder, “gloriosos” notadamente se comparados ao período “desastroso” do PSDB.
Obviamente nem tudo é glória, mas também nem tudo é
desastre.
Um governo [como o do PSDB] que renegociou a dívida
externa de modo a recuperar a confiabilidade internacional do Brasil, que
conferiu sentido concreto aos conceitos de estabilidade monetária e de
responsabilidade fiscal, essenciais para a organização do País,
profissionalizou a direção da Petrobras, extinguiu feudos políticos dos mais
tradicionais ao mesmo tempo em que abria as portas da telefonia à população,
não pode ser considerado exatamente catastrófico.
Tampouco pode ser visto apenas sob o prisma do puro
esplendor um governo que desmoralizou o conceito de ética, escarneceu das
normas de conduta, ignorou as regras do jogo eleitoral, passou a mão na cabeça
dos piores tipos, achou que poderia comprar impunemente apoio de partidos no
Congresso, desconstruiu as agências reguladoras, pôs em risco a Petrobras,
maquiou dados públicos como naquele passado de descrédito mundial e, na véspera
de completar 10 anos no poder e 33 de fundação, teve a antiga cúpula condenada
à prisão.
A cartilha comemorativa é um elogio à mistificação da
capa com desenho que remete às velhas imagens do realismo socialista a
distorções grosseiras conforme demonstrado em trabalho de Gustavo Patu na
edição de ontem da Folha de S. Paulo.
No “mentirômetro” há versões falsas sobre vários
assuntos posição do Brasil no ranking das economias do mundo, o crescimento do
PIB por habitante nos últimos anos, a desigualdade social, a redução da taxa de
pobreza e a inflação.
Ninguém espera que o PT vá esconder seus bem feitos e
exaltar os malfeitos, bem como não seria de se imaginar que o partido
enaltecesse o adversário.
Um pouco de comedimento e maturidade, contudo, daria
ao PT um ganho no campo da honestidade, onde anda precisando se recuperar. Mas
à ponderação que confere credibilidade aos discursos, o partido preferiu
apresentar-se infalível.
Como um herói de faz de conta.
Terreno
no céu
A reforma administrativa anunciada pelo presidente do
Senado falando em economia de R$ 262 milhões por ano, por enquanto, é
estimativa e expectativa.
Com sérios problemas de credibilidade decorrentes das
repetidas promessas não cumpridas desde 2009, quando da descoberta dos atos
secretos e do escândalo conhecido como “farra das passagens”.
Nesses quase quatro anos, o que se teve foi um
projeto elaborado pela Fundação Getúlio Vargas ao custo de R$ 500 mil que foi
literalmente para o lixo. Na época, José Sarney fez exatamente o que faz agora
Renan Calheiros: procurou conter as críticas com promessas de mudanças. Andar
com fé.
O presidente da Câmara disse terça-feira numa reunião
que daqui em diante não vai mais pautar só assuntos que sejam produto de
consenso total entre os líderes partidários.
Henrique Eduardo Alves assegurou que o critério para
inclusão na pauta será a relevância dos temas, independentemente dá unanimidade
que acaba funcionando como obstáculo para votações que não interessem a este ou
àquele partido.
Referiu-se diretamente ao fim dos 14.0 e 15.0
salários dos parlamentares e deu a entender que o fim do voto secreto no
Congresso pode ter o mesmo destino.
Considerando o gosto de Henrique Alves pelo vaivém –
como visto na questão da perda dos mandatos dos condenados no processo do
mensalão -, conviria ver para crer
‘Os donos do Senado’,
por Marco Antonio Villa
PUBLICADO NO GLOBO
DESTA TERÇA-FEIRA
MARCO
ANTONIO VILLA
A República brasileira nasceu sob a égide do
coronelismo. O federalismo entregou aos mandões locais parcela considerável do
poder que, no Império, era exercido diretamente da Corte. Isto explica a rápida
consolidação do novo regime justamente onde não havia republicanos. Para os
coronéis pouco importava se o Brasil era uma monarquia ou uma república. O que
interessava era ter as mãos livres para poder controlar o poder local e
exercê-lo de acordo com seus interesses.
Mesmo durante as ditaduras do Estado Novo e militar,
o poder local continuou forte, intocado. A centralização não chegou a afetar
seus privilégios. Se não eram ouvidos nas decisões, também não foram
prejudicados. E quando os regimes entraram em crise, na “nova ordem” lá estavam
os coronéis. Foram, ao longo do tempo, se modernizando. Se adaptaram aos novos
ventos econômicos e ao Estado criado a partir de 1930.
