Enviado por Demóstenes Torres -
21.12.2011
Política
Dilma na encruzilhada das Coreias
Senador Demóstenes Torres
O ano se fecha com a economia estagnada e a Educação no
vermelho. Se o exercício da Presidência fosse submetido ao sistema de
avaliação dos colégios, Dilma Rousseff estaria reprovada.
Enquanto
nações como China e Coreia crescem exigindo nas escolas esforço e
mérito, as novidades do setor por aqui são a Lei da Palmada, o Kit Gay,
os livros pornográficos distribuídos pelo governo, as cotas e a
doutrinação.
Dilma só alcança nota 10 se somadas a inflação (6,3%
de IPC), a expansão do PIB (2,92%, segundo o Banco Central) e a produção
industrial (0,82%, ainda de acordo com o boletim Focus, do BC) – a
primeira, maior que a prevista; as outras, reduzidas a cada semana.
As
duas potências asiáticas têm números auspiciosos porque investem em
Educação não somente dinheiro. O Brasil prefere o caminho contrário.
A ditadura chinesa reserva menos tempo dos estudantes para propaganda ideológica que nossa democracia.
Nesse item, copiamos a Coreia, não a do Sul, mas a do recém-falecido Kim Jong-il, que matou de fome 3 milhões de pessoas.
O
receituário do nanodéspota se assemelhava ao dos companheiros do
Planalto: culto à personalidade, ódio à opinião livre, salas de aula
transformadas em comitês do partido.
Nada mais parecido com Kim,
seu pai e seu filho que o compadrio no ensino superior (que de superior
mesmo tem apenas o apelido). Testes para entrada, como Enem e
vestibulares, são redigidos para aferir se o candidato se comporta
perante o mandatário como os adesivos da moda em automóveis – criança
segurando a mão do papai estado e da mamãe esquerda.
Na saída da
universidade para o mercado, o Enade confere quem aumentou as orelhas de
tanto ouvir pregação das maravilhas do Executivo.
Na China, o
segredo para entrar em faculdade de primeira é dedicação diuturna,
quando descansa carrega livro. Quanto mais competente, mais conceituada a
instituição que vai recebê-lo. Caso não se sobressaia, ingressa numa
menos disputada.
Durante os cursos, a veneração à pesquisa é
absoluta. Na Coreia do Sul, férias e fins de semana são sinônimos de
horas em laboratório e biblioteca.
Aqui, do básico à
pós-graduação, obedecem à escala do poder central: demagogia do começo
ao fim. As universidades reservam vagas de acordo com a cor da pele, as
séries básicas são obrigadas a aprovar até quem nada aprendeu e o ensino
médio está abandonado.
Os profissionais da área vivem sob o
garrote dos sindicatos e de métodos antiquados, como o Paulo Freire, uma
mistura de “Zorra total” com “Amor e revolução”. Nele, o professor
perde prestígio e, em vez de ensinar, mandam que debata com o aluno.
Chegada
de novo ano sempre gera expectativa de mudança. Afinal, o modo de
tratar a Educação vai definir em qual dos lados da península coreana
Dilma deseja que o Brasil se transforme.
Apesar dos tiranetes que morrem por lá e pululam cá, feliz Natal para você e sua família. E 2012 melhor para a Educação no País.
Demóstenes Torres é procurador de Justiça e senador (DEM/GO)
Até amanhã.
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