Bom dia, abaixo transcrevo entrevista do
Sr. General que foi o autor do manifesto contra a maneira da Sra. Dilma agir em
relação às manifestações de seus Ministros com relação ao ranço explícito
contra os militares nas palavras pronunciadas nestas ocasiões, o que vem se
tornando rotineiro e constante principalmente por parte da Sra. Maria do Rosário.
O militar, conforme a entrevista concedida ao Jornal O Globo, reafirma mais uma
vez que a lei garante aos militares da reserva se manifestarem como cidadãos
brasileiros e emitir sua opinião em qualquer assunto, mesmo os de governo. Leiam
a entrevista, volto depois
General que escreveu manifesto não teme ser punido por Amorim
Marco Antonio Felicio diz que lei garante a militares da reserva o direito de se expressar
SÃO PAULO - Autor do manifesto que inflamou a relação entre militares,
Ministério da Defesa e a presidente Dilma Rousseff, o general Marco Antonio
Felicio diz não temer ser punido pelo que escreveu, por entender que não há
base legal para tal. Ele evoca lei aprovada pelo ex-presidente José Sarney que
garantiria aos militares da reserva o direito de se expressar sem que fossem
punidos. Ex-analista do Centro de Informações do Exército (CIE), Felicio receia
que agentes do Estado sejam execrados pela Comissão da Verdade e ainda duvida
ter havido tortura ou execução de presos políticos, apesar de admitir ter
havido excessos "em ambos os lados combatentes" na guerra contra atos
da "subversão marxista-leninista". Ele aceitou dar entrevista ao
GLOBO desde que ela fosse por e-mail. Perguntou ao repórter se ele era
patriota. Ao ser questionado se respeitava a autoridade do ministro da Defesa
Celso Amorim e da presidente Dilma, respondeu: "Tanto quanto eles
respeitam a minha".
A presidente Dilma Rousseff
ameaçou prender pelo menos um militar da reserva como reação ao manifesto com
críticas ao ministro Celso Amorim e à Comissão da Verdade. Como autor do
documento redigido, o senhor temeu que fosse o senhor?
GENERAL MARCO FELICIO: Não temi e não temo,
pois, usei do direito que a lei me faculta. A liberdade de expressão com
responsabilidade. A verdade e somente a verdade.
O senhor já foi informado oficialmente sobre alguma punição ao senhor
ou a colega militar em função do manifesto?
FELICIO: Não, pois, creio firmemente que não
haja base legal para tal.
O manifesto menciona o ministro Celso Amorim como alguém sem autoridade
ou legitimidade para pedir a retirada de outra nota do site do Clube Militar,
com críticas a Dilma e duas ministras. O que o senhor quis dizer com isso?
FELICIO: Reafirmo o que escrevi. O Clube
Militar é uma associação de caráter civil e pela lei em vigor não é passível de
qualquer tipo de ingerência por parte do Ministro da Defesa. Isto significa não
ter ele autoridade ou legitimidade para tal. Qualquer um que leu o documento
compreenderá o sentido do que lá está escrito.
No texto, há a seguinte frase: "O manifesto supracitado reconhece
na aprovação da “Comissão da Verdade” ato inconsequente de revanchismo
explícito e de afronta à lei da Anistia com o beneplácito, inaceitável, do
atual governo". A Comissão da Verdade não tem poder de punir judicialmente
qualquer militar. Por qual motivo, então, os senhores a consideram uma afronta
à Lei da Anistia?
FELICIO: Não é esta a motivação expressa
quase que diariamente por pessoas do governo e a ele ligadas. Querem a partir
da Comissão da Verdade encontrar caminhos para a punição dos agentes de Estado.
E o que fazer com os agentes da subversão marxista que mataram, roubaram,
assaltaram, sequestraram e justiçaram os próprios companheiros além de lutarem
pela implantação de uma ditadura comunista no Brasil? Porque execrar somente os
agentes de Estado que exerciam ações legais?
Hoje o governo federal reconhece casos em que presos políticos foram
submetidos a tortura por agentes de Estado. Alguns deles estão até hoje
desaparecidos e provavelmente foram mortos. O senhor considera estes episódios
específicos como "ações legais"?
FELICIO: Quem comprova tais denúncias? Mário
Lago já orientava, em seu tempo, que todos os presos saíssem da prisão
afirmando que tinham sido torturados barbaramente, mesmo que tivessem sido bem
tratados. De quando em quando aparece um “desaparecido”. Logicamente que uma
guerra não se faz com flores e em ambos os lados combatentes há sempre
excessos. Por qual razão, aqui, apurar-se tais ditos excessos somente cometidos
por um lado? Não tenho conhecimento de torturas. Tenho conhecimento de
operações de combate, cumprindo-se ordens superiores e dentro da lei então
vigente.