O fim do regime militar, paradoxalmente, acabou dando
nova vida aos coronéis. Eles entenderam que o Congresso Nacional seria ─ como
está sendo nas últimas três décadas ─ o espaço privilegiado para obter
vantagens, negociando seu apoio a qualquer tipo de governo, em troca da
manutenção do controle local. Mais ainda, a ampliação do Estado e de seus
recursos permitiu, como nunca, se locupletar com os bancos e empresas estatais,
os recursos do orçamento federal e, mais recentemente, com os programas assistenciais.
A modernização econômica e as transformações sociais
não levaram a nenhuma alteração dos métodos coronelísticos. A essência ficou
preservada. Se no começo da República queriam nomear o delegado da sua cidade,
hoje almejam uma diretoria da Petrobras. A aparência tosca foi substituída por
ternos bem cortados e por uma tentativa de refinamento ─ que, é importante
lembrar, não atingiu os cabelos e suas ridículas tinturas, ora acaju, ora preto
graúna.
Não há nenhuma democracia consolidada que tenha a
presença familiar existente no Brasil. Melhor explicando: em todos os estados,
especialmente nos mais pobres, a política é um assunto de família. É rotineiro
encontrar um mesmo sobrenome em diversas instâncias do Legislativo, assim como
do Executivo e do Judiciário. Entre nós, Montesquieu foi tropicalizado e
assumiu ares macunaímicos, o equilíbrio entre os poderes foi substituído pelo
equilíbrio entre as famílias.
Um, entre tantos tristes exemplos, é Renan Calheiros.
Foi eleito pela segunda vez para comandar o Senado. Quando exerceu
anteriormente o cargo foi obrigado a renunciar para garantir o mandato de
senador ─ tudo em meio a uma série de graves denúncias de corrupção.
Espertamente se afastou dos holofotes e esperou a marola baixar.
Como na popular marchinha, Renan voltou. Os
movimentos de protesto, até o momento, pouco adiantaram. Os ouvidos dos
senadores estão moucos. A maioria ─ incluindo muitos da “oposição” ─ simpatiza
com os seus métodos. E querem, da mesma forma, se locupletar. Não estão lá para
defender o interesse público. E ridicularizam as críticas.
Analiticamente, o mais interessante neste processo é
deslocar o foco para o poder local dos Calheiros. É Murici, uma paupérrima
cidade do sertão alagoano. Sem retroagir excessivamente, os Calheiros dominam a
prefeitura há mais de uma década. O atual prefeito, Remi Calheiros, é seu irmão
─ importante: exerce o cargo pela quarta vez. O vice é o seu sobrinho, Olavo
Calheiros Neto. Seu irmão Olavo é deputado estadual, e seu filho, Renan, é
deputado federal (e já foi prefeito). Não faltam acusações envolvendo os
Calheiros. Ao deputado estadual Olavo foi atribuído o desaparecimento de 5
milhões de reais da Assembleia Legislativa, que seriam destinados a uma
biblioteca e uma escola. A resposta do Mr M da política alagoana foi agredir um
repórter quando perguntado sobre o sumiço do dinheiro. E teve alguma
consequência? Teve algum processo? Perdeu o mandato? Devolveu o dinheiro que
teria desviado? Não, não aconteceu nada.
E a cidade de Murici? Tem vários recordes. O mais
triste é o de analfabetismo: mais de 40% da população entre os 26 mil
habitantes. De acordo com dados do IBGE, o município está entre aqueles com o
maior índice de incidência de pobreza: 74,5% da população. 41% dos muricienses
recebem per capita mensalmente até um quarto do salário mínimo. Saneamento
básico? Melhor nem falar. Para completar o domínio e exploração da miséria é
essencial contar com o programa Bolsa Família. Segundo o Ministério de
Desenvolvimento Social, na cidade há 6.574 famílias cadastradas no programa
perfazendo um total de 21.902 pessoas, que corresponde a 84,2% dos habitantes.
Quem controla o cadastro? A secretária municipal de Assistência Social? Quem é?
Bingo! É Soraya Calheiros, esposa do prefeito e, portanto, cunhada de Renan.
