Juarez Capaverde
Enviado por Ricardo Noblat - 24.9.2012 | 8h02m
COMENTÁRIO
Miau! Miau! Miau!
por Ricardo Noblat
Tem rabo de gato. Focinho de gato. Olhos de gato. Pelo de gato. Mia como um gato. Mas está longe de ser um gato, segundo a malta dos que nada veem demais na escolha em tempo recorde do ministro Teori Zavascki para a vaga do ministro Cezar Peluso no Supremo Tribunal Federal (STF).
E também na pressa com que estão sendo tomadas as providências para que ele assuma o cargo o mais rapidamente possível.
Porta-vozes formais e informais da presidente Dilma Rousseff juram por todos os santos que longe dela a vontade de interferir de alguma forma no julgamento do processo do mensalão. Pelo contrário.
Ela quer distância do processo, de sua repercussão e das futuras consequências. Mensalão é herança pesada deixada pelo governo anterior. Dilma jamais dirá isso, é claro. Nem em sonho. Mas é assim que pensa. Logo...
Logo por que se envolveria com manobra esperta indicando um ministro para influir no resultado das votações do processo? Ou pior: para tentar adiar o julgamento como sempre foi desejo expresso de Lula, avalista e tutor político de Dilma?
Não. Ela saltaria na jugular de quem lhe sugerisse tais coisas abjetas. Até mandou espalhar a história de que escolheu Teori sob a condição de ele não votar no julgamento do processo. Escolheu-o para não ser obrigada a engolir alguém que Lula lhe apontasse.
Mas a escolha foi relâmpago. (Miau!) Dois dias depois de anunciada, Teori começou a bater perna dentro do Senado atrás de votos. (Miau! Miau!)
Renan Calheiros (PMDB-AL), candidato a presidente do Senado, pediu para relatar a indicação de Teori. (Miau! Miau! Miau!)
Esvaziado pela eleição, o Senado foi convocado para aprovar esta semana o nome do terceiro ministro que Dilma emplacará no STF. (Miau! Miau! Miau! Miau!)
Dilma levou seis meses para remeter ao Senado o nome do atual ministro Luiz Fux. No caso da ministra Rosa Weber, três meses. Gastou apenas 11 dias para remeter o de Teori.
Lula telefonou para ela antes de Peluso se aposentar. Quis saber em quem ela pensava para a nova vaga de ministro. Dilma respondeu que se o advogado Sigmaringa Seixas concordasse seria ele.
Sigmaringa é amigo de copa e cozinha de Lula. Nunca topou ser ministro do STF. Nas duas vezes em que foi sondado ainda durante o governo Lula, alegou que lhe falta "notório saber jurídico" como exige a Constituição.
Excesso de rigor! Tem ministro no STF que já foi reprovado duas vezes em concurso para juiz de primeira instância. Sigmaringa foi um dos fiadores junto à Dilma da indicação de Teori. Outro fiador: o ministro Gilmar Mendes.
Teori tem fama de homem sério. Por sério não se prestaria a ser peça de uma jogada política. Sua seriedade, porém, o impediria de retardar o exame do seu nome pelo Senado.
Uma vez no STF deixaria de ser sério só por estar disposto a exercer de imediato a função de juiz? Absurdo!
De resto, que juiz sério votaria sem antes estudar o que tivesse de votar? Para estudar, só pedindo vistas do processo. (Miau! Miau! Miau! Miau! Miau!)
Sentado numa daquelas cadeiras do plenário do STF, envergando a toga que parece conferir ao seu usuário a aura de homem sábio e correto, um ministro não deve satisfações a ninguém. Somente a Deus, se acreditar nele, e à sua consciência.
Cada um à sua maneira, é assim que procedem, por exemplo, os ministros Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski, as duas peças-chaves do processo do mensalão.
Ambos ganharam assento no STF graças a Lula. Joaquim por ser negro e ter o melhor currículo entre os juristas negros disponíveis na ocasião. Lewandowski por ter um bom currículo e ser dileto amigo da família de dona Marisa, a ex-primeira dama.
Lula está furioso com a independência de Joaquim e satisfeito com o bom comportamento de Lewandowski, a quem visitou em casa antes do julgamento começar.
Não cobrem de Lula apego férreo ao princípio da separação dos poderes. Lula concorda com todos os princípios que balizam o sistema democrático desde que não lhe sejam adversos. Desde que possa ignorá-los sempre que lhe convier e sem prejuízo para sua imagem.
O mensalão atingiu em cheio a soberania do Legislativo. Pagou-se caro por apoios ao governo. Lula foi contra o suborno de deputados? Disse que não sabia.
Marcos Valério acusou Lula de ter chefiado o esquema do mensalão. Em entrevista à VEJA, deu a entender que Lula só não caiu porque ele, José Dirceu e Delúbio Soares jamais contaram o que sabem.
