domingo, 3 de março de 2013

LULA/LINCOLN PODE ISTO - BOBAGENS DO PALANQUE ANTECIPADO DITOS CLARO POR LULA - VE SE APRENDE DILMA - YOANI E CUBA - APOIAMOS A VENEZUELA EM SEUS MAL FEITOS - REDE DE DIFAMAÇÃO PETISTA - E.... ECONOMIA A PIQUE -







Bom dia, estamos ainda com o noticiário tentando digerir a grande bobagem, como outras, aliás só fala bobagens, do Megalomaníaco Lula da Silva, sua comparação com o grande estadista Lincoln se tornou alvo da atenção generalizada por sua tamanha insensatez, tal qual já havia falado e se comparado a Cristo ao se eleger salvador do Brasil, mais uma vez não caiu nas reais conseqüências de sua comparação. O sujeito se acha mesmo, até a Getulio Vargas já se comparou entre outros grandes estadistas, o que infelizmente ele não o é, mas sim um estelionatário que vende ao povo uma imagem de humildade o que sabemos não é verdade, já desde os tempos da ditadura foi um farsante, foi aquele que até fraudar uma greve de fome patrocinada pelos sindicalistas na época o fez, alem de muitas outras safadezas e pseudo espertezas de quem se acredita um ser superior, este é Lula o Mentiroso para quem não conhece ainda e acredita na imagem que lhes é vendida por este sujeitinho que merecia era estar na cadeia junto com seus comparsas do mensalão condenados pela justiça, não enganando o povo brasileiro.


Outro assunto que tem pautado nos últimos dias,  é sobre nossa economia e para onde estamos sendo levados pelo governo petista e seu Ministro Guido Mantega, este já alvo de chacota internacional como aqui falei ontem, novos comentários de eminentes economistas nos trazem a realidade que o governo está tentando esconder e fraudar com jogos e manobras fiscais inaceitáveis, infelizmente a Sra. Dilma, aquela que não é, está deixando o barco ir sem rumo dirigido por este senhor incompetente que lá está por força da influência de Lula, a eminência parda que realmente governa o país, apesar de todos os avisos e ponderações eles não estão dando a mínima para o caos que se aproxima, infelizmente.


YOANI a delicadeza de uma mulher a mercê dos raivosos comunistas e petistas que tudo fizeram para calá-la, o que será  que eles não queriam que ouvíssemos, sei dizer a vocês, não queriam que a verdadeira Cuba fosse mostrada ao povo humilde de nosso país que sonha que sua vida seja melhor um dia e que cai no conto dos esquerdistas e petistas que cantam o socialismo como a grande solução para a pobreza em que vivem, Yoani iria dizer e disse mesmo assim, que Cuba não é o o que dizem aqui no Brasil criado pelos marqueteiros, e sim é um país em decadência a décadas e só se sustenta pela força empregada a seus opositores, lhes prendendo e tirando a liberdade de expressão de todas as maneiras, censurando e cerceando as liberdades individuais dos cubanos contrários a ditadura que lhes é imposta, isto era o que não queriam que Yoani contasse, mas mesmo assim ela contou e a corja raivosa prestou um grande serviço ao povo brasileiro mostrando quem são na realidade, bagunceiros e violentos, comunistas/fascistas, e a favor da ditadura.



Trago também um magnífico texto de Guilherme Fiúza sobre o PT, o governo e o assessor de Dilma para assuntos externos Marco Aurélio Garcia, o Marxista/Fascista que coordena e manda na política externa do país, a comparação feita com o que acontece na vizinha Venezuela é de todo verdadeira, apoiamos até a quebra da constituição Venezuelana feita por Hugo Chavez para não assumir agora o governo quando deveria ter havido novas eleições por vacância já que o eleito não estava presente no dia marcado para sua posse, numa manobra dos membros do congresso aliados, rasgaram a constituição sem nenhuma cerimonia para beneficiar Hugo Chavez e sua quadrilha que tomaram para si o país sem se importar com seu povo e suas regras, é o querem aqui o PT e o governo, felizmente ainda temos algumas instituições fortes que estão inibindo a tentativa deles, porem devemos continuar atentos para que isto não aconteça.


Juarez Capaverde







‘Lula, aliás Lincoln’, editorial do Estadão

PUBLICADO NO ESTADÃO DESTA SEXTA-FEIRA

Lula deu agora para se comparar com Abraham Lincoln. A maior afinidade com o presidente responsável pela abolição da escravatura nos Estados Unidos, Lula a vê diretamente relacionada com a postura crítica da imprensa em relação a ambos: “Esses dias eu estava lendo o livro do Lincoln. E fiquei impressionado como a imprensa batia no Lincoln em 1860, igualzinho bate em mim”. 

Com seu habitual descompromisso com a seriedade, Lula pretendeu ombrear-se com um dos maiores vultos da História e, ao mesmo tempo, mais uma vez desqualificar o trabalho da imprensa, a quem acusa do imperdoável crime de frequentemente contrariar suas opiniões e interesses. Foi um dos melhores momentos de seu show de meia hora durante as comemorações dos 30 anos da CUT, na última quarta-feira em São Paulo.

Essa nova bravata do Grande Chefe do Partido dos Trabalhadores (PT) não chega a ser novidade. É apenas mais uma a enriquecer a já alentada antologia das melhores pérolas de seu sofisticado pensamento político-filosófico. Novidade é a revelação de que Lula anda lendo livros. Confessou-o explicitamente, em tom de blague, dirigindo-se ao ministro Gilberto Carvalho, que fazia parte da mesa. “Estou lendo muito agora, viu Gilberto? Só do Ricardo Kotscho e do Frei Betto, li mais de 300″, exagerou, em simpática referência a dois ex-colaboradores com quem já manteve relações mais estreitas.

Depois de falar mal da imprensa, Lula sugeriu que, diante da “falta de espaço” para as questões de interesse dos assalariados na mídia “conservadora”, os sindicatos de trabalhadores se articulem para ampliar e tomar mais eficazes seus próprios meios de comunicação. Uma recomendação um tanto ociosa, pelo menos do que diz respeito à CUT, que dispõe de uma ampla rede de comunicação integrada por uma emissora de televisão, três de rádio, dois sites de notícias, dois jornais e uma revista mensal. 

Mas o verdadeiro problema não é exatamente a existência ou não de veículos de comunicação abertos às questões de interesse das organizações sindicais, mas o nível de credibilidade e, consequentemente, de audiência e leitura desses veículos.
Na verdade, o que o lulopetismo ambiciona para a consolidação de seu projeto de poder é dispor de mecanismos de controle da grande mídia, dos jornais, revistas e emissoras de rádio e televisão que atingem o grande público e por essa razão têm maior peso na formação de opinião. 

Por entenderem que a maior parte da grande mídia está comprometida com interesses das “elites” e, por essa razão, é “antidemocrática”, o PT e seus aliados à esquerda defendem a criação de mecanismos que permitam a “democratização dos meios de comunicação”. Trata-se de um argumento absolutamente falacioso, pela razão óbvia de que, se a grande mídia tivesse realmente o viés que lhe é atribuído pela companheirada, o petismo, que se diz discriminado e perseguido por ela, não venceria três eleições presidenciais consecutivas e não estaria comemorando 10 anos de hegemonia política no plano federal.

