segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

AINDA A COPA 2014- A CADA DIA MAIS SUJEIRA

Bom dia, como já comentei por diversas vezes, a Copa de 2014 só beneficiará os grandes empreendimentos e não o povo, basta ver que a tal de Lei da Copa já está tornando nossas leis meros instrumentos, o sr. relator da tal lei já mostrou a que veio, simplesmente para aceitar todas as imposições feitas pela FIFA, que já disse que o sr. Lula Megalomaníaco da Silva sabia na hora de assinar os documentos na época da escolha do país sede, agora já é revelado um dossiê com os abusos que estão sendo cometidos para a realização da mesma e das Olimpíadas em 2016, leiam abaixo o que está se passando;

 

Agência Pública

12.12.2011 12:04

Dossiê inédito revela abusos rumo à Copa do Mundo

Por Andrea Dip, da Agência Pública 

 
O clipe que propagandeia a Copa do Mundo de 2014, que será no Brasil, mostra uma mesa de reuniões de um escritório em Nova York. Um grito de gol ecoa de um lugar longínquo e um americano engravatado diz (em inglês): “Você ouviu isso?”.
      
Protesto contra os impactos da Copa do Mundo. Foto: Agência Pública
O vídeo segue mostrando as nossas belezas naturais como as lindas praias do Rio de Janeiro e as cataratas de Foz de Iguaçu. O locutor termina: “O Brasil está te chamando. Celebre a vida aqui”.
Aqui no Brasil, porém, o clamor das ruas parece mais de protesto do que de comemoração. Apaixonados por futebol, os torcedores dizem ter sua cidadania ameaçada por acordos de gabinete e seus direitos roubados pelas exigências da FIFA e as obras faraônicas que rasgam as cidades.
É o que se lê no dossiê “Mega-eventos e violações de Direitos Humanos no Brasil”, preparado pela Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa e das Olimpíadas, e lançado nesta segunda-feira (12) de forma simultânea pela Pública e em atos de Comitês Populares por todo o país
No Rio de Janeiro, haverá uma concentração em frente à Prefeitura às 10h30; em Belo Horizonte haverá uma marcha que se concentrará na Praça 7 às 14h; em Curitiba, uma marcha sairá às 10h rumo à Prefeitura de São José dos Pinhais. Em Natal haverá uma audiência pública; em São Paulo e em Porto Alegre, o documento será entregue às devidas prefeituras, enquanto em Brasília o comitê regional irá buscar o governo federal.
Acompanhamento das obras
O lançamento do documento acontece pouco depois da Articulação lançar um site próprio (http://www.portalpopulardacopa.org) que deve acompanhar a situação dos torcedores na contagem para a Copa do Mundo.
Tanto o site quanto o relatório foram produzidos conjuntamente por comitês populares, que são agremiações de organizações sociais e pessoas que serão atingidas pelas obras em Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Além de denúncias de violações de direitos, o documento traz um quadro completo de acompanhamento das obras para a copa do mundo, incluindo custos previstos, valores licitados e como está o andamento até o momento.
A reforma do Maracanã, por exemplo, tinha um valor previsto em 600 milhões mas acabou sendo licitado a um valor de 859 milhões, metade pago pelo BNDES segundo o dossiê. Da mesma forma, os píeres do porto do Rio de Janeiro, cujo custo estimado era de 314 milhões, foram licitados a 610 milhões. O mesmo ocorre com dezenas de projetos apontados no levantamento

Para os movimentos populares, segundo estimativas conservadoras, 170 mil pessoas têm hoje seu direito à moradia violado ou ameaçado pelos mega-eventos que estão por vir, em especial a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
O dossiê aponta que a realização da Copa do Mundo 2014 em doze cidades e das Olimpíadas 2016 no Rio de Janeiro agrega novos elementos críticos à já grave questão habitacional nessas capitais: grandes projetos urbanos com impactos econômicos, fundiários, urbanísticos, ambientais e sociais. Por exemplo, devem se proliferar os condomínios de luxo e centros empresariais que não “comportam” pobreza em seus arredores, ou podem atropelar comunidades para poder se expandir.
Não há dados oficiais sobre os despejos; o documento faz uma estimativa a partir de relatos de quem mora nas cidades.
Até o início de dezembro, havia 21 casos de vilas e favelas nas cidades de Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo que foram desocupadas, segundo o relato de seus moradores, “com estratégias de guerra”. Até o momento 2092 pessoas teriam sido despejadas.
“(São) estratégias de guerra e perseguição, como a marcação de casas a tinta sem esclarecimentos, a invasão de domicílios sem mandados judiciais, a apropriação indevida e destruição de bens móveis, a terceirização da violência verbal contra os moradores, as ameaças à integridade física e aos direitos fundamentais das famílias, o corte dos serviços públicos ou a demolição e o abandono dos escombros de uma em cada três casas subsequentes, para que toda e qualquer família tenha como vizinho o cenário de terror”, diz o documento.
Um dos casos mais emblemáticos é o do Parque Linear Várzeas do Tietê, na cidade de São Paulo. “Dividida em três etapas, a obra prevê a construção de uma avenida, ‘Via Parque’, para ‘valorizar a região’ [...] que fica às margens da rodovia Ayrton Senna, entre o Aeroporto Internacional de Guarulhos e o futuro estádio do Corinthians, provável sede paulista na Copa do Mundo, em Itaquera. Mais de 4.000 famílias já foram removidas do local sem serem consultadas sobre a implantação do parque e sem saber para onde iriam. Outras 6.000 famílias aguardam sem saber seu destino. ‘Pegaram nós de surpresa. Com um projeto de tamanha proporção, a comunidade no mínimo tinha que ser consultada. [...] As famílias foram morar ali há mais de 40 anos, quando ainda não era Área de Proteção Ambiental’, diz o líder comunitário Oswaldo Ribeiro”. 
Um dos locais mais ameaçados é Fortaleza, que segundo o documento terá mais de 15.000 famílias atingidas por empreendimentos relacionados à Copa do Mundo.