Lula respondeu o quê? Nada. Acusação tão grave ficou sem resposta dele.
O que Lula teme? Que Valério, uma vez confrontado por ele, faça novas revelações? E que elas acabem forçando a Justiça a processá-lo?
Acionados por Lula, o PT e partidos aliados acusaram setores conservadores da sociedade de pressionarem o STF para que faça do julgamento do mensalão um meio de “golpear a democracia”.
Santo Deus! Sandices! Um monte de sandices que aos ignorantes impressiona e aos mais fracos assusta. Como se o STF fosse formado por um monte de tontos.
A presidente da República é Dilma. Que desfruta, hoje, do sólido apoio dos seus governados. Em que parte do mundo conhecido já se ouviu falar de ameaça de golpe contra ex-presidente?
O PT denuncia a iminência de um golpe contra Lula! Ahahahahah!
O PT está no poder há 10 anos. Oito dos atuais 10 ministros do STF devem o emprego a Lula e à Dilma. E no entanto... Tem um golpe em marcha contra Lula! Ahahahahah!
À distância ouve-se o barulho das esteiras dos tanques nas estradas asfaltadas que convergem para São Bernardo, onde Lula mora.
No país da jabuticaba, golpe contra ex-presidente é coisa nossa, e somente nossa! Quanto a golpe a favor de ex-presidente... Miau!
b)
Feira Livre
‘Dilma é apenas a dócil falsificação de um original sem qualidade’
REYNALDO ROCHA
Dilma a cada dia diminui de tamanho.
Demonstra a subserviência de quem se sabe menor do que o cargo que lhe foi confiado.
Prefere compactuar com a vergonha a assumir a dignidade da função para qual foi escolhida, mesmo sem merecer.
Não, não faço uma crítica a quem nela votou. Respeito o que nasce do voto, da vontade da maioria. Nem por isso concordo.
Tornou-se candidata por ser dócil ao chefe. Por estar disposta a subestimar a liturgia do cargo para satisfazer a megalomania do inventor.
Por ser uma reserva vocacional que, quando necessário, sairia do time, mesmo sob vaias. Mas com a certeza de ter feito o que dela era esperado pelo tutor.
As oposições que, por medo e covardia (a maioria) e por avaliação inteiramente equivocada (o restante), esperaram uma Dilma inexistente, hoje se espantam com a discípula obediente e fiel do chefe supremo.
Se elogiou Stalin e Lenin, por que Dilma teria receio de elogiar Lula?
Com uma agravante: aqueles são história. Este é o cobrador constante, que constrange a presidente a ir ao seu encontro para receber ordens e orientações.
Dispenso-me de mencionar FHC. Imaginar um Clinton no papel de tutor de Obama, ou um Obama admitindo essa tutela, é ridicularizar personagens que merecem algum respeito.
Até na ditadura os generais de plantão tinham noção da importância do cargo. Nenhum obedeceu às ordens de antecessores.
Dilma tem o tamanho da própria e notória insignificância. Ser a primeira mulher a ocupar a presidência só envergonha minha filha e minhas amadas. E a mim.
Dilma e Lula são faces da mesma moeda. A de um país que perdeu os conceitos básicos de cidadania e democracia. Onde o anormal adquiriu contornos de normalidade. Onde se inventou o bipresidencialismo, refundando um caudilhismo que julgávamos sepultado.
O Estado de Direito se aproxima perigosamente – na exegese dos delirantes – do “direito” do Estado acima dos cidadãos.
As oposições (são várias? Ou nenhuma?) esperam que nós derrubemos o fruto podre da árvore. Para que possam aproveitar-se de nossa luta (diária, nos espaços que temos) para se oferecerem com alternativa.
Qual alternativa?
De nome? De projeto? Qual projeto?
De coragem ou vilania?
De Brasil ou de uma imensa capitania hereditária?
A anestesia que entorpece a nacionalidade (lato sensu) é tão intensa que sequer aparece um oportunista – ainda bem!- para assumir o discurso e bandeira de uma verdadeira oposição.
Ficamos e estamos órfãos.
Dilma e Lula. Lula e Dilma.
São frutos do mesmo engodo. São produtos das mesmas distorções.
Esperar que Dilma – sabidamente despreparada para estar onde está – pudesse ser uma reação à vergonha lulista é mais que um sonho: é pesadelo.
Não será. Nunca foi. E se orgulha disso.
É somente uma dócil e grata falsificação de um original sem qualquer qualidade.
O PT inventou a falsificação do tênis produzido em alguma garagem de Taiwan.
E a oposição comprou como se fosse um autêntico Nike ou Adidas.
E, pelo visto, estão correndo descalços.
Nós, por cá, não acreditamos em falsificadores.