Ocorre que o pouco que existe de pensamento político em Lula e seus companheiros está hoje quase todo vinculado estritamente à garantia das vantagens materiais que o poder proporciona. O que vai além disso se deixou impregnar pelo autoritarismo que sustenta regimes como os do Irã, Coreia do Norte e China, no Oriente, e Cuba e as repúblicas “bolivarianas” da Venezuela, Equador, Bolívia e Nicarágua, no Ocidente. Ou seja, as autocracias às quais a diplomacia do governo petista se aliou.

Lula, a bem da verdade, não tem formação marxista – ou qualquer outra. Foi sempre um pragmático, avesso a dogmatismos. Forjado na luta sindical, seu pensamento se resume ao confronto de interesses entre empregados e patrões. O resultado desse pragmatismo é a indigência de valores que, como nunca antes na história deste país, predomina hoje na vida política nacional e tem seu melhor exemplo no nosso desmoralizado Parlamento.

Mas Lula é líder popular consagrado, glória que lhe subiu à cabeça e lhe permite acreditar no que quiser, inclusive que se parece com Abraham Lincoln.



Merval Pereira

“Eu acho que o Fernando Henrique Cardoso deveria, no mínimo, ficar quieto. O que ele deveria fazer é contribuir para a Dilma continuar a governar o Brasil bem, ou seja, deixa ela trabalhar”. Nessa curta frase do ex-presidente Lula está expressa sua ideia de democracia e, sobretudo, a visão que tem sobre o que é fazer oposição. Desde que Lula chegou à Presidência da República, criou-se um mito no Brasil: falar mal do ex-operário que chegou ao Poder pelo voto é proibido, revela o preconceito social de quem o faz.

Fazer oposição ao governo popular que chegou para nos redimir só pode ser coisa de direitistas raivosos, de reacionários a serviço dos piores interesses. Ao contrário, basta que alguém adira ao governo petista para se transformar imediatamente em pessoa respeitável, sobre quem nada pode ser dito sem que uma crítica signifique tentativa de desestabilizar o tal governo popular.

Reputações são lavadas em segundos, passados são esquecidos, muitos se tornam esquerdistas tardiamente. Quantos parentes de presos políticos que nunca levantaram um dedo para repudiar a ditadura, agora posam de esquerdistas em defesa da memória de seus queridos, e aproveitam para tirar um benefício do governo, da mesma forma que se beneficiavam da ditadura que não condenavam?

Por que Fernando Henrique deveria “no mínimo ficar quieto”, se tanto quanto ele, os ex-presidentes que nos restam atuam politicamente com intensidade, dois deles com mandatos eletivos? E por que Fernando Henrique deveria deixar Dilma trabalhar em paz se ele é o principal nome da oposição no Brasil e, como o nome diz, tem como função principal se opor ao que está aí no governo?

O que fazia o PT quando estava na oposição? Deixava Fernando Henrique governar com tranquilidade ou, ao contrário, tentava por todos os meios boicotar sua administração, nas votações no Congresso e nas ações dos sindicatos e ONGs ligadas ao PT? Logo no início do governo Lula, quando ele assumiu surpreendentemente como tarefa de seu governo prosseguir a reforma da Previdência, conversei com o então presidente da Câmara Federal, deputado João Paulo Cunha – hoje condenado pela participação no mensalão – e perguntei a ele por que o PT se batera tanto contra a reforma quando o PSDB estava no governo se agora se mostrava favorável a ela.

Ele, candidamente, respondeu: “Luta política”. Simples assim. A “luta política” justificava tudo, até mesmo trabalhar contra medidas que eles consideravam acertadas. Enquanto ainda era Presidente, Lula reclamava da ação de Fernando Henrique, dizendo que ele tinha que aprender a ser ex-presidente. Houve um momento em que um petista graduado disse que o ex-presidente tucano deveria ir para a casa “cuidar dos netinhos”.
Lula prontificava-se a fazer isso, ao mesmo tempo em que prometia voltar a fazer churrascos para os amigos, sem se meter em política. Ensinaria a Fernando Henrique o que é ser um ex-presidente. Sabemos muito bem o que ele fez desde o primeiro momento em que deixou a presidência.

Faz questão de demonstrar sempre que quem está no comando é ele, a ponto de, na reunião do PT para comemorar os 10 anos de poder do partido, Lula ter feito um discurso em que tratou a Presidente Dilma Rousseff como se fosse um oposicionista. Como ele sempre é o centro de suas próprias falas, Lula fez brincadeira com sua conhecida vaidade. Disse que gostava tanto dele mesmo que sempre votou em si próprio para Presidente da República, e que quando não pode mais fazê-lo, votou num “poste”.

O “poste” em questão estava ali a seu lado, era a Presidente da República, que foi classificada assim durante a campanha eleitoral pelos críticos de sua escolha. Para aliviar o ambiente, Lula deu um fecho generoso à sua piada de mau-gosto, dizendo que o “poste” Dilma estava iluminando o Brasil.

Todas essas atitudes de Lula fora do poder podem ser perfeitamente aceitáveis para seus correligionários e eleitores, que costumam não ver seus defeitos. Mas não é possível que críticas aos governos petistas, ou mesmo à sua pessoa, sejam consideradas demonstrações de reacionarismo político, ou tentativa de boicotar as ações do governo popular que chegou para redimir o país, sem dever nada a ninguém, sem ter herdado nada, tendo construído tudo. Lula alimenta essa bobajada.





Vê se aprende, Dilma  


Míriam Leitão, O Globo

Se a presidente Dilma quer ganhar a eleição de 2014 precisa olhar para 2013. Nos últimos dias, seus olhos estiveram em vários anos diferentes, menos no que está diante de nós para ser vivido e construído.

Olhou para 2003 e não viu o cadastro que o governo recebeu, que, aperfeiçoado, foi a base do Bolsa Família. Olhou para o período entre 1994 e 2002 e não viu a vitória sobre a hiperinflação.

É uma pena que não tenha visto o que já foi feito, porque há muito a fazer. Uma das tarefas imediatas é passar para os empresários estrangeiros, que estão sendo visitados pelas autoridades brasileiras nestes dias, a convicção de que o governo tem um rumo e que não é apenas ganhar a eleição de 2014.

Se a presidente Dilma e seus enviados afirmarem aos investidores que nada havia antes de 2003, que o Brasil era uma terra arrasada, e que tudo foi construído pelo PT, eles vão estranhar. Todos já sabem o básico sobre as evoluções das últimas duas décadas no Brasil.

A dívida externa contraída pelos militares foi renegociada. Todos os velhos papéis foram trocados por outros com novos prazos e preços sob o comando do negociador Pedro Malan. Isso permitiu ao país voltar ao mercado financeiro internacional.

A inflação que atingiu dois dígitos no começo dos anos 1940, continuou sua escalada e fugiu ao controle nos anos 1980 e 1990. Só foi domada com o Plano Real, mas antes dele passos importantes foram dados em governos diferentes, todos democratas, para derrotar esse mal que perseguiu o Brasil.