A FIFA determinou que as obras dos estádios deveriam estar prontas antes de 31 de dezembro de 2012, a tempo de sediar a Copa das Confederações em 2013.
Diversas vezes Jerome Valcke, secretário-geral da entidade, fez pronunciamentos em que alertava para o atraso das obras e cobrava do país um ritmo mais acelerado. Diante de tanta pressão, alguém tinha que pagar a conta.
Segundo o dossiê, foram os trabalhadores das obras: “Essa pressão parece favorecer também às próprias empreiteiras, uma vez que contribuiu para os atropelos legais, aportes adicionais de recursos públicos, irregularidades nos processos de licenciamento de obras e inconsistência e incompletude de alguns projetos licitados sem qualquer segurança econômica, ambiental e jurídica”, afirma o documento.
“Mais do que isso: serviu como pretexto para as violações de direitos dos trabalhadores nas obras dos estádios e dos projetos de infraestrutura. A conjugação entre a magnitude das obras e os cronogramas supostamente apertados para realizar os empreendimentos já tem resultado em más condições de trabalho e na superexploração dos operários, a despeito das cifras milionárias destinadas às obras”.
Em pouco tempo, mobilizações, paralisações e greves começaram a pipocar pelo país.
O dossiê contabiliza que até novembro de 2011, foram registradas pelo menos dez paralisações em seis dos 12 estádios que serão usados para a Copa: no Mineirão em Belo Horizonte, no Mané Garrincha em Brasília, no Arena Verdão em Cuiabá, Arena Castelão em Fortaleza, no Arena Pernambuco  em Recife e até no Maracanã, no Rio de Janeiro.
Entre as principais reivindicações das greves estavam desde aumento salarial e concessão de benefícios como plano de saúde, auxílio alimentação e garantia de transporte até melhoria nas condições de trabalho (em especial, os trabalhadores reclamam das condições de segurança, salubridade e alimentação), aumento do pagamento para horas extras e o fim do acúmulo de tarefas e jornadas de trabalho “desumanamente prolongadas”.


O povo, excluído da festa
Enquanto os movimento sociais estão promovendo cada vez mais o debate sobre as obras da Copa, no geral a população não participa dos órgãos e da estrutura de organização de sua preparação. As portas são fechadas à participação popular, segundo o dossiê.
“Informações sobre os processos de preparação para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 não são apenas negadas à população em geral, mas mantidas secretas até mesmo para os órgãos de controle do próprio Estado, como o Ministério Público” diz o dossiê, e ainda: “Nesse contexto, vemos as populações atingidas fora das instâncias decisórias e mesmo sem ter acesso à informações básicas para a defesa de seus direitos. Enquanto isso, uma diversidade de organismos são instituídos em nível federal, estadual e municipal, tais como grupos gestores, comitês, câmaras temáticas e secretarias especiais da copa”.

Passada a Copa, fica o legado
Em uma carta anexa ao documento, os comitês populares se mostram preocupados com o legado dos mega-eventos.
Dizem que até agora não é evidente que as obras contribuam minimamente para a inclusão social e a ampliação de direitos sociais, econômicos, culturais e ambientais: “Ao contrário, a falta de diálogo e transparência dos investimentos aponta para a repetição do que ocorreu no período dos Jogos Panamericanos de 2007, quando assistimos ao desperdício de recursos públicos (de acordo com o TCU, mais de R$ 3,4 bilhões foram gastos de forma indevida, mas ninguém foi punido) em obras superfaturadas que se transformaram em elefantes brancos”.

 Leram todos os absurdos que estão acontecendo, alem dos valores astronômicos que estão sendo desviados, ainda existem pessoas humildes sendo lesadas em seus bens, seus locais de moradia, enfim em suas vidas, e tudo para que o Sr. Lula, seja conhecido como o Presidente que trouxe a Copa para o Brasil, é um caso de policia, uma agressão a cidadania brasileira imposta por uma entidade particular e cheia de corruptos como a FIFA  como se sabe, até quando vamos permitir tudo isto, este governo que aí está não é digno de governar um país como o Brasil.

Até amanhã.

Nenhum comentário:

Postar um comentário