Muito menos em covardes!
c)
Feira Livre
Blog do Augusto Nunes
‘Gritos presidenciais não ocultam fracassos’
PUBLICADO NA FOLHA DE S. PAULO DESTA SEXTA-FEIRA
MARCO ANTONIO VILLA
O sonho acabou. Sonho ingênuo, registre-se. Durante quase dois anos, a oposição ─ quase toda ela ─ tentou transformar Dilma Rousseff em uma estadista, como se vivêssemos em uma república. Ela seria mais “institucional” que Lula. Desejava ter autonomia e se afastar do PT. E até poderia, no limite, romper politicamente com seu criador.
Mas os fatos, sempre os fatos, atrapalharam a fantasia construída pela oposição ─ e não por Dilma, a bem da verdade.
Nunca na história republicana um sucessor conversou tanto com seu antecessor. E foram muito mais que conversas. A presidente não se encontrou com Lula para simplesmente ouvir sugestões. Não, foi receber ordens, que a boa educação chamou de conselhos.
Para dar um ar “republicano”, a maioria das reuniões não ocorreu em Brasília. Foi em São Paulo ou em São Bernardo do Campo que a presidente recebeu as determinações do seu criador. Os últimos acontecimentos, estreitamente vinculados à campanha municipal, reforçaram essa anomalia criada pelo PT, a dupla presidência.
Dilma transformou seu governo em instrumento político-eleitoral. Cada ato está relacionado diretamente à pequena política. Nos últimos meses, a eleição municipal acabou pautado suas ações.
Demitiu ministro para ajeitar a eleição em São Paulo. Em rede nacional de rádio e televisão, aproveitou o Dia da Independência para fazer propaganda eleitoral e atacar a oposição. Um telespectador desavisado poderia achar que estava assistindo um programa eleitoral da campanha de 2010. Mas não, quem estava na TV era a presidente do Brasil.
É o velho problema: o PT não consegue separar Estado, governo e partido. Tudo, absolutamente tudo, tem de seguir a lógica partidária. As instituições não passam de mera correia de transmissão do partido.
Dilma chegou a responder em nota oficial a um simples artigo de jornal que a elogiava, tecendo amenas considerações críticas ao seu antecessor. Como uma criatura disciplinada, retrucou, defendendo e exaltando seu criador.
O governo é ruim. O crescimento é pífio, a qualidade da gestão dos ministros é sofrível. Os programas “estruturantes” estão atrasados. O modelo econômico se esgotou.
Edita pacotes e mais pacotes a cada quinzena, sinal que não tem um consistente programa. E o que faz a presidente? Cercada de auxiliares subservientes e incapazes, de Lobões, Idelis e Cardozos, grita. Como se os gritos ocultassem os fracassos.
O Brasil que ainda cresce é aquele sem relação direta com as ações governamentais. É graças a essa eficiência empresarial que não estamos em uma situação ainda pior. Mas também isso tem limite.
O crescimento brasileiro do último trimestre, comparativamente com os dos outros países dos Brics (Rússia, Índia e China) ou do Mist (México, Indonésia, Coreia do Sul e Turquia), é decepcionante. E o governo não sabe o que fazer.
Acredita que elevar ou baixar a taxa de juros ou suspender momentaneamente alguns impostos tem algum significado duradouro. Sem originalidade, muito menos ousadia, não consegue pensar no novo. Somente manteve, com um ou outro aperfeiçoamento, o que foi organizado no final do século passado.
E a oposição? Sussurra algumas críticas, quase pedindo desculpas.
Ela tem no escândalo do mensalão um excelente instrumento eleitoral para desgastar o governo, mas pouco faz. Não quer fazer política. Optou por esperar que algo sobrenatural aconteça, que o governo se desmanche sem ser combatido. Ao renunciar à política, abdica do Brasil.
d)
Comparações históricas de carta em defesa de Lula são ‘descabidas’
Para o historiador Marco Antonio Villa, documento mostra desconhecimento da História
Historiador Marco Antonio Villa
AGÊNCIA O GLOBO / MICHEL FILHO
RIO - O PT e mais cinco partidos da base aliada divulgaram, na quinta-feira, a carta "À sociedade brasileira", em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os subscritores do documento compararam a atual situação do ex-presidente com a crise política de 1954, quando, dizem, inventaram um “mar de lama” para tirar Getúlio Vargas do poder.
Também é citada a crise de 1964, época da queda de Jango. Para o historiador Marco Antonio Villa, professor da Universidade Federal de São Carlos, o paralelo “é absolutamente descabido”. Segundo ele, em tom jocoso, o episódio mostra que o país tem ainda que avançar muito na área da educação. Villa recorda, ainda, as diversas pressões sofridas pela Corte na história republicana do Brasil.
O que o senhor achou da comparação histórica feita pelo PT e mais cinco partidos da base?