Foi uma construção coletiva e uma escolha do país, mas nesse processo de vitória sobre a inflação é inegável o papel dos ex-presidentes Fernando Henrique e Itamar Franco. É também inegável que o PT se opôs ao projeto até que, no governo, o herdou e preservou.

Os investidores desse mundo interconectado têm mais informação sobre o Brasil do que tinham no passado — quando confundiam Brasília com Buenos Aires. Eles achariam estranhíssima a frase de que “não herdamos nada, construímos tudo”.
Após a queda da inflação é que o Brasil passou a ser levado a sério. Antes, era motivo de chacota. Mas o Plano Real não foi um fim. Ele se dispôs para o país no meio do caminho. Foi preciso desmontar uma parafernália fiscal recebida de herança dos governos militares para levar o país à Lei de Responsabilidade Fiscal. Isso também foi construído antes do PT e com a sua oposição.

Na energia, o governo do PSDB passou pelo fiasco do apagão. Para consertar o que fez, montou um sistema de termelétricas para ser acionado quando fosse o caso de poupar água nos reservatórios. Não é o ideal, mas é o que está sendo usado este ano para superar o risco criado pela enorme queda do nível de água.

A presidente disse que quem falou em falta de energia estava criando instabilidade. Foi por não se falar do perigo a tempo que houve o apagão. Os alertas são necessários, no governo e fora dele.

Em dezembro, o nível dos reservatórios chegou a 28% na região Sudeste e a 32% no Nordeste, as duas regiões que representam 88% da capacidade instalada. Depois de toda a chuvarada, estão em 45% e 41%, respectivamente. Isso é muito menos que o percentual do mesmo mês de 2012: 80% e 85%.

Por isso, o governo decidiu continuar usando as termelétricas, que custarão mais de R$ 6 bilhões este ano se ficarem ligadas até dezembro. Esse valor só não anulará o efeito da redução do preço da energia porque o governo está construindo uma engenharia financeira que transferirá o custo para o Tesouro.

Em vários dos avanços brasileiros há continuidade. Cada partido tem que marcar as diferenças no discurso que levará para o palanque, mas nas falas recentes da presidente certas afirmações não correspondem aos fatos. Esse cacoete era do ex-presidente Lula. Não é necessário no palanque de 2014. Melhor base o palanque terá se a presidente encarar 2013 e seus desafios.



‘Furacão sobre Cuba’

por Fernando Gabeira

 

PUBLICADO NO ESTADÃO DESTA SEXTA-FEIRA

Grande parte dos neurônios da esquerda triunfante brasileira foi irremediavelmente perdida na guerra fria. Com seus aliados cubanos, ela nos jogou no século passado durante a visita da blogueira Yoani Sánchez.

Sartre pediria um dose de absinto para entender que outro furacão ameaça Cuba: a revolução digital. Marx precisaria de boas almofadas para acomodar seus furúnculos no bumbum ao contatar que uma ditadura comunista não resiste ao avanço tecnológico e científico da humanidade.

Cuba e Venezuela estão ligadas por fibra ótica. Do ponto de vista técnico, a ilha poderia estar toda conectada ao mundo e, pela criatividade e boa educação de seu povo, achar novos caminhos para superar seu atraso econômico. Mas o instrumento não pode ser usado em sua amplitude porque ameaça a estabilidade do governo. Para que o governo exista o atraso precisa sobreviver.

Yoani não é a primeira voz dissidente em Cuba. Mas foi a que melhor usou a conexão com o mundo não só para divulgar seus artigos, mas para garantir algum nível de proteção diante da burocracia. De longe, com seus cabelos longos, saias compridas, pode sugerir aquela personagem que sobe no fio e desanda a fazer milagre no filme Teorema, de Pasolini. Mas é articulada, responde a todas as perguntas, até às mais provocativas, e certamente também foi arrastada para o século passado com aquelas pessoas gritando palavras de ordem.

Digo isso porque no seu blog confessou que a experiência com os militantes brasileiros lhe lembrou coisas parecidas em Cuba, sobretudo os gritos de “traidora” contra uma vizinha que iria para o Porto de Mariel na grande debandada permitida pelo governo. Numa entrevista ressaltou que nem os jovens cubanos usam mais o termo ianque. Um forte cheiro de naftalina exalou não só dos cartazes e gritos, mas de toda a história da campanha organizada pela embaixada cubana, com apoio do batalhão digital do PT.

O curioso é que dentre aqueles cartazes havia um que Yoani empunharia com naturalidade: o que pede o fim do embargo econômico à ilha. O problema é o bloqueio mental, porque torna mais denso o cerco econômico. A manobra articulada pelos cubanos e seus aliados na esquerda é típica de estrategistas que perderam o contato com a realidade. Constantemente obtêm o oposto do que projetaram.

A campanha contra Yoani ampliou a repercussão de sua visita ao Brasil e estendeu o halo de simpatia em torno de uma pessoa que luta pela liberdade de expressão. Em todos os contatos espontâneos ela recebeu carinho no País. Isso talvez tenha mostrado rapidamente a uma estrangeira que nossa política externa expressa a vontade de um partido dominante, não a vontade nacional.

Os neurônios perdidos na guerra fria fazem enorme falta à esquerda no poder. Por que não contestar com argumentos a luta pela liberdade de expressão num regime ditatorial? Simplesmente porque a burocracia cubana e, agora, a brasileira já não se dispõem ao debate, apenas à desqualificação dos que delas divergem.

No livro de Reinaldo Arenas Antes que Anoiteça segui, emocionado, alguns lances do aniquilamento de uma geração de intelectuais e poetas pelas forças da repressão. Percebi que, tanto nele como em Raúl Rivero e mesmo em Juan Pedro Gutierrez, que vive em Havana, existe um grande vínculo com a vida, com os sentidos, e intuí que talvez venha daí a força para prosseguir adiante, apesar da aspereza do cotidiano numa ditadura.

No dossiê que os burocratas cubanos prepararam contra Yoani consta que ela gosta de comer bananas e, às vezes, tomar cerveja com os amigos. Seu último fim de semana foi passado no Rio. Deve ter percebido que o crime que lhe atribuem é uma delinquência de massa, com tanta gente tomando cerveja num domingo de muito calor. A burocracia investe contra isso não apenas pela cerveja ou mesmo pelas bananas. Ela investe contra o prazer, contra a vida, da mesma forma que investiu contra os antecessores de Yoani. Esse é o núcleo indestrutível que ela não consegue alcançar. Suas táticas puritanas no Brasil, então, não têm a mínima chance de prosperar.

Yes, nós temos bananas. O Brasil não é só um grupo de caras de barba vociferando nas ruas e nos blogs. A passagem de Yoani foi uma contribuição nacional para iluminar a realidade cubana e dissipar a aura de romantismo em torno da revolução. Os adversários ajudaram, é verdade. Fizeram a parte do leão, admito. Se continuo nesse tom, acabo me empolgando e escrevendo que os adversários são bons companheiros, ninguém pode negar…

Em alguns momentos você pode errar de século ou mesmo de alvo. Os sequestradores do embaixador americano, em setembro de 1969, quase o confundiram com o embaixador de Portugal. Quando houve um quebra-pau em Minas na passagem do Brizola por BH, um pouco antes do golpe de 64, José Maria Rabelo era protegido por um segurança que socava todo mundo aos gritos de “vamos acabar com esses comunistas!”. José Maria agarrou-o pelos braços e disse: “Comunistas somos nós, comunistas somos nós”. E ele respondeu: “Ah, bem”.