O senador é produto desta miséria. Em 2007, quando da
sua absolvição pelo plenário do Senado (40 votos a favor, 35 contra e seis
abstenções), seus partidários comemoraram a votação como uma vitória dos
muricienses. Soltaram rojões e distribuíram bebidas aos moradores. E os mais
fervorosos organizaram uma caravana a Juazeiro do Norte para agradecer a padre
Cícero a graça alcançada…
Porém, o coronel necessita apresentar uma face
moderna. Resolveu, por incrível que pareça, escrever livros. Foram quatro. Um
deles tem como título “Do limão, uma limonada”. Pouco antes de ser eleito
presidente do Senado, a Procuradoria-Geral da República o denunciou ao STF por
três crimes: falsidade ideológica, uso de documentos falsos e peculato. Haja
limonada!
VERGONHA
NACIONAL
A interferência do governo cubano em
questões internas brasileiras, como agora na visita da blogueira cubana Yoani
Sánches, já acontecera outras vezes, como quando os boxeadores cubanos
Guillermo Rigondeaux e Erislandy Lara fugiram da concentração durante os jogos
do Pan no Rio e foram repatriados pelo governo brasileiro à bordo de um avião
do governo venezuelano que pousou em Brasília na calada da noite.
Desmentindo o governo brasileiro que disse que os cubanos pediram para voltar ao seu país, meses depois Erislandy Lara, campeão mundial amador da categoria até 69 quilos, chegou a Hamburgo, na Alemanha, depois de ter fugido em uma lancha de Cuba para o México. E em seguida Guillermo Rigondeaux chegou foragido em Miami.
Pois depois que a revista Veja denunciou uma armação do governo cubano com partidos políticos para pressionar a blogueira em sua visita ao país, todos os fatos vão se confirmando sem que o Itamaraty ou o Palácio do Planalto se preocupem em questionar o governo cubano sobre sua atuação indevida.
O embaixador de Cuba no Brasil, Carlos Zamora Rodríguez, reuniu um grupo de militantes do PT e do PC do B na embaixada do seu país, em Brasília, para distribuir um dossiê contra a blogueira e anunciar que ela seria vigiada. Por onde vai, Yoani Sánches é perseguida por manifestantes do PCdoB e do PT que não se limitam a protestar contra sua presença, o que seria aceitável em uma democracia, mas tentam impedir que fale e até mesmo agredi-la.
E da conspiração participou um funcionário da Secretaria-Geral da Presidência da República, especialista em redes sociais, que em seguida foi para Havana participar de um seminário sobre “guerra cibernética”. O engraçado é que todos os textos que apareceram na internet nos chamados “blogs sujos” que formam a rede de apoio ao governo, muitos deles pagos pelo dinheiro oficial, usam os mesmos termos e as mesmas acusações, como se fossem escritos por uma só pessoa.
No mínimo, têm a mesma origem, o CD distribuído na reunião da embaixada cubana em Brasília.
Temor à palavra
por Ruy Fabiano
Digamos, por mero exercício de raciocínio, que tudo o
que tem sido assacado, sem provas, contra a blogueira cubana Yoani Sánchez é
verdade: é agente da CIA, conspira contra o socialismo em Cuba, é antipatriota,
financiada por grupos empresariais etc.
Nada disso justifica a vergonhosa recepção que está
tendo. Cercear o direito à palavra a alguém cujo destaque se deve
exclusivamente ao uso que dela faz – e a nada mais - é uma truculência
inominável, intolerável num regime democrático.
Se os adversário de Yoani têm alguma razão para
hostilizá-la, a perderam ao tentar silenciá-la mediante métodos bárbaros,
piquetes de militantes que remetem às manifestações da juventude nazista. Se
ela precisa ser combatida – digamos que precise -, é no campo em que ela atua
que isso deve ocorrer.
Afinal, se o seu hipotético delito estaria no que diz
(e escreve), é aí que deve ser questionada. A liberação de seu visto para
deixar seu país foi apresentada como sinal de que Cuba, no fim das contas, não
seria uma ditadura tão intolerável.
Só que a concessão do visto não foi exatamente uma
concessão. Estava sendo constrangedor ao regime insistir em negá-lo, graças à
projeção que Yoani conquistou internacionalmente.
O governo cubano decidiu então transformar a
concessão numa cilada. Articulou-se com o governo brasileiro para que a
recepção saísse pela culatra. O meio de que se serviu não poderia ser mais
burro. Confirma o que de pior já se disse sobre aquele regime.
É um governo que teme mais a palavra do que a
pólvora. O espantoso é que o governo brasileiro, que preside uma democracia,
fincada na liberdade de expressão, se associe a tal prática.
A imprensa provou tal parceria, em que o governo
brasileiro chegou a enviar emissário a Cuba para inteirar-se da logística da
perseguição. Os adversários de Yoani querem responsabilizá-la pelo que não fez,
nem defendeu: o embargo econômico dos EUA e a prisão de Guantánamo.