Eu li e até brinquei com uns amigos. Eu acho que o ensino de História está muito ruim no país, tanto no ensino fundamental quanto no ensino médio... É uma comparação absolutamente descabida. A crise de 1954 é uma crise que ocorre no interior do Poder Executivo. Há o atentado na Rua Toneleiros, que acabou levando ao suicídio de 24 de agosto. O que você tem ali, na verdade, é a crise do Poder Legislativo com o Executivo. Em junho do mesmo ano há uma proposta, que nem chegou a ser aprovada, para abrir o impeachment em relação ao Getúlio (Vargas), mas que acabou sendo derrotada. Isso em junho, quer dizer, poucos meses antes do suicído.O que o senhor achou da comparação histórica feita pelo PT e mais 5 partidos da base aliada?
Já a comparação de 1964...
A de 64 é uma crise que também não tem nada a ver com o Judiciário. Nada. Zero. Foi um momento de muita tensão social. Na época havia grandes comícios, passeatas, etc. Há o momento da campanha pela legalidade, a defesa da Constituição, o comício do dia 13... Agora, esses episódios históricos não tem nada a ver com o Poder Judiciário. E toda a questão, neste momento, está sendo travada no Poder Judiciário, pela Suprema Corte, e não há nenhum indício de pressão, de mobilização de massa, ameaça de impeachment.
Então, não há paralelo histórico?
É absolutamente descabido. E isso mostra também que o ensino está muito ruim.
Por que há essa comparação?
São muitas coisas: desconhecimento da história, bravata, e também uma tentativa de coação em relação ao Poder Judiciário. Porque até agora - estou acompanhando atentamente o julgamento - está tudo acontecendo absolutamente dentro dos termos legais. Não há nenhuma consideração fora dos autos do processo. Não há qualquer dúvida de ilegalidade. Ao contrário, há um clima de serenidade, que é raramente visto em um processo tão complexo como este, e tão amplo.
Nunca, na história, o Supremo teve um número tão grande de réus em um mesmo processo. E esse é um processo que tem importância política. É o processo mais importante da história do Supremo. Mas o critérios são absolutamente jurídicos, e não políticos.
Na carta, os signatários afirmam que a oposição e opinião pública estão pressionando o STF? Quais foram os momentos históricos em que o Supremo foi pressionado? O senhor concorda que há pressão da opinião pública e da oposição?
Atualmente, a oposição que tem o menor número de parlamentares, na América do Sul, é a do Brasil: 17,5% do parlamento. Até na Venezuela a oposição é mais forte. Então, imaginar pressão da oposição... numericamente ela é desprezível. E a oposição não está explorando politicamente o julgamento. O principal líder da oposição, que é o senador Aécio Neves, o que ele falou sobre o tema? Nada.
E as pressões já vividas pela Corte?
Ao longo da história, o Supremo foi muito pressionado. No governo Floriano Peixoto, por exemplo, ele ameaçou diversas vezes ministros. Era a questão dos habeas corpus, a concessão de habeas corpus a adversários políticos. Ele coagiu ministros, chegou a nomear general e médico (Barata Ribeiro) para o Supremo. A Revolução de 1930, quando toma o poder, o governo provisório aposenta seis ministros à força. O Estado Novo (1937-1945) limitou muito a autoridade do Supremo.
O presidente do Supremo era nomeado pelo Getúlio Vargas. Você imagina? A Constituição de 37 dava esse direito. A ditadura militar, mais recentemente, também sempre avançou sobre o Supremo, inclusive chegou a cassar três ministros. Então, ao longo da história republicana, o Supremo esteve em situações violentas por parte do Executivo.
e)
Feira Livre
Blog do Augusto Nunes
‘SÓ COM CENSURA'
PUBLICADO NA EDIÇÃO DE VEJA DESTA SEMANA
J.R. GUZZO
Para o seu próprio sossego pessoal, o ex-presidente Lula, seus fãs mais extremados e os chefes do PT deveriam pôr na cabeça, o mais rápido possível, um fato que está acima de qualquer discussão: só existe um meio que realmente funciona, não mais que um, para governos mandarem na imprensa, e esse meio se chama censura. Infelizmente para todos eles, essa é uma arma de uso privativo das ditaduras — e nem Lula, nem o PT, nem os “movimentos sociais” que imaginam comandar têm qualquer possibilidade concreta de criar uma ditadura no Brasil de hoje. Podem, no fundo da alma, namorar a ideia.
Mas não podem, na vida real, casar com ela. Só perdem seu tempo, portanto, e se estressam à toa quando ficam falando que a mídia brasileira é um lixo a serviço das “elites”; há dez anos não mudam de ideia e não mudam de assunto. Bobagem. O que querem mesmo é impedir que esta revista, por exemplo, publique reportagens como a matéria de capa de sua última edição, com as declarações de Marcos Valério sobre o envolvimento direto de Lula no mensalão. Ficam quietos porque têm medo de que sejam publicadas as fitas gravadas com tudo aquilo que ele disse, e as coisas piorem ainda mais. Mas o seu único objetivo real é este: eliminar as informações que desejam esconder.