A recepção que cubanos e petistas eletrônicos deram a Yoani não tem a graça do século passado. É um equívoco que envolve o destino de 11 milhões de cubanos e a reputação internacional do Brasil. No passado, pelo menos, havia alguma imaginação. Se um dia a esquerda encastelada no poder for obrigada a voltar a lutar nas ruas por uma causa justa, estará perdida. Imaginem quem será convencido por um grupo de pessoas, narizes de palhaço, gritando coisas do século passado… 

Ainda não perceberam que o século passou e levou consigo a Juventude Hitlerista, os Guardas Vermelhos, deixando-nos apenas com uns estridentes palhaços chamando de traidora uma jovem mulher cuja vida é o exercício de liberdade.

Eduardo Suplicy bem que tentou fazê-los discutir, mostrar que tudo aquilo era absurdo. O embaixador cubano chegou a perguntar se o senador não era da CIA. Suplicy da CIA? Só quem não o conhece poderia pensar nisso. E quem conhece um pouco a CIA sabe que, apesar de todas as suas loucuras, não seria ousada a esse ponto.










Bando de loucos

RUTH DE AQUINO
 
RUTH DE AQUINO é colunista de ÉPOCA raquino@edglobo.com.br 

O fanatismo assusta. No futebol, na religião ou na política, os fanáticos arremessam sinalizadores para intimidar o outro, o adversário, o oponente. Às vezes, os sinalizadores calam, às vezes matam. Quando o fanatismo chega ao poder, quando se confunde com um governo, quando é legitimado por um regime, de direita ou de esquerda, chegamos ao perigoso fanatismo de Estado. Esse fanatismo oficial maquia números e fatos, censura, encarcera, tortura, exila e executa.


Quando “a opinião é traição” – e assim é na Cuba de Yoani Sánchez e dos irmãos Castro, um país que não confia em sua própria população para votar –, o medo de pensar diferente se instala em cada criança, cada jovem, cada adulto. Há mais de meio século, o castrismo não dá aos cubanos o direito de se expressar livremente nas urnas, nas ruas ou na mídia.


Seria absurdo supor que, no Brasil, a democracia esteja ameaçada por esses grupelhos com nariz de palhaço que jogaram na blogueira Yoani notas falsas de dólar, xingando e vaiando a moça em vários Estados. Melhor enxergá-los como protestos de jovens desinformados, que nunca foram a Havana, jamais viram documentários com as mazelas da vida cubana, desconhecem o que é viver num lugar onde o Estado determina o que você pode ou não ler e consumir.


Fui a Cuba em janeiro de 1983, há 30 anos portanto. Brasil e Cuba ainda não tinham relações diplomáticas. Nosso passaporte não podia ser carimbado, íamos por Bogotá e voltávamos pela Cidade do México. Achava absurdo esse isolamento. Admirava o esforço da ilha para dar educação e saúde à população. Adorei o povo cubano e suas festas, o sorvete na Coppelia, o mojito na Bodeguita del Medio, a praia de Varadero, as escolas para jovens no campo. Encontrei Fidel no Palácio, com sua farda, o charuto, o rum e o carisma. Mas o mito acabou ali. Ficou claro para mim o medo dos cubanos na rua. Diziam ser espionados. Ansiavam comprar dólares, escapar ao racionamento, consumir nas “tiendas” reservadas aos estrangeiros. Queriam viajar, prosperar.

Yoani escreveu: “Eles queriam me linchar. Eu queria conversar”. Essa reação me faz temer pelo futuro do Brasil.

Quando visitei Cuba, Yoani tinha 7 anos. Hoje, tem 37. Em seu blog, escreveu no último dia 19: “Vivi muitos atos de repúdio (...). Lembro um especialmente violento junto às Mulheres de Branco, quando as hordas da intolerância nos empurraram e até puxaram nossos cabelos. Mas este (na Bahia) foi inédito para mim. O piquete de extremistas que impediu a projeção do filme de Dado Galvão em Feira de Santana era mais que uma soma de adeptos incondicionais do governo cubano.

Todos brandiam o mesmo documento com um monte de mentiras sobre mim, tão fáceis de rebater em uma simples conversa. Repetiam um roteiro idêntico sem a menor intenção de escutar uma réplica minha. Gritavam, interrompiam, num certo momento ficaram violentos e entoavam slogans que já não são usados nem mesmo em Cuba”. Eram, segundo ela, “robôs programados”, “com as veias do pescoço inchadas”. Yoani escreveu: “Eles queriam me linchar, eu queria conversar”.


O problema não foram as manifestações nem as vaias. Elas fazem parte da democracia. Mas a agressividade planejada para silenciar Yoani. Impedir que alguém fale é coisa de fanático com medo de ouvir, debater, argumentar. Deu vergonha a falta de educação e civilidade.


Os manifestantes transformaram uma pequena notícia – a visita de uma cronista cubana dissidente – em manchete. A blogueira da Geração Y, que condena o bloqueio americano a Cuba, virou meteoro da CIA. Foi parar na Câmara. O que vimos? Uma mulher magra, de camiseta, com os cabelos enormes jogados para o lado, sem um pingo de maquiagem, um sorriso calmo, cercada por políticos engravatados, seguranças e manifestantes enfurecidos. A reação a Yoani foi de uma desproporção tal que aí, sim, me fez temer pela polarização futura do Brasil.


“Vai embora, vai embora, blogueira imperialista. A América Latina vai ser toda comunista.” Quem gritava essas palavras de ordem na Livraria Cultura de São Paulo eram “umas belezinhas de tênis Nike e camiseta Gap”, disse a jornalista Mona Dorf no Facebook. “Uns 20 delinquentes começaram a gritar e apitar. Uivavam como bichos. Yoani mal balbuciou a resposta sobre o Wikileaks.” Debate interrompido, Mona saiu triste com “o comportamento vergonhoso e fascista dos manifestantes”. Um bando de fanáticos.


* * *
O cartaz comemorativo dos dez anos do PT no poder dá um arrepio na espinha por sua estética totalitária. Qualquer um, mesmo simpatizante de Lula e Dilma, percebe a semelhança com peças de propaganda soviética e chinesa. O cartaz estimula a idolatria, apela ao nacionalismo e ao populismo extremados. Não faz jus ao Brasil de hoje nem, espero, ao de 2014. 