O senhor pede que sejam apurados excessos cometidos por combatentes.
Mas não foi justamente isso que ocorreu durante o governo militar, quando
militantes de esquerda foram presos e condenados à prisão?
FELICIO: E quantos outros não o foram? Qual a
razão de não serem apurados os fatos correlacionados com estes?
Os excessos cometidos por agentes de Estado tiveram como consequência o
desaparecimento e provável morte de presos políticos. Não seria razoável que
hoje representantes das Forças Armadas ajudassem o governo federal a encontrar
esses corpos? Mesmo nas guerras, não é direito de um povo enterrar seus mortos?
FELICIO: Sem dúvida, todos querem enterrar seus
mortos. Muitos anos se passaram, o que torna a tarefa muito difícil. Já foram
realizadas buscas orientadas pelo Ministério da Defesa, inclusive com o auxilio
de militares, e nada foi encontrado.
Para o ministro Celso Amorim, os signatários do documento não respeitam
a "autoridade civil". O senhor concorda com o que disse o ministro?
FELICIO: Gostaria de saber de que argumentos
concretos o ministro se vale para tal afirmação. Ele deve saber que o autor, e
não autores dos documentos, é profissional com mais de 45 anos de bons serviços
prestados à nação, tendo frequentado todos os cursos do exército e alguns
civis, conforme atesta a sua folha de alterações onde estão os depoimentos de
seus ex-comandantes e as ações que desempenhou no combate aos atos violentos da
subversão marxista-leninista.
O senhor poderia detalhar exatamente que ações desempenhou? Por quais
órgãos o senhor passou, qual era a sua função neles e quais são os feitos que,
ainda hoje, são motivo de orgulho para o senhor?
FELICIO: Fui oficial de informações de unidade
e trabalhei como analista do Centro de Informações do Exército (CIE).
Orgulho-me de ter contribuído com o meu trabalho, que julgo dedicado e
eficiente, na erradicação da subversão marxista-leninista e das violentas ações
da guerrilha urbana e rural, causadoras de ações terroristas e das mortes de
tantos inocentes, evitando que o povo brasileiro fosse privado de sua
liberdade.
Como militar da reserva, o senhor respeita a autoridade do ministro da
defesa Celso Amorim e da presidente Dilma Rousseff?
FELICIO: Tanto quanto eles respeitam a
minha. Na vida militar o respeito é recíproco.
Não há militares da ativa entre os signatários do documento. Eles temem
sofrer algum tipo de punição caso assinem o documento?
FELICIO: Não, eles cumprem apenas a lei, como é
da formação dos mesmos. Os militares da reserva e reformados tem livre
manifestação de suas opiniões, incluso as de caráter político. Isso não ocorre
com os oficiais da ativa.
O senhor acredita que, se pudessem, os militares da ativa assinariam o
documento?
FELICIO: Creio que sim, pois, o exército de
hoje, quanto aos seus valores, não é diferente do exército de ontem.
Quais são os valores do exército de ontem que permanecem no exército de
hoje?
FELÍCIO: As manifestações essenciais dos
valores militares são: patriotismo, civismo, fé na missão do exército, amor à
profissão, espírito de corpo e o aprimoramento técnico-profissional. Por tal
razão estamos coesos e unidos para acorrermos a qualquer chamamento da nação. E
isto está presente na história pátria em todos os momentos de gravidade e de
inflexão da mesma. Não será diferente no presente e no futuro.
O que o governo deveria ter feito para evitar este desentendimento com
os militares da reserva?
FELÍCIO: Não governar pelo retrovisor,
respeitar a dignidade dos militares e dar o devido valor às suas Forças
Armadas.
Na nossa conversa pelo telefone, o senhor me perguntou se eu era um
jornalista patriota. Para o senhor, o que é ser patriota?
FELÍCIO: Há coisas na vida que foram feitas
mais para serem mais sentidas do que explicadas ou entendidas. Assim também é
ser patriota. Ë um sentimento de amor e orgulho pela nossa pátria. É servir e
defender o nosso povo, o nosso território, mesmo que se tivermos de dar a nossa
vida para isso.
Voltei
Podemos entender que o General nada mais fez alem de expressar
uma opinião quanto ao que está acontecendo com a criação da tal de Comissão da
Verdade, membros do governo estão tentando deturpar suas finalidades que é de
mostrar a verdade para a história sem tratar de punições ou execração pública
deste ou daquele participante nos acontecimentos da época, não é isto que os
petistas querem, se lhes deixarem, tudo farão para transformar a Comissão numa
verdadeira caça as bruxas o que poderá por em risco nossa democracia.
Até amanhã.
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