Que tem ela com isso, se nem nascida era quando tais
fatos se consumaram? E que força tem para revertê-los se o próprio Obama, que
se comprometeu com a causa, não o conseguiu? E ainda: quando foi que fez
proselitismo favorável a tais temas?
Sua luta é a de uma cidadã cubana, inconformada em
viver num país onde não há eleição há mais de cinco décadas, onde se pune com
prisão, tortura e morte os delitos de opinião e onde o elementar direito de ir
e vir cabe apenas aos amigos do regime.
Alguns hão de argumentar: “Como, se ela está no
Brasil e cumprirá agenda de visita a outros países?”. Sim, mas a que preço! O
que afinal os adversários de Yoani tanto temem que ela diga que já não tenha
dito (e escrito)?
Se é agente da CIA – e seria caso único de um agente
cuja missão é se expor -, a melhor ocasião de prová-lo e desmoralizá-la é pelo
debate. Há quem tente apontar na mobilização oposicionista para defendê-la um
sinal de que estaria articulada para impor ao regime cubano o desgaste que está
ocorrendo.
Ora, que oposição ficaria indiferente a uma manobra
tão patética como esta, que, além de submeter o país ao comando moral de outro,
o expõe internacionalmente como cúmplice de uma ditadura cinquentenária?
E não é a primeira vez que o governo do PT, que celebrou esta semana sua primeira década no poder, age dessa forma, a serviço de um regime que resiste à democratização.
Houve, em 2007, por ocasião do Pan-americano, o caso
de deportação de dois boxeadores cubanos que se desligaram da delegação de seu
país e pediram asilo ao governo brasileiro.
Já com relação ao terrorista Cesare Battisti,
condenado em última instância pelo Judiciário italiano, o governo não hesitou
em violar um tratado de extradição e mantê-lo em território brasileiro. Os
boxeadores não eram criminosos, nem estavam condenados, mas foram tratados como
se o fossem; Battisti, mesmo condenado, foi tratado como vítima.
Lula, em território cubano, comparou presos
políticos, em greve de fome, a bandidos comuns de São Paulo. E Dilma disse que
direitos humanos são questão de âmbito interno dos países e que o Brasil não
tem autoridade nessa questão para julgar Cuba.
Some-se a isso a inconformidade do PT em absorver a
condenação dos mensaleiros e as reiteradas tentativas de regulamentar a mídia e
tem-se aí, claramente, um projeto autoritário em marcha. O que a militância da
esquerda faz com Yoani é o que quer fazer com a liberdade de expressão aqui
mesmo.
Yoani critica silêncio do governo brasileiro sobre agressão a direitos humanos em Cuba. Finalmente, ela consegue falar sem ser atacada por vagabundos
Por Branca Nunes, na VEJA.com:
A blogueira Yoani Sánchez criticou o silêncio do governo brasileiro com relação à questão dos direitos humanos em Cuba. “Há muito silêncio”, disse a cubana. “Recomendaria uma posição mais enérgica”. A declaração foi feita na manhã desta quinta-feira, quatro dias depois de Yoani desembarcar no país, durante um debate realizado na sede do jornal O Estado de S. Paulo. Com a voz levemente rouca e uma pulseira do Senhor do Bonfim no braço direito, esta foi a primeira vez que a blogueira crítica ao regime ditatorial dos irmãos Castro conseguiu expor suas opiniões sem ouvir gritos de protestos nem sofrer agressões verbais.
“Não me surpreenderam”, disse, ao
comentar os protestos. “Os blogs oficiais do meu país já haviam avisado que eu
teria uma ‘resposta contundente’ durante a viagem. Todos têm direito de
manifestar sua opinião. O que me surpreendeu foi a violência física. Nunca
imaginei que me impediriam de falar”.
A blogueira aproveitou o evento para
responder parte das críticas que os defensores dos irmãos Castro fazem a ela.
Ao ser questionada sobre quem está financiando sua viagem – Yoani percorrerá
mais de dez países em 80 dias –, a cubana respondeu que o dinheiro vem de
diversas instituições, como a Anistia Internacional, universidades e
blogueiros. “Não tenho milhões de dólares, mas tenho milhões de amigos”. Um dos
objetivos de Yoani é receber os prêmios (que somam mais de mais de 300 000
reais) que recebeu ao longo dos últimos anos pelo trabalho em Generación Y.