O contrabando chavista é nosso

 

 (ÉPOCA – edição 765)

O Brasil apoiou o adiamento da posse presidencial na Venezuela, para esperar um pouco mais por Hugo Chávez. O jeitinho venezuelano de preservar sua democracia na marra tem dessas licenças poéticas. A lei é soberana, desde que não contrarie as conveniências do espírito bolivariano, encarnado no coronel-presidente. Diante desse truque da esquerda bandoleira, o Brasil poderia até ter deixado passar, ter fingido que não viu, ter mudado de assunto. Mas, não: ergueu-se a voz do Itamaraty, sacudindo o Barão do Rio Branco nas catacumbas, para anunciar que o governo da companheira Dilma apóia o contrabando político do companheiro Chávez.

A solidariedade é compreensível. São dois projetos – o que governa o Brasil e o que governa a Venezuela – irmanados no mesmo princípio essencial: não largar o osso, custe o que custar. Nunca é demais lembrar que o Itamaraty, na era do governo popular, segue a linha doutrinária de Marco Aurélio Garcia – aquele flagrado comemorando com gestos obscenos (o clássico “top-top”) a notícia de que as duas centenas de mortes no acidente da TAM se deveriam a falhas do avião, e não do governo. 

A escala de valores dessa turma, como se vê, obedece a códigos humanitários muito especiais. Também ficou na história – ou melhor: não ficou, porque o Brasil esquece tudo – a declaração do então ministro da Previdência e prócer do PT, Ricardo Berzoini, durante uma operação para recadastramento de aposentados do INSS. Depois de insistir em obrigar velhinhos de 90 anos a penar em filas imensas a céu aberto, Berzoini finalmente recuou diante das imagens de idosos desmaiando nas calçadas. E justificou o recuo, placidamente, dizendo que o “desgaste” seria grande. Com aposentados sob tortura nas ruas, o ministro se referia ao desgaste do PT. Eles só pensam naquilo.

É, portanto, absolutamente natural o apoio do Itamaraty ao cambalacho constitucional dos companheiros chavistas. O que importa é manter viva a lenda terceiro-mundista da revanche popular sobre as elites – conto de fadas que alimenta a mais formidável indústria do voto da história das Américas. 

Foi sob essa mesma doutrina que Lula trocou carinhos em público com o sanguinário Muammar Khadafi, o falecido (linchado) ditador líbio que brilhava no presépio do antiamericanismo. Com Mahmoud Ahmadinejad, o tarado atômico do Irã, o governo popular foi mais longe, convidando-o para passear de queixo empinado em nossos quintais – como parte da pantomima de resistência contra o império yankee. Sem falar na comparação antológica do lulismo entre bandidos paulistas e presos políticos cubanos – para legitimar o apoio do PT a Fidel Castro. 

E tome literatura progressista, com a aliança folclórica entre as “presidentas” Dilma Rousseff e Cristina Kirchner – na qual a brasileira banca ideologicamente os arroubos autoritários da colega argentina, em sua cruzada contra a liberdade de expressão. O mesmo plano de controle da mídia está firme no ideário do PT, e só não foi posto em prática (ainda) porque a imprensa brasileira é mais vigorosa. Mas a demagogia tarifária que apodreceu o setor elétrico argentino já foi devidamente importada, com as consequências devastadoras a que o Brasil hoje assiste nas empresas de energia.
O alinhamento do Itamaraty com mais esse golpe da democracia privatizada venezuelana não é só um ato vergonhoso, para enriquecer o folclore de um governo que fala com o mundo através do sectarismo obsceno de um Marco Aurélio Garcia. 

Esse gesto expressa a inequívoca tentação chavista do regime liderado pelo PT, que está há dez anos manobrando para subjugar o Estado brasileiro pelo aparelhamento político. O mensalão nada mais foi do que o capítulo mais escandaloso dessa doutrina.

Mas os brasileiros não se importam com a implantação desse parasitismo institucionalizado, e marcham para dar-lhe o quarto mandato presidencial consecutivo, visando o aperfeiçoamento da obra. 

O Itamaraty pode apoiar todos os golpes chavistas, assim como pode dar passaporte diplomático para Valdemiro e Franciléa, líderes da Igreja Mundial do Poder de Deus, alegando que isso seja de interesse nacional. Deve ser mesmo. Os interesses da nação têm obedecido a crenças que até Deus duvida.










03/03/2013
às 5:57

Petista, que é funcionário de vice-presidente da Câmara, é pago com dinheiro público para alimentar rede de difamação na Internet. E já está vendendo seus serviços

Vejam estas duas caras.

Por que estão aqui? Vamos lá.

Escrevi na manha de ontem um texto sobre a resolução do Diretório Nacional do PT que, na prática, prega a censura à imprensa. O partido pretende manipular uma proposta de emenda à Constituição de “iniciativa popular” para regulamentar o que eles chamam “mídia”. Como evidencio naquele texto, eles querem mesmo é controle de conteúdo.

O PT já interfere avidamente no setor, e a imprensa, no Brasil, em muitos aspectos, é menos livre hoje do que já foi um dia. E como se dá essa interferência? O governo federal, por meio da publicidade direta e das estatais, premia veículos sabujos. O dinheiro público financia uma vasta rede de difamação disfarçada de jornalismo — os blogs sujos, os sites sujos, as revistas sujas, os sujos sujos… Seu trabalho é falar bem do PT, atacar a oposição e difamar a imprensa independente.

As coisas não param por aí. E voltamos, então, àqueles dois senhores que estão lá no alto. O da esquerda é o deputado André Vargas (PT-PR), secretário de Comunicação do PT e vice-presidente da Câmara dos Deputados. O da direita é André Guimarães, seu funcionário. O que eles fazem? Reproduzo texto publicado na VEJA Online, que se refere a uma reportagem de Hugo Marques, publicada na revista desta semana. Leiam. Volto em seguida.
*
São muitas as histórias de anônimos que alcançaram a fama por meio da internet. O petista André Guimarães tem planos ambiciosos nessa direção. Criador da RedePT13, uma organização virtual formada por perfis falsos e blogs apócrifos usados para atacar aqueles que são considerados inimigos do partido, ele já é uma celebridade entre seus pares. Se é preciso espalhar uma mentira para difamar alguém, Guimarães é acionado. Se for apenas para ridicularizar um oponente, o rapaz conhece todos os caminhos sujos. Na visita da blogueira Yoani Sánchez, ele trabalhou como nunca. A rede postou montagens fotográficas, incentivou os protestos e difundiu um falso dossiê produzido contra ela pela embaixada cubana. O problema é que o “ciberguerrilheiro” petista sustenta sua atividade criminosa com dinheiro público, dinheiro do contribuinte. André Guimarães é funcionário do Congresso. Está lotado e recebe salário no gabinete do deputado André Vargas, o atual vice-presidente da Câmara e secretário nacional de comunicação do PT.

Voltei

Vocês tratem de acreditar no que seus olhos leram. O vice-presidente da Câmara dos Deputados tem um funcionário cuja especialidade é difamar pessoas e instituições na Internet. Ele se tornou o fortão do bairro Peixoto nessa matéria.

Assim, sempre que vocês ouvirem um petista pregando a “regulamentação da mídia” para, segundo diz o partido, “democratizar a comunicação”, não hesitem um só instante em chamar a justificativa de mentira, de empulhação, de safadeza mesmo! O PT, que já usa hoje dinheiro público para manter redes de difamação, quer encontrar caminhos para controlar o conteúdo também nas empresas privadas de comunicação.