Até agora, o plano mais ambicioso que lhes ocorreu para chegar aonde querem foi propor algo que chamam de “controle social” da mídia: não conseguem explicar bem o que seria isso na prática, mas nem é preciso que expliquem. O problema do PT, nessa história toda, é simples: “controle social” é algo que não existe no mundo dos fatos. Na vida como ela é, só têm controle verdadeiro sobre um órgão de imprensa os seus proprietários ou, então, o departamento de censura. Todo o resto é pura tapeação. Mas é isso, exatamente, que o PT propõe. Já foi feita, de 2003 para cá, uma boa meia dúzia de tentativas para armar o tal controle, primeiro com projetos de lei que morreram antes de nascer, depois com “audiências públicas” e outras esquisitices. Não saiu, até agora, um único coelho desse mato.
Falou-se também da “mobilização de setores populares” para pressionar a mídia, mas não se conseguiu mobilizar ninguém. Manifestações de massa, para o PT de hoje, exigem ônibus fretados, lanches grátis, patrocínio de alguma estatal — e, francamente, não é assim que se faz uma revolução. Muito dinheiro do Erário tem sido gasto na compra do apoio de uma parte da imprensa, através de verbas publicitárias e outros tipos de ajuda: o problema, aí, é que o governo não consegue comprar os veículos que têm mais público. Foram criadas, também, brigadas de “blogueiros” que recebem uma espécie de “mensalinho” para falar a favor do governo e contra quem faz críticas a ele; ninguém parece prestar atenção no que dizem.
Inventou-se, ainda, uma “TV Brasil”, emissora que serve para apoiar as autoridades e é sustentada com dinheiro público em estado puro. Em cinco anos de funcionamento, sua audiência continua vizinha do zero; a esta altura, talvez tenha mais funcionários do que telespectadores. A questão, em todos esses casos, é que imprensa a favor não adianta nada — o que interessa a quem manda é não ter imprensa contra. Elogios não salvaram uma única cabeça, entre os doze ministros que a presidente Dilma Rousseff botou na rua até agora, nos casos em que foram denunciados por corrupção no noticiário. Não têm resolvido nada no julgamento do mensalão, também revelado integralmente pelo trabalho da imprensa; o STF vem sendo o flagelo de Deus para os réus, triturados um após o outro com sentenças de condenação.
Ditaduras entendem muito bem como se controla a imprensa. Não desejam aplausos: a única coisa que lhes importa é cortar tudo aquilo que não querem que seja publicado. Não podendo fazer isso, o PT fica na gritaria. Ainda há pouco, o presidente nacional do partido, deputado Rui Falcão, disse que a “mídia conservadora” é instrumento de uma “elite suja e reacionária”, e fez uma ameaça: “Não mexam com o PT”. E se mexerem — ele vai fazer o quê? As coisas que o deputado diz não chegam a obter a nota mínima necessária para ser levadas a sério: não há exemplo na história de situações em que a imprensa tenha mudado de linha por causa de discurseira desse tipo, ameaças vazias ou “pressões da sociedade”. Veículos independentes não têm medo de insultos, “setores populares” ou líderes políticos com popularidade de 80%; o que lhes quebra a espinha é a força armada, e só ela. É melhor, então, o PT segurar a ansiedade.
f)
E Lula vai vivendo a sua decadência buliçosa sem dignidade. Agora compara a oposição ao câncer; nos comícios, cada vez menos gente… Ou “menas”, para fazer homenagem a uma era que começa a entrar em declínio
“Otium cum dignitate.” Não, não se traduza por “ócio com dignidade”, mas “lazer com dignidade”. Segundo Cícero, era a isso que deveria aspirar um patrício romano depois de se retirar da vida pública. O “otium” não tinha, originalmente, o sentido só pejorativo em que é empregado hoje em dia: o inútil, o irrelevante, o desnecessário. O “otium” era o tempo dedicado às coisas que fazem bem ao espírito: da boa mesa à filosofia, passando pela contemplação. Era, assim, uma espécie de descanso pela obra realizada, quando então as paixões mais acesas cederiam lugar à fruição, inclusive do pensamento. É bem verdade que o próprio Cícero não teve tempo de gozar de seu ideal. Antes disso, Marco Antônio mandou cortar-lhe cabeça e mãos… Não é de hoje que os poderosos tentam se vingar da arrogância de quem escreve, né, Apedeuta? Mas sigamos.