Yoani aproveitou para salientar que as
pessoas que a ajudam com o blog (traduzido para 18 idiomas) são voluntários
espalhados pelo mundo. “Quem traduz meus textos para o inglês, por exemplo, é
uma motorista de ônibus de Nova York de 65 anos”, conta. “Mas o governo não
acredita mais na espontaneidade. Quando eles querem algo, ordenam, pagam”.
Nesta quinta-feira, às 18h, Yoani
participará de um evento com blogueiros na Livraria Cultura do Conjunto
Nacional, em São Paulo, e, em seguida, autografará o livro De Cuba, com carinho. A blogueira
permanece na capital paulista até sábado, quando embarcará para a Republica
Checa.
Veja abaixo alguns dos temas comentados
por Yoani Sánchez no debate desta quinta-feira:
Internet
A internet é para os cubanos uma plataforma de liberdade. Um campo de treinamento para o que algum dia pode se tornar realidade. Ela possibilita que mais pessoas possam se tornar o epicentro da informação. É um espaço democrático, com pessoas boas e más.
Fidel e Raúl Castro
O governo de Raúl nasceu de um pecado original: ele não foi eleito. As reformas econômicas que tem feito estão na direção correta, mas num ritmo absurdamente lento e sem profundidade. O governo de Fidel Castro, por sua vez, queria controlar cada aspecto da vida dos cubanos, desde o que vestíamos ao café que tomávamos. Sobre a repressão, Fidel fazia dela um espetáculo, com grandes julgamentos e punições exemplares. No governo de Raúl, a repressão é velada.
Comunismo e capitalismo
Tenho uma relação ruim com as ideologias. Sou uma pessoa pós-moderna, que cultua a liberdade. Não creio que em Cuba haja um socialismo e muito menos um comunismo. Classificaria o governo cubano como um capitalismo de estado. O patrão é o governo.
Educação e saúde
A estrutura física e a extensão da rede de ensino e de saúde em Cuba são aspectos positivos. Existem escolas e postos de saúde em cada bairro. Porém, existe um colapso material. Os professores ganham menos de trinta dólares por mês, o que diminui a qualidade. São pessoas despreparadas.
Economia
Cuba vive hoje uma esquizofrenia monetária. Existe o peso cubano e o peso conversível. O cubano acorda todos os dias com um objetivo: o que fazer para conseguir pesos conversíveis e alimentar sua família. Existem algumas alternativas. Caso ele seja um cozinheiro de um grande hotel, por exemplo, pode roubar um azeite ou um pedaço de queijo para vender no mercado negro. Também pode se prostituir, trabalhar clandestinamente ou pedir que parentes que emigraram enviem dinheiro. Quem não tem nenhum desses caminhos passa mal. O salário não é mais a principal fonte de renda.
Embargo econômico
Há uma teoria que diz que o embargo é uma caldeira. O fogo geraria precariedade econômica e material, o que levaria as pessoas à rua. Mas o embargo não resulta em rebeldia, mas na imigração dos cubanos. Outro motivo pelo qual sou contra o embargo é o fato de que ele embasa os argumentos do governo cubano que diz que não há batatas, não há tomates, não há comida por causa do império. Sem essa desculpa, quem eles vão culpar?
Protestos internos
Desde pequenos, os cubanos recebem uma série de informações e propagandas que fazem com que eles acreditem que o país não lhes pertence. Pertence a uma geração histórica, que foi a protagonista da revolução. Isso cria uma apatia grande. Além disso, tem uma paralisia provocada pelo medo. Não um medo da morte, mas um medo da delação. Você acha que será denunciado pelo seu vizinho. Isso leva muitas pessoas a tentarem resolver os seus problemas individualmente. Mas existe uma oposição hoje de jovens que se manifesta artisticamente, via internet, que procura divulgar as informações de forma ampla.
Manifestações no Brasil
Muitas dessas pessoas que protestaram contra mim nunca estiveram em Cuba. Outras estiveram por duas semanas fazendo turismo. É uma visão muito superficial. Para os mais velhos, acredito que seja difícil assumir que aquilo em que eles tanto acreditaram está morto, não seu certo. O governo cubano cria uma realidade distorcida. Eles propagam uma Cuba que não existe, uma cidade utópica, de esperança, onde todos têm chances. Quando meu filho era criança chegou em casa da escola dizendo que antes de Fidel Castro não havia universidades em Cuba. Isso é mentira.
Por Reinaldo Azevedo
Até amanhã
As fotos inseridas nos textos o
foram pelo blogueiro. Juarez Capaverde
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