Leiam a reportagem na revista. O tal André Guimarães desenvolveu de tal sorte a expertise da difamação que, acreditem!, ele sai Brasil afora oferecendo o seu método para estados e prefeituras. O pacote oferecido, a depender do serviço, pode custar de R$ 2 mil a R$ 30 mil de mensalidade. Na reunião feita na embaixada cubana, que traçou a estratégia para difamar Yoani Sánchez no Brasil, estava presente um outro especialista em “ciberguerrilha”: Ricardo Augusto Poppi Martins, que trabalha para Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência.

Poppi: homem de Carvalho participou de reunião que decidiu ação difamatória contra Yoani Sánchez

Para idiotas

O “trabalho” de Guimarães é coisa para cretinos, para idiotas. Mas quantos são os cretinos e os idiotas? Uma das “sacadas” de sua rede difamatória, por exemplo, é opor Julian Assange, que está escondido na embaixada do Equador na Inglaterra, a Yoani Sánchez. Segundo esse gênio da análise política, isso demonstraria que o capitalismo, que estaria querendo prender Assange, é uma ditadura, e o comunismo cubano, que permitiu a viagem de Yoani, é uma democracia. Uau!

Embora Assange tenha cometido uma penca de crimes envolvendo o roubo de dados sigilosos (isso nada tem a ver com jornalismo ou liberdade de expressão; é banditismo) —, e o único crime da blogueira cubana seja escrever o que pensa —, o chefão do Wikileaks está escondido na embaixada de um país que censura a imprensa, regime que ele apoia com entusiasmo, porque há uma ordem de extradição contra ele para que responda por crime de estupro.

Mas isso é o de menos. As democracias não proíbem que as pessoas digam boçalidades. O ponto é outro. Guimarães está sendo pago com dinheiro público para  alimentar uma rede de difamação.

Em maio, os blogueiros puxa-sacos que se dizem “progressistas” vão realizar um encontro em Fortaleza. Constituem a linha de frente dos difamadores a serviço do petismo. Guimarães será um dos destaques do evento. Lula e José Dirceu devem aparecer por lá. Faz sentido. É o lugar certo para um condenado em última instância por corrupção ativa e formação de quadrilha.

Por Reinaldo Azevedo







2012, o ano em que o PIB do Brasil não aconteceu

Desempenho da economia no ano passado relembra o período pós-crise, de contração do PIB, em 2009. Analistas, contudo, estão longe de prever um 2013 de crescimento robusto, como foi em 2010, quando o país cresceu 7,5%


Ligia Tuon


Dilma Rousseff: Brasil cresceu em média 1,8% durante o governo da presidente (Ueslei Marcelino/Reuters )
 
O governo da presidente Dilma Rousseff pode ser estigmatizado por inúmeros acontecimentos políticos e econômicos que ocorreram nos últimos dois anos, como a faxina ministerial, o silêncio sobre o mensalão, a inflação alta, o intervencionismo e a truculência. Mas, talvez, nenhum desses feitos fique mais latente na memória da população do que o Produto Interno Bruto (PIB) quase estagnado – o famoso ‘pibinho’. O crescimento econômico médio da gestão Dilma até 2012 deve ficar em 1,8% - o pior resultado desde o governo Collor e o crescimento mais baixo desde a era Vargas, segundo dados da consultoria MB Associados.

Poucos cidadãos, inteirados ou não sobre economia, conhecem a fundo os detalhes das Contas Nacionais, que serão anunciadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) dentro de algumas horas. Mas todos, certamente, engolirão a seco a sensação frustrante de viver em um país cujo PIB, nos últimos dois anos, insiste em não crescer – justamente no momento em que a crise mundial dá sinais de melhora.

A oferta em baixa, os investimentos no campo negativo e as dificuldades enfrentadas pela indústria devem fazer com que o Brasil apresente, em 2012, um dos piores resultados anuais do PIB desde 2009, quando o país ainda sofria os impactos imediatos da crise econômica mundial – que foi difundida a partir da crise imobiliária nos Estados Unidos. Apesar de as estimativas mais otimistas para o crescimento econômico no quarto trimestre de 2012 levarem a um resultado anual de 1%, ainda fica abaixo do que especialistas projetavam no começo do ano - algo em torno de 3% - muito aquém dos 4,5% esperados pelo governo à época.

Sem investimentos - Um fator importante que explica a desaceleração da economia no ano passado é a taxa de investimento em queda. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), indicador do IBGE que mede o nível de investimentos na atividade, recuou 4,2% no período, segundo estimativas - a primeira queda desde 2009, quando a taxa ficou negativa em 6,7%. “A partir do momento em que há uma estimativa de crescimento menor para a economia e nenhum sinal evidente de avanço na competitividade, as empresas acabam pisando no freio para desenvolver projetos”, analisa Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados.

Entre os fatores que espantaram a ânsia de investimentos dos empresários no ano passado estão as medidas intervencionistas do governo, o protecionismo, os altos custos salariais – apesar de importantes desonerações estarem em curso -, e a falta de infraestrutura. O ‘Custo Brasil’ ainda não foi combatido e continua tirando a competitividade da indústria brasileira. “São muitos os fatores que justificam o fato de uma empresa pensar duas vezes antes de investir no Brasil”, diz Vale.

Indústria segue na berlinda – O setor industrial já teve anos melhores. A estimativa de especialistas é que, por trás de um PIB anual com alta de 1%, haja uma queda de 0,7% no resultado da indústria - o primeiro recuo também desde 2009, quando o desempenho ficou negativo em 5,6%. O excesso de estoques remanescentes de 2011 também são responsáveis, segundo especialistas, pelo desempenho industrial ruim de 2012. “Estimamos que a questão dos estoques deve ter roubado quase 1% do PIB de 2012”, afirma Bráulio Lima Borges, economista-chefe da área de macroeconomia da LCA. “Além de o consumidor colocar o pé no freio, o empresário comprou menos máquinas e o resto do mundo consumiu menos produtos brasileiros”, explica.

O PIB agropecuário tampouco ajudou na melhora econômica do ano passado. A estiagem que atingiu o Brasil, a Argentina e os Estados Unidos ao longo do ano dizimou plantações de soja, milho e trigo. Com isso, a estimativa é que o resultado do setor tenha retraído 1,5% em 2012. “Quando o PIB agropecuário cai, arrasta uma parte da indústria (especificamente a agroindústria - que esmaga e processa a soja), o que também tem impacto no consumo e nos investimentos”, explica Borges.


2013 pode ser diferente - Com o ano novo, as expectativas são renovadas – e, pela primeira vez no governo Dilma, o Palácio do Planalto prevê um crescimento relativamente em linha com o mercado – em torno de 3%. “Não é um salto grande, mas já podemos começar a falar em recuperação”, diz Vale, da MB Associados. As desonerações anunciadas, a redução da conta de luz das empresas e a retomada das privatizações devem trazer algum alento ao marasmo econômico. “Um bom termômetro para isso são as consultas que os empresários fazem ao BNDES para pegar empréstimos”, explica Borges, da LCA. Em 2010, o montante de consultas totalizava 255,9 bilhões de reais. Em 2011, o volume caiu para 195,2 bilhões de reais. Mas, em 2012, elas fecharam o ano em 312,3 bilhões de reais.