Lula poderia, depois de dois mandatos, dedicar-se ao “otium cum dignitate”. OK. Se não quer ler, já que confessou dormir até com Chico Buarque (e não se deve culpá-lo por isso), se não quer filosofar, se não quer contemplar a vida, tudo bem! Ainda lhe sobrariam, por exemplo, os prazeres da mesa. Brincar com os netos também deve ser coisa boa. Até mesmo fazer política, por que não?, como conselheiro… Mas quê!!! Faz questão de viver a sua decadência, o seu ocaso, da pior maneira possível: vociferando (embora devesse se preservar), esperneando contra a história, dando murro na ponta dos fatos, entregando-se a metáforas que demonstram seu ódio essencial ao regime democrático.
Já escrevi ontem um post sobre o comício que fez em Santo André. Acusou, contra a história, os “conservadores” de ligar a morte de Celso Daniel ao PT. Já apontei o que há de errado na sua afirmação. Mas ele estava mesmo impossível. Depois de ter tentado bater para si a carteira da estabilidade econômica — conquista do governo FHC —, o Apedeuta dedica-se agora a roubar para si a democratização do país. É estupendo! Os traços patológicos da psique de Lula começam a sair do controle — e tanto mais se exacerbam quanto mais ele vai caindo.
Segundo disse, a criação do PT, em 1980, “foi praticamente o começo da conquista da democracia no país”. É mentira! Mentira daquelas cabeludas! Em 1980, o Brasil já tinha uma Lei da Anistia, aprovada no ano anterior e longamente negociada com os militares. Lula esconde que ele, ao contrário do que quer fazer crer, é fruto já da abertura que estava em curso — e só por isso foi possível criar o partido. O Apedeuta e seu PT são efeitos do processo de democratização, não causas.
E o país se democratizou, entre outros motivos, porque queria a pluralidade política, aquela mesma que ele não respeita. Em Diadema, disparou esta pérola da estupidez: “Estou feliz porque o câncer está derrotado, como estarão os nossos adversários”. As oposições agiram com correção, note-se, ao jamais fazer baixa exploração política do estado de saúde de Lula e Dilma. Mas os dois, sempre que puderam, levaram a doença para o palanque. Só os tiranos compararam oposicionistas a um mal que tem de ser eliminado, que tem de ser extirpado.
Escrevi, certa feita, que Lula era o nome da doença do Brasil. Alguns vagabundos forçaram a mão para ler na frase o que ela nunca disse nem pretendeu dizer. Por mim, que ele viva mais 100 anos. Mas que morra o que ele representa de entendimento tosco da política, de intolerância, de incapacidade de conviver com a divergência. As suas palavras valem por aquilo que são: adversário bom é adversário eliminado — como o câncer.
Em Santo André, onde seu candidato, Carlos Grana, está em segundo lugar, falou para não mais do que 1,2 mil pessoas. E não tem reunido em São Paulo mais do que 2 mil aonde quer que vá. Com a boca torta pelo uso do cachimbo, pediu em Diadema o boicote a candidatos do PSDB e do PPS. O petista Mário Reali, que disputa a Prefeitura, lembrou que o último partido está com ele. Lula, então, se corrigiu. Já em São Bernardo, defendeu a aliança de Luiz Marinho (PT) com o DEM… Para o Babalorixá de Banânia, o mundo se divide em dois: os bons estão com eles e os maus que estão contra e são como o… câncer.
Os tempos são outros, é verdade. Na era digital, os comícios de rua já não têm a mesma importância, mas parece estar em curso algo mais do que uma mudança cultural. O mito Lula começou a ser corroído pela realidade, já apontei aqui. Ainda é um político muito popular, mas ele nunca se contentou com isso. Precisa exercitar as suas supostas virtudes demiúrgicas; só sabe viver como um mito; não suporta a ideia de não ser adorado, cultuado e reverenciado como um totem; sua palavra precisa ser lei. Não por acaso, em São Bernardo, será criado um “museu da greve” para cantar as suas glórias; em São Paulo, um tal “Memorial da Democracia”, com o mesmo propósito.
Lula será, claro!, por muito tempo uma referência e coisa e tal. Mas nada que satisfaça o ego de quem, agora, decidiu assumir a paternidade até daquela que o gerou: a democratização do país. Lembro-me de uma imagem de “O Homem Sem Qualidades”, de Musil, quando ele fala do prenúncio de uma nova era e o compara à dispersão de um cortejo… Essa dispersão já é uma verdade dos comícios do PT. O povo começa a se dispersar.
Lula poderia experimentar o “otium cum dignitate”, mas se nega. Prefere vivenciar a sua decadência espalhafatosa, chamando para si méritos que jamais foram seus, acusando a imprensa e o STF de golpistas e comparando a oposição ao câncer. Insiste em ser o dono do povo porque sabe que o PT estará morto quando a maioria dos brasileiros decidir ser dona de si mesma.
É por isso que Fernando Haddad, seu mamulengo estouvado, não tem a menor vergonha em visitar uma favela que acabou de sofrer um incêndio para fazer proselitismo eleitoral. Lula e essa gente gostam de um povo dependente porque não conseguem viver sem a gratidão servil dos humildes.
Lula e os petistas se tornaram dependentes de seu câncer moral.
Por Reinaldo Azevedo
g)
Paulo Rocha: o ataque de nervos do mensaleiro
Vale a pena ler esta reportagem de "O Globo". A matéria é de Maria Lima.
Paulo Rocha, réu do mensalão à beira de um ataque de nervos
Ex-deputado petista xinga jornalista e diz que o relator condenará movido pelo ego
BRASÍLIA - Às vésperas de ser julgado pelo crime de lavagem de dinheiro no processo do mensalão, o ex-deputado Paulo Rocha (PT-PA) está tão pessimista com o resultado do julgamento que já não consegue esconder o seu estado de nervos. Na quinta-feira, ele xingou jornalista e foi o primeiro dos réus a criticar abertamente o trabalho do relator do processo no Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa.
Rocha acusou Barbosa de se mover pelo ego e não pelas provas do processo. Enquanto o relator pedia no Supremo a condenação dos deputados da base aliada por corrupção passiva, o petista, que terá seu caso analisado na Corte na próxima fase do julgamento, passeava num shopping de Brasília. Abordado pelo GLOBO, falou com irritação.
— O ministro Joaquim Barbosa está movido pelo ego. Não tem opinião pública. A opinião pública não sabe de nada, sabe o que vocês publicam. O ministro não tem prova de nada, só indícios. Semana que vem, ele vai condenar o José Dirceu e o Genoino por causa da eleição — atacou Paulo Rocha.
Questionado sobre o entendimento dos outros ministros, que estão acompanhando o voto do relator, Rocha disse que também eles estão influenciados pela mídia, e estão condenando os réus sem provas.
— Ninguém está negando que houve os empréstimos fraudulentos, os repasses, mas não teve compra de votos, foi para pagar conta de campanha. Não há prova do que estão dizendo. Os ministros do Supremo não foram colocados lá para apenar como estão apenando — disse o petista.
Em seguida, revelou o motivo de tanto nervosismo: ele acha que todos os réus serão condenados e presos. Suplente de senador e dirigente regional do PT no Pará, Paulo Rocha recebeu R$ 620 mil de repasses no esquema do mensalão. Os valores eram recebidos pelos assessores Anita Leocádia — também ré no mensalão — e Charles Dias. A pena para o crime de lavagem de dinheiro, se Rocha for condenado, é de três a dez anos de prisão.
— Não tem plano B nenhum! Vai ser todo mundo condenado e preso. Mas essa sempre foi a luta do PT — disse Rocha.
Ele reclamou que nunca foi ouvido pelos jornalistas para divulgar sua versão. E ficou nervoso ao ser questionado se estava preparado para ser preso.
— Você nunca me ouviu sobre o processo e agora quer saber se estou preparado para ser preso? Ah! Vai se foder! — reagiu Paulo Rocha, alterando a voz e chamando a atenção de uma vendedora da feirinha de artesanato que funciona no shopping.
Sem saber que Rocha era um ex-deputado réu do mensalão, a vendedora foi interpelada para dar sua opinião sobre o julgamento em curso.
— Estou amando! Finalmente está havendo justiça nesse país. Mas minha irmã é quem está mais bem informada, porque é cientista política — disse a moça.
— Ah! Você não sabe de nada, só o que lê na imprensa, na “Veja”, que só está fazendo esse papel sujo porque o presidente Lula abriu o mercado para os árabes. Sua irmã também não sabe de nada! Intelectual que se informa por livros e não sabe o que se passou de verdade nesse processo! — esbravejou Paulo Rocha, assustando também a moça.
Depois da discussão, o ex-deputado petista continuou seu passeio pelo shopping.
II- A GRANDE FALÁCIA DO GOVERNO PETISTA SE VOCÊ GANHA MAIS DE R$ 291,00 POR MÊS SAIBA ESTÁS NA CLASSE MÉDIA DE ACORDO COM O GOVERNO
23/09/2012 às 19:00 \ Política & Cia
Blog do Ricardo Setti
Carlos Brickmann: Sorria, aqui é tudo alegria — e quem ganha 291 reais por mês virou de classe média
SORRIA, AQUI É TUDO ALEGRIA
Se o caro leitor não puder almoçar seu arroz com feijão, salada, bife e sobremesa, resolva o problema com uma folha de alface, duas ervilhas e um grão de milho. Pode não ser satisfatório, mas o caro leitor não deixou de almoçar.
Se o caro leitor ganha muito pouco e está abaixo da linha da pobreza, resolva o problema com as estatísticas do governo federal: de acordo com a Secretaria de Assuntos Estratégicos da presidente Dilma Rousseff, quem ganha gais de 291 reais por mês integra a classe média.
Assim foi possível fazer com que 35 milhões de brasileiros se alçassem à classe média nos dez anos de governo petista.
É simples assim: uma pessoa não precisa ganhar mais de dez reais por dia para entrar na classe média. Um casal que ganhe, em conjunto, 582 reais por mês será também de classe média.
Pronto: no Brasil, só é pobre quem quer.
Mas há limites para ser de classe média. Quem ganhar a partir de 1.019,10 reais por mês será de classe alta. A história de achar que classe alta é coisa para Eike Batista está errada: neste país em que se plantando tudo dá (especialmente notícias), até professor, mesmo ganhando o que ganha, pertence à classe alta.
O pessoal que tem recursos para comprar deputado mensaleiro, dar carona de jatinho a quem toma decisões sobre concorrências, fotografar a esposa usando sapatos de sola vermelha, esse nem chega a ter classificação.
Político corrupto, dos que trocam apoios por Ministérios, está tão alto que a verdade se restabelece sozinha: este não tem classe, nem categoria.
A classe média (de verdade) paga a conta.
III- O GRANDE MAGO DA POLITICA ESTÁ "DANDO COM OS BURROS N'AGUA", LULA VÊ O NAUFRÁGIO DE SEUS CANDIDATOS IMPOSTOS NA MARRA AO PARTIDO
24/09/2012 às 14:45
População de Recife diz “não” às ordens de Lula e submete Humberto Costa a uma humilhação
É um vexame verdadeiramente histórico! Os petistas de Recife, com o apoio de Lula, deram um chega pra lá na candidatura à reeleição do prefeito João da Costa. O petista foi humilhado pelos seus pares. Venceu a convenção, mas não levou. O governador Eduardo Campos (PSB) aproveitou a confusão petista, rompeu a aliança e lançou seu próprio candidato, Geraldo Júlio, que largou com apenas 4% das intenções de voto.
O PT desistiu da pretensão inicial, Maurício Rands, e apostou no senador Humberto Costa, um medalhão do partido e um dos homens que ajudaram a desestabilizar o atual prefeito — que faz uma gestão reprovada pela maioria dos recifenses. Lula assumiu a candidatura de Humberto: “Deixa comigo! Vou lá, faço e aconteço”.
Para demonstrar que a luta era para valer, João Paulo, ex-prefeito da cidade, entrou como vice na chapa do PT. Lula, com a bazófia habitual, chegou a afirmar para seus interlocutores que iria fazer um braço de ferro na cidade com o governador para ver quem levava a melhor. É claro que ele achava que seria ele.
Pois bem: A 13 dias da eleição, Júlio, o candidato do governador, está, segundo o Ibope divulgado ontem, com 39% das intenções de voto. O tucano Daniel Coelho ultrapassou Humberto Costa e aparece com 24%. Humberto, o petista de Lula e Dilma, que tinha 29% na largada, está agora com 16%.
Entendam o que aconteceu: Lula mandou a população de Recife mandar no candidato que ele tinha no bolso, e, por enquanto, 39% escolheram Júlio, e 24% ficaram com Coelho. Mendonça Filho, do DEM, está com 4%. A derrota, além de histórica, será também vexaminosa. A campanha do senador abusa das imagens de Lula e Dilma e insiste naquela cascata de que tudo o que há de bom no Brasil é obra do PT. Não está dando certo.
No momento mais comovente de uma das muitas falas estúpidas de Lula, ouvimos: “Democracia é a gente comer de manhã, de tarde e de noite”. É? Conclui-se, assim, que nenhum ambiente é mais democrático do que as granjas de engorda de galinhas e porcos, não é mesmo? Com orgulho, a campanha petista informa que, só em Recife, 130 mil famílias estão no Bolsa Família, como se isso fosse coisa da qual uma cidade deva se orgulhar.
A população de Recife está dizendo “não” às ordens de Lula. Tudo indica que o candidato de Campos vai disputar o segundo turno com o Coelho, do PSDB. A única saída de Humberto será apoiar Geraldo Júlio, depois de ter tentado anular a sua candidatura na Justiça. É uma humilhação.
Por Reinaldo Azevedo
Frase do dia
“Os ministros do Supremo não foram colocados lá para apenar como estão apenando”.
Paulo Rocha, ex-deputado federal do PT paraense e mensaleiro juramentado, confirmando que o Chefe esqueceu de combinar com os ministros do STF antes de prometer aos quadrilheiros que nenhum bandido de estimação iria para a cadeia.
Até Amanhã
As fotos inseridas nos textos o foram pelo blogueiro.Juarez Capaverde
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