Devido ao desempenho ruim dos investimentos no ano passado, o governo começou a tentar estimular o setor de infraestrutura - que é um dos grandes motores do crescimento - apenas na segunda metade do ano, com a retomada das concessões, redução drástica do valor de energia elétrica e desoneração de folha de pagamentos. A expectativa é que essas medidas tenham impacto positivo no PIB de 2013. “Considerando que, entre a consulta e o desembolso, há um prazo médio que vai de 6 a 9 meses, podemos esperar um aumento de 8% nos investimentos este ano”, prevê Borges.

Contudo, nem se a economia crescer os 3% esperados, a presidente perderá o título de "autora" do segundo pior resultado econômico dos últimos 60 anos entre os governos brasileiros. Dilma ocupa a posição com certa folga e terá de fazer mágica até 2014 - ano eleitoral - para conseguir reverter esse resultado. A corrida já começou.






Credibilidade da política fiscal brasileira está na UTI

Para especialistas, governo deixou para agir no fim de 2012, tomou decisões ruins, como o uso de recursos do Fundo Soberano, e não foi transparente


Benedito Sverberi

Dilma Rousseff, ao optar por subterfúgios fiscais, caminha em terreno delicado  

O ano começa com um péssimo presságio para a condução da política econômica. Analistas ouvidos pelo site de VEJA avaliam que a decisão de arranjar recursos de última hora para cumprir a meta de superávit primário de 2012, de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB), põe em xeque a credibilidade da política fiscal do país. A avaliação geral é que o governo federal goza, hoje, de posição orçamentária relativamente confortável - o que até lhe permitiria fazer um esforço fiscal menor. 

Bastaria anunciar uma meta menos agressiva e justifica-la de forma detalhada. A conjuntura internacional adversa e os desafios que este quadro impõe à economia doméstica seriam explicações mais que suficientes, dizem os especialistas. Contudo, a presidente Dilma Rousseff optou por agir de forma obscura. Seu governo deixou as ações para os últimos dias úteis de 2012 e tomou decisões inadequadas, como o uso de recursos do Fundo Soberano do Brasil (FSB). Ao fim e ao cabo, fica a percepção de que o Brasil caminha para voltar a ser um país em que o improviso e o descaso com a transparência das contas públicas são, sim, a regra.

Ano desafiador – Felipe Salto, economista da consultoria Tendências, reconhece a boa intenção do Palácio do Planalto em reduzir o compromisso fiscal em 2012 para promover crescimento econômico e controlar a inflação. Ele citou, como exemplo, o fato de o governo ter zerado a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) na bomba de gasolina para que o reajuste no preço do produto não pesasse no bolso do consumidor.

Lembrou também da importância da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para estimular a indústria. O problema, segundo ele, é que o governo tomou seguidas medidas sem observar, com inteira clareza, os efeitos dessas medidas sobre a arrecadação. “Reduzir [impostos e, consequentemente, a arrecadação] pode ser bom, mas não sem planejamento. O governo precisa assumir um compromisso efetivo na construção de uma reforma tributária”, defendeu.

A impressão que o Planalto transmitiu ao mercado foi que acordou, de maneira muito tardia, para a distância que teria de percorrer para entregar um superávit minimamente próximo da meta. Para se ter ideia, ante uma economia anual prometida de 139,8 bilhões de reais, o governo viu-se em dezembro diante do desafio de arranjar recursos para cobrir nada menos que 40% da meta.

A melhor saída – Ante a impossibilidade de entregar o primário prometido, os especialistas ouvidos por VEJA foram unânimes em afirmar que teria sido melhor ter o governo utilizado a mais simples das soluções: admitir que o objetivo não seria cumprido. “O que a presidente poderia ter feito era não cumprir a meta e justificar. Dizer que o ano foi um ano difícil, por exemplo. 

Seria mais transparente, mesmo faltando 50 bilhões de reais para cumprir a meta”, declarou Raul Velloso, especialista em contas públicas. “É melhor reduzir a meta do que usar subterfúgios cada vez menos transparentes e de difícil previsão sobre qual é o real superávit primário”, acrescentou José Marcio Camargo, economista da gestora de recursos Opus e professor da PUC-Rio.

Para Antonio Corrêa de Lacerda, professor do Departamento de Economia da PUC-SP, o governo possui hoje melhores condições para, se necessário, ter de reduzir o esforço fiscal. Ele explica que, com a queda da Selic, também diminui a pressão por receitas para equilibrar a dívida porque se gasta menos para financiá-la. 

“Não vejo isso como um comprometimento do arcabouço da política macroeconômica. O principal desafio agora é retomar as condições de crescimento e de investimentos”, disse. Os especialistas explicaram que o país possui atualmente uma relação de endividamento enquanto proporção do PIB mais aceitável. Também por isso pode se dar ao luxo de, em um ano ou outro, não cumprir a meta fiscal – sem que isso comprometa a saúde das contas públicas.

Fundo Soberano – Um dos pontos mais criticados nas decisões tomadas na virada do ano para tentar cumprir, ao menos no papel, a meta fiscal foi o uso dos recursos do Fundo Soberano. A alternativa foi considerada oportunista e a prova de que o Planalto perdeu o rigor técnico. “Ninguém vai aceitar isso. Já não engoliram o artifício de descontar da meta os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). É mais difícil ainda engolir que uma receita que entrou em 2008 possa ser recuperada e introduzida no fluxo de 2012”, criticou Velloso. 

“Usar esse recurso no último dia do ano de 2012, quando ficou claro que o superávit se deteriorou fortemente, equivale a uma medida oportunista. Se fosse uma política anticíclica, as medidas deveriam ter sido previstas no orçamento de 2011 e não pegar todo mundo de surpresa”, disse Salto. O FSB, após a operação, perdeu 12 bilhões de reais e hoje conta com capital de 2,85 bilhões de reais.

A triangulação financeira – com transferência de ações da Petrobras pertencentes ao FSB para o BNDES em troca de títulos públicos – foi interpretada pelos analistas com uma tentativa de criar uma peça de ficção. “Querer mostrar algo que não se tem não dá”, declarou Velloso. Na opinião do especialista, a presidente Dilma, ao não cumprir o primário proposto no Orçamento, poderia vir a público e explicar todas as hipóteses que o governo considerou. Ela poderia, por exemplo, ter revelado quais seriam os possíveis superávits para as diferentes taxas de expansão do PIB. Contudo, a opção foi por acabar com a transparência.

Conquistas em xeque – A perda de qualidade no planejamento e a opção por manobras contábeis transmitem aos investidores a mensagem de que as regras do jogo hoje valem menos. Pior que isso. É cada vez mais presente a percepção de que consegue quem “chora mais” no colo do governo, como aconteceu, por exemplo, com a indústria. 

Na prática, só o que a presidente Dilma e sua equipe econômica tem conseguido são quedas consecutivas na taxa de investimento – a última divulgação do PIB revelou que essa variável sofreu retração por cinco trimestres consecutivos, num claro sinal de perda de confiança na economia nacional. Além disso, o governo conseguiu levar o país a uma inflação média mais alta, em torno de 5,75%.

2013 – Camargo, da PUC-Rio, acredita que o governo deve cumprir formalmente a meta de 2012 graças às manobras contábeis e já enxerga dificuldades no horizonte. Este ano já começa, segundo o economista, com nível elevado de gastos e com baixo crescimento da economia – ele espera um PIB de apenas 2,6% para 2013 –, e sem sinal claro de que as desonerações tributárias terão redução expressiva. “Já há sinais vindos do próprio governo que não são positivos sobre a capacidade de atingir a meta. Eles publicaram uma medida provisória para as empresas públicas transferirem dividendos ao governo usando expectativas [de dividendos] e não o resultado efetivo”, alertou.

Diante disso, o professor aconselhou que o governo se adiantasse e fixasse, desde já, uma meta menor. No projeto do Orçamento para 2013 – que será votado somente em 5 de  fevereiro – consta, entretanto, o valor de 3,1% do PIB a ser perseguido como superávit fiscal, isto é, o mesmo valor dos últimos anos. Salto, da Tendências, diz que reduzir esse porcentual não seria complicado. Bastaria que o Planalto enviasse ao Congresso um projeto de lei para alterar a lei de diretrizes orçamentárias (LDO).

Lacerda, por outro lado, projeta um cenário benigno para os próximos meses. Na avaliação dele, a situação fiscal do país deve melhorar, uma vez que a atividade econômica se recuperará e pode até ocorrer de haver aumento no montante destinado ao FSB.

Credibilidade – O balanço entre a má notícia de 2012 e os planos para este ano revela que a Presidência da República caminha em terreno delicado no que compete à avaliação que os investidores – destacadamente os estrangeiros – podem fazer da seriedade da condução da política fiscal brasileira. “O Planalto mina crescentemente a credibilidade dos resultados fiscais, que são uma conquista importante do Brasil. Não consigo imaginar que uma pessoa como a presidente Dilma, que tem formação econômica, não tenha se dado conta disso”, afirmou Velloso. “Eu faria o jogo da verdade, pois, nessa seara fiscal, credibilidade é tudo. A gente só sabe o quão importante é quando a perde”, destacou.

(com reportagem de Ana Clara Costa, Ligia Tuon e Naiara Infante Bertão)




Governo faz manobra de R$ 16 bi para cumprir meta fiscal

 

Portarias com data retroativa a 31 de dezembro permitem esforço de última hora para atingir superávit, mas minam credibilidade da política fiscal brasileira


Guido Mantega põe em prática a criticada "contabilidade criativa" para atingir metas  

Nos últimos dias de 2012, o Ministério da Fazenda fez uma série de manobras para aumentar receitas e cumprir a meta fiscal. O governo pôs em prática uma gigantesca operação de triangulação financeira com o uso do Fundo Soberano do Brasil (FSB), Caixa Econômica Federal e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que garantiu o ingresso de pelo menos 15,8 bilhões de reais nos cofres em dezembro. O dinheiro reforçou o superávit primário – a economia feita para pagar as despesas com juros da dívida –, mas minou ainda mais a credibilidade da política fiscal brasileira.    

A operação consumiu a maior parte dos recursos depositados no Fundo Fiscal de Investimentos e Estabilização (FFIE) – onde estavam aplicados os recursos do FSB. O Tesouro resgatou, em 31 de dezembro, 12,4 bilhões de reais do FFIE, reduzindo o patrimônio para 2,85 bilhões, de acordo com dados da Comissão de Valores Mobiliários.


Manobras –  Portarias do Ministério da Fazenda, editadas no último dia de 2012, mas publicadas somente nesta quinta-feira no Diário Oficial da União, revelaram como as operações foram feitas. A operação começa com o BNDES. O banco comprou ações da Petrobrás que estavam no FFIE e pagou com títulos públicos. O Tesouro transformou esses papéis em dinheiro, no valor total de 8,84 bilhões de reais.


Ao trocar os títulos por dinheiro, os recursos foram contabilizados como "caixa" do governo, engordando as contas públicas. O BNDES também antecipou mais 2,31 bilhões de reais em dividendos à União. Ao mesmo tempo, o governo reforçou o caixa do banco, antecipando a liberação da última parcela – de 15 bilhões – de um empréstimo de 45 bilhões do Tesouro Nacional.


A Caixa completou as manobras, com antecipação do pagamento de dividendos no valor de 4,6 bilhões. O banco, que registrou lucro de 4,1 bilhões até setembro, pagou volume recorde de 7,7 bilhões de dividendos à União em 2012. Para compensar, o governo aumentou o capital da Caixa em 5,4 bilhões, com ações da Petrobrás.


Essas manobras, que são conhecidas como "contabilidade criativa", foram feitas para fechar as contas em dezembro e tentar garantir o cumprimento da meta fiscal de 139,8 bilhões de reais. O governo recorreu às manobras, mesmo depois de ter usado outro expediente polêmico: o abatimento dos gastos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da meta fiscal. Mesmo com o desconto dos 32 bilhões de reais do PAC, faltavam ainda cerca de 20 bilhões para cumprir a meta de 2012. Esse valor será alcançado com a ajuda da engenharia financeira do Tesouro. O valor exato que será usado dos 15,8 bilhões obtidos com as manobras contábeis só será conhecido no fim do mês, quando o governo fechar a contabilidade de 2012.


Moribundo – Todo esse malabarismo contábil está sendo bombardeado até mesmo dentro da área econômica do governo. A avaliação de importantes integrantes da equipe econômica, ouvidos pelo Estado, foi de que o Tesouro, desta vez, se excedeu na "contabilidade criativa", minando a credibilidade da política fiscal. A percepção, segundo essas fontes, é que o superávit primário pode ter perdido definitivamente seu valor como indicador da política fiscal.


Além disso, ficou difícil qualquer avaliação sobre a qualidade do resultado, com influência negativa também sobre as contas públicas em 2013 e nos anos seguintes. "O superávit primário, que estava moribundo, agora foi sepultado", disse um integrante da equipe econômica. Uma área importante do governo avalia que essa maquiagem contábil não faz sentido econômico e que seria melhor ter reduzido a meta fiscal.


Desde o início de 2012, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o secretário do Tesouro, Arno Augustin, afirmavam que a meta seria cumprida para ajudar o BC na redução dos juros. O compromisso só foi abandonado depois que o BC reduziu a taxa Selic para o menor valor da história e indicou a manutenção dos juros por um "período prolongado". Procurado pelo jornal O Estado de S. Paulo, o Ministério da Fazenda não se manifestou.
(com Estadão Conteúdo)





Frase do dia


“Não podemos permitir que uma agremiação defenda o cerceamento da liberdade de imprensa, que é peça fundamental na democracia.”

Deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), criticando decisão do diretório nacional do PT, que defende novas regras para mídia no país.





Até amanhã.




As fotos inseridas nos textos o foram pelo blogueiro. Juarez Capaverde

Nenhum comentário:

Postar